COVID-19: teste de saliva � eficaz em crian�as sintom�ticas, aponta estudo

O teste de saliva para detectar quadros de COVID-19 em crian�as sintom�ticas � t�o eficaz quanto o de coleta de flu�do de nasofaringe, aponta dados de um estudo brasileiro financiado pela Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp). A pesquisa foi realizada por pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de S�o Paulo (IMT-USP), em colabora��o com o Servi�o Especial de Sa�de de Araraquara, em S�o Paulo. 

“Esse estudo foi realizado com saliva para a detec��o do Sars-Cov-2 pela an�lise molecular. E por que em crian�as � uma novidade? J� existia muitos estudos na literatura em adultos mostrando que a saliva � uma alternativa de material biol�gico para essa an�lise. Em adultos, a sensibilidade variava de 80% a 100% em compara��o ao swab de nasofaringe. Em crian�as, ainda n�o t�nhamos essa informa��o”, explica o professor da Faculdade de Odontologia (FO-USP) Paulo Henrique Braz-Silva, um dos coordenadores do estudo. 

Para constatar a efic�cia, o estudo avaliou 50 crian�as que procuraram atendimento em Unidades B�sicas de Sa�de (UBS) com sintomas leves relacionados � COVID-19. Os pesquisadores coletaram amostras e secre��o nasofar�ngea e de saliva e submeteram ambas ao teste de RT-PCR, considerado padr�o-ouro para o diagn�stico da doen�a.

Os resultados? Dez crian�as apresentaram positivo para a doen�a. “E o diagn�stico por amostras de saliva mostrou-se t�o eficaz quanto o diagn�stico por esfrega�o de nasofaringe”, informa. 

Segundo Paulo Henrique Braz-Silva, a performance da saliva e do swab de nasofaringe foi exatamente igual, tendo, assim, a mesma efic�cia para detectar os quadros de COVID-19 em crian�as sintom�ticas. De acordo com o coordenador do estudo, os dados apontam para uma possibilidade interessante, j� que o uso do teste de saliva traz benef�cios em termos de praticidade e aceita��o. 

“O grande diferencial da saliva � que ele � um m�todo de coleta muito menos invasivo que o de swab de nasofaringe – exame do cotonete – e, em crian�as, a utiliza��o dele seria muito mais interessante por causa da aceitabilidade, j� que o de nasofaringe � de dif�cil execu��o e inc�modo. A saliva, claro, pode ser inc�moda porque vai precisar cuspir, mas � um inc�modo infinitamente menor do que o sentido no de swab de nasofaringe. E quando vamos para uma poss�vel testagem em massa, o interessante � a possibilidade de autocoleta.” 

Nesse caso, ent�o, o pr�prio indiv�duo poderia coletar o flu�do, e isso mesmo uma crian�a, haja vista que h� instru��es de como fazer a coleta sozinho e os pais podem auxiliar o processo. “Isso facilita muito quando se fala em testes de larga escala, porque n�o precisa de um profissional de sa�de para fazer a coleta. J� no de nasofaringe � preciso que algu�m treinado fa�a a coleta, porque o teste � invasivo e imposs�vel de ser feito com a autocoleta”, explica Paulo Henrique Braz-Silva. 

Segundo o coordenador do estudo, os resultados apresentados pelo estudo indicam o teste de saliva como um grande aliado no per�odo de volta �s aulas, haja vista a necessidade de testagem em massa e os benef�cios j� apresentados: praticidade, aceitabilidade e efic�cia. 

“Tem alguns pa�ses j� fazendo isso de maneira ampla. A Fran�a, por exemplo, em um dado momento na reabertura das escolas prop�s usar a saliva como flu�do biol�gico para essa an�lise, o que me chamou a aten��o, porque eles j� estavam utilizando, mas ainda n�o tinha nenhum estudo mostrando isso em crian�as. Mas existe essa possibilidade, porque � mais f�cil a coleta, a aceitabilidade � maior e n�o precisa de um profissional de sa�de, n�o expondo uma outra pessoa ao flu�do”, aponta Paulo Henrique Braz-Silva.

Os pesquisadores, agora, t�m dois passos a seguir: aumentar a amostra da pesquisa realizada com crian�as sintom�ticas e analisar as assintom�ticas. 

“Temos o intuito de aumentar a escala de amostra do estudo futuramente. Agora, estamos com um outro estudo em crian�as assintom�ticas, coletando saliva para entender se mesmo em crian�as sem sintomas, � poss�vel fazer a detec��o. Provavelmente, a performance vai ser parecida, porque as crian�as sintom�ticas n�o tinham sintomas que, de fato, se relacionassem somente ao positivo para COVID-19, o que mostra a import�ncia do teste molecular. Al�m disso, a performance em adultos j� � bem estabelecida, mesmo em pessoas assintom�ticas”, aponta o coordenador do estudo.   

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 

 

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