(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas COMPORTAMENTO

Ghosting: estrat�gia de esquiva. Pr�tica aumenta com aplicativos

O ghosting pode refor�ar as inseguran�as e afetar relacionamentos futuros porque cada situa��o que uma pessoa vivencia a faz ter v�rias interpreta��es e emo��es


18/04/2021 04:00 - atualizado 15/04/2021 10:49

Bem antes da tecnologia, das redes sociais e dos aplicativos o ghosting já era praticado(foto: Markus Winkler/Unsplash)
Bem antes da tecnologia, das redes sociais e dos aplicativos o ghosting j� era praticado (foto: Markus Winkler/Unsplash)


N�o se sabe o primeiro registro, mas o abandono amoroso est� presente nas rela��es com ou sem o uso da tecnologia. No primeiro romance de Jane Austen, publicado em 1811, o cl�ssico “Raz�o e Sensibilidade”, na hist�ria das irm�s Elinor e Marianne, j� estava presente um caso de ghosting ao longo da narrativa. A psic�loga Renata Borja, especialista em terapia cognitivo-comportamental, pesquisadora, autora, professora e supervisora cl�nica, observa que o desparecimento de uma pessoa com a qual se estabeleceu um v�nculo, geralmente, vai causar tristeza, raiva, ansiedade, ang�stia e mais uma s�rie de emo��es desconfort�veis.

Para Renata Borja, quem pratica o ghosting, em muitos momentos, faz isso porque muitas vezes lhe falta empatia com a outra pessoa com quem ela est� se relacionando. “A empatia � uma capacidade de conex�o e se colocar no lugar do outro, cal�ar o sapato do outro. Agora, � claro que muita gente que deixa o outro no v�cuo � por medo de magoar, mas h� quem simplesmente age assim porque n�o entende que tal atitude gera grandes preju�zos � outra pessoa.”

Segundo a psic�loga, o ghosting pode sim refor�ar as inseguran�as e afetar relacionamentos futuros porque cada situa��o que uma pessoa vivencia a faz ter v�rias interpreta��es e emo��es. E cada uma delas vai afet�-la em v�rios outros momentos da sua vida. Se houve interpreta��es equivocadas sobre certa situa��o, se ficou sem compreender porque aquilo ocorreu, isso pode afetar o autoconceito positivo da pessoa, a autoestima, como ela se compreende, como ela acha que os outros entendem e pensam sobre ela.

Para a psicóloga Renata Borja, quem pratica o ghosting, em muitos momentos, faz isso porque muitas vezes lhe falta empatia(foto: Rafaela Lima/Divulgação)
Para a psic�loga Renata Borja, quem pratica o ghosting, em muitos momentos, faz isso porque muitas vezes lhe falta empatia (foto: Rafaela Lima/Divulga��o)


Para Renata Borja n�o d� para julgar quem faz o ghosting. “Ao mesmo tempo que pode ser simplesmente falta de empatia, pode ser tamb�m atitude de uma pessoa que tenha medo de lidar com as emo��es negativas do outro, dificuldade de manejar o que o rompimento vai gerar na outra pessoa, pode ser por fuga, uma estrat�gia por n�o saber lidar com o sofrimento alheio. Isso tamb�m pode vir de quem j� viveu esta situa��o, foi abandonado e este rompimento anterior a faz ter dificuldade de romper porque sabe o que vai gerar. H� v�rios motivos para uma pessoa agir assim, n�o h� como ler todas as mentes e saber as raz�es, mas certamente � quem tem dificuldade de lidar com conflitos e o ghosting � uma estrat�gia de esquiva. Em vez de romper, deixa a coisa no ar, o n�o enfrentamento.”

TRAI��O

Durante a pandemia, as pessoas tiveram grande altera��o da rotina que gera desconforto na maioria. E as rela��es tamb�m ficaram mias dif�ceis e conturbadas, o que � compreens�vel. Muitos v�o se sentir infelizes e desconfort�veis nos relacionamentos. “Com isso, pode ocorrer que algumas pessoas utilizem a trai��o como forma de aliviar este desconforto. Buscar em outra pessoa se sentir mais capaz, melhor, mais interessante para algu�m. As pessoas est�o procurando por circunst�ncias que as fa�am se sentir bem, atra�das, desej�veis, isso as faz testar outras rela��es, se interessando e saindo de uma rela��o sem dar explica��es.”

Quem pratica o ghosting tamb�m n�o est� bem resolvido nos relacionamentos amorosos. Est� apenas se esquivando do problema e, provavelmente, se esquiva de outros problemas da vida. E esta n�o � a melhor estrat�gia porque n�o resolve, s� joga as circunst�ncias para frente e pode ter graves consequ�ncias em outras �reas da vida

Renata Borja, psic�loga

Hoje, muitos querem viver situa��es em que se sintam melhores, mas nem sempre s�o favor�veis. Uma pessoa pode escolher comer para aliviar a tens�o e se sentir bem ou beber, trair, usar drogas. “S�o estrat�gias compensat�rias para tentar amenizar o humor negativo. S� que muitas vezes essas estrat�gias v�o lhe trazer sofrimento e levar sofrimento a outras pessoas. E em longo prazo, v�o trazer problemas. Buscar alternativa mais f�cil, como o ghosting, � uma fuga. Quem pratica, �s vezes, est� s� pensando em seu desconforto, mas n�o pensa na consequ�ncia para a outra pessoa”, atesta a psic�loga.

Renata Borja n�o aponta o ghosting como quest�o de g�nero. Para a psic�loga, h� diferen�as: “Talvez porque as mulheres s�o mais abertas a falar de emo��es, a discutir o que n�o est� bom, a tentar ajustar, melhorar. E os homens muitas vezes t�m dificuldade de expressar mais a emo��o. Percebo muito isso, at� mais como uma quest�o social. Eles n�o gostam muito de discutir as rela��es como se isso fosse faz�-los se sentir mais fracos, como se fossem julgados. Por preconceito mesmo, de que homem n�o chora, n�o pode sentir tristeza, desconfort�vel em determinadas situa��es. Talvez seja mais f�cil que eles se esquivem para n�o se mostrarem vulner�veis frente aos seus pares. Mas n�o d� para falar de forma generalista. Mas h� preconceitos culturais relacionados �s quest�es emocionais”.

Para Renata Borja, quem pratica o ghosting tamb�m n�o est� bem resolvido nos relacionamentos amorosos: “Est� apenas se esquivando do problema e, provavelmente, se esquiva de outros problemas da vida. E esta n�o � a melhor estrat�gia porque n�o resolve, s� joga as circunst�ncias para frente e pode ter graves consequ�ncias em outras �reas da vida”.

REA��ES DO ABANDONADO*


1 - A pessoa com perfil triste 
Vai se culpar, se sentir desamparada, inadequada, feia, uma pessoa 
n�o am�vel, incapaz e ela vai fazer para ela v�rios outros adjetivos negativos, se jogando para baixo, se penalizando, se culpando por esta situa��o.

2 - A pessoa com perfil ansioso  
A tend�ncia � se perguntar o que pode ter feito de errado, o que deu errado na rela��o, o que pode ter acontecido para ter gerado aquela situa��o de abandono, se pode ter uma outra situa��o provocado o sumi�o do 
parceiro, se a pessoa conheceu mais algu�m, ela vai criar uma s�rie de questionamentos buscando entender 
isso e ficar pensando no que poderia ter acontecido.

3 - A pessoa com perfil raivoso 
Vai responder a este tipo de circunst�ncia com mais raiva e, em geral, vai atribuir culpa ao outro, vai se sentir desrespeitada, desvalorizada, enganada, agredida, algo bem negativo. Julgar� o outro como ruim, que fez algo de ruim para prejudic�-la.

*Fonte: Renata Borja, psic�loga cl�nica especialista em terapia cognitivo-comportamental


TEND�NCIAS DOS RELACIONAMENTOS EM 2021

Com a pandemia, qual o futuro das relações amorosas?(foto: Gerd Altmann/Pixabay )
Com a pandemia, qual o futuro das rela��es amorosas? (foto: Gerd Altmann/Pixabay )


O ano de 2020 impactou diversas �reas da vida, incluindo a forma como as pessoas se relacionam. Com as restri��es da COVID-19 e medidas de distanciamento social, os encontros presenciais diminu�ram enquanto os virtuais atingiam patamares nunca antes alcan�ados. A analista de dados globais do Badoo, aplicativo de relacionamento, Priti Joshi, compartilha as tend�ncias de relacionamentos do aplicativo para 2021. Confira:

Wbdate
Com certeza, esse foi o ano da chamada de v�deo, a ferramenta que promoveu conex�es mais �ntimas e seguras do conforto de casa continuar� forte ano que vem.

Sexting  
Considerado um tabu antes, a rela��o entre sexo e tecnologia intensificou este ano e com isso gerou mudan�as na ordem e quantidade de intera��es sexuais antes de um encontro na vida real.
 
DMs mais profundas  
Se antes era necess�ria apenas uma conversa breve por mensagem para marcar um encontro e ent�o duas pessoas se conhecerem melhor, agora os solteiros est�o aproveitando o tempo para terem conversas mais profundas com suas conex�es mesmo sem a previs�o de um encontro ao vivo.

Desacelerar a paquera  
A aus�ncia de encontro na vida real colocou uma �nfase no momento pr�-encontro. Com isso, a fase da paquera e da conquista on-line se tornou ainda mais importante e duradoura.
 
Dates mais longos   
A tend�ncia � que agora os encontros sejam marcados com bastante anteced�ncia, seguindo as novas medidas de seguran�a e com mais tempo para planejar atividades que n�o coloquem em risco o casal.

A maioria das pessoas tem usado mais tempo para refletir sobre si mesmo focando em suas pr�prias necessidades e desejos mais 

profundos. A partir disso, surge um novo tipo de solteiro, algu�m mais autoconsciente, com uma nova vis�o e mais aberto a conhecernovas pessoas. Afinal, saber o que voc� est� procurando e quem voc� � s�o fatores importantes para criar uma conex�o sincera com algu�m.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)