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Estado de Minas SA�DE

Refor�o de vacinas da Pfizer pode garantir prote��o al�m do Sars-Cov-2

Estudo constata que a segunda dose das vacinas de mRNA ativa importantes c�lulas do sistema imunol�gico n�o atingidas na primeira inocula��o


20/07/2021 13:53

Profissional prepara dose da Pfizer em posto de imunização na cidade americana de San Diego, Califórnia: benefícios ampliados(foto: Ariana Drehsler/AFP - 15/12/20)
Profissional prepara dose da Pfizer em posto de imuniza��o na cidade americana de San Diego, Calif�rnia: benef�cios ampliados (foto: Ariana Drehsler/AFP - 15/12/20)

Enquanto a maioria das pessoas aguarda, com ansiedade, para ser imunizada contra o Sars-CoV-2, somente no Brasil mais de 4,5 milh�es n�o retornaram para receber a dose de refor�o. Al�m de comprometer a seguran�a da popula��o, aumentando o risco de surgimento de novas variantes, quem se nega a tomar a vacina corretamente deixa de se beneficiar de uma ampla prote��o antiviral, que pode, inclusive, evitar a infec��o por outros v�rus. Essa � a conclus�o de um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Stanford (Calif�rnia, EUA), publicado no site da revista Nature.

A pesquisa se concentrou nas vacinas de RNA - no caso, a da Pfizer/BioNTech -, que foram apli cadas pela primeira vez durante a pandemia de COVID-19. Segundo um dos autores, Bali Pulendran, a efic�cia dessas subst�ncias est� estabelecida. Por�m, ele diz que n�o se conhece t�o bem como elas agem nas c�lulas do sistema imunol�gico, pois a prote��o conferida pela produ��o de anticorpos � apenas uma parte do mecanismo de imuniza��o.
"� a primeira vez que vacinas de RNA foram dadas a humanos, e n�o temos ideia de como eles fazem o que fazem, ou seja, oferecer 95% de prote��o contra a COVID" diz Pulendran. O cientista lembra que o principal par�metro para a aprova��o de novas vacinas tem sido a capacidade de induzir anticorpos neutralizantes - prote�nas individualizadas, criadas por c�lulas imunes chamadas B, que podem se ligar a um v�rus e impedi-lo de infectar novas estruturas.

Complexidade

"Os anticorpos s�o f�ceis de medir", continua Pulendran. "Mas o sistema imunol�gico � muito mais complicado do que isso. Os anticorpos, por si, n�o chegam perto de refletir totalmente a complexidade e a gama de prote��o. Por isso, quisemos investigar, com requintes de detalhes, como � a resposta imunol�gica induzida por essas vacinas", assinala o professor de patologia, microbiologia e imunologia.

Pulendran e a equipe avaliaram o que acontecia entre todos os tipos de c�lulas do sistema imunol�gico influenciados pela vacina: n�meros, n�veis de ativa��o, os genes que expressam e as prote�nas e metab�litos que fabricam e secretam ap�s a inocula��o. Para isso, eles analisaram amostras de sangue de pessoas vacinadas com a subst�ncia da Pfizer/BioNTech. Os pesquisadores avaliaram 242.479 c�lulas imunol�gicas diferentes.

Uma das c�lulas sobre as quais os cientistas mais se debru�aram foi a T, componente do sistema imunol�gico que, diferentemente dos anticorpos, n�o se liga �s part�culas virais. O que ela faz � sondar os tecidos do organismo, procurando por sinais de infec��o. Ao encontrar uma c�lula infectada, ela a destr�i, impedindo o ciclo de replica��o do pat�geno.

Receita gen�tica

O pesquisador explica que as vacinas de mRNA, como a da Pfizer e a da Moderna, funciona de maneira bem diferente das subst�ncias cl�ssicas compostas de pat�genos vivos ou mortos, prote�nas individuais ou carboidratos que treinam o sistema imunol�gico para se concentrar em um micro-organismo espec�fico e elimin�-lo. Em vez disso, elas cont�m receitas gen�ticas para a fabrica��o da prote�na spike, a estrutura em forma de espinho que o Sars-CoV-2 usa para se prender �s c�lulas, entrar no n�cleo e, ent�o, infect�-las.

Em dezembro de 2020, a Escola de Medicina de Stanford come�ou a imunizar com a vacina Pfizer. Isso estimulou o desejo de Pulendran de investigar a fundo o funcionamento da subst�ncia. A equipe, ent�o, selecionou 56 volunt�rios saud�veis e coletou amostras de sangue em v�rios momentos, anteriores e posteriores � primeira e � segunda dose.

Os pesquisadores constataram que a primeira inje��o aumenta os n�veis de anticorpos para o Sars-CoV-2, como esperado, mas n�o tanto quanto a segunda inje��o. Essa �ltima desempenha fun��es diferentes da inicial, diz Kari Nadeu, imunologista e coautor do estudo. "A segunda dose tem efeitos ben�ficos poderosos que excedem, em muito, os da primeira. No nosso estudo, ela estimulou um aumento m�ltiplo nos n�veis de anticorpos, uma resposta incr�vel de c�lulas T, que estava ausente ap�s a primeira inje��o isolada, e uma resposta imune inata notavelmente aumentada", explica.

O sistema imunol�gico inato � um conjunto celular que responde, inicialmente, � presen�a de um v�rus ou de uma bact�ria. Essas c�lulas s�o as primeiras a perceber o pat�geno, secretando prote�nas sinalizadoras, que estimulam uma resposta das c�lulas B e T. Assim que o sistema imunol�gico adaptativo (aquele estimulado pelo contato com os micro-organismos e vacinas ao longo da vida) passa a trabalhar mais acelerado, as c�lulas inatas tentam conter a infec��o, lan�ando subst�ncias t�xicas em dire��o aos invasores, embora n�o sejam muito boas em diferenciar se se trata de v�rus ou bact�rias.

Macr�fagos

Os pesquisadores tamb�m destacam que, inesperadamente, a vacina - particularmente a segunda dose - causou a mobiliza��o maci�a de um grupo de c�lulas de resposta que normalmente s�o escassas e inativas na infec��o por COVID-19. Essas estruturas expressam altos n�veis de genes antivirais, por�m, nos casos da doen�a causada pelo Sars-CoV-2, elas n�o se ativam. A vacina da Pfizer, contudo, as induziu.

Esse grupo especial de mon�citos, que fazem parte do sistema inato, constitu�a apenas 0,01% de todas as c�lulas sangu�neas circulantes antes da vacina��o. Mas, depois da segunda inje��o da vacina de mRNA, as taxas aumentaram 100 vezes, chegando a 1%. Al�m disso, a resposta delas � infec��o tornou-se menos inflamat�ria e mais especificamente antiviral.

"O extraordin�rio aumento na frequ�ncia dessas c�lulas, apenas um dia ap�s a imuniza��o de refor�o, � surpreendente", ressalta Pulendran. "� poss�vel que essas c�lulas possam montar uma a��o de conten��o n�o apenas contra o Sars-CoV-2, mas tamb�m contra outros v�rus", afirma. 

Sem risco cardiovascular grave para idosos

A vacina contra a COVID-19 da Pfizer/BioNTech n�o aumenta o risco de problemas cardiovasculares graves, como infarto, trombose, ou embolia pulmonar, nas pessoas acima de 75 anos, segundo um estudo franc�s realizado pelo grupo Epi-Phare, ligado ao governo da Fran�a. De acordo com os cientistas, a frequ�ncia desses epis�dios entre um grupo de vacinados e outro de controle "n�o difere significativamente". Os autores v�o continuar monitorando os dados dispon�veis "para medir esses riscos em pessoas com antecedentes de doen�as cardiovasculares, em popula��es mais jovens e em pacientes vacinados com outras vacinas anticovvid".

Nove meses de imunidade

Um estudo publicado ontem na revista Nature Communications demonstra que os n�veis de anticorpos contra o Sars-CoV-2 permanecem altos nove meses depois da infec��o, seja ela sintom�tica ou assintom�tica. A pesquisa, da Universidade de P�dua e do Imperial College de Londres, foi realizada na cidade de Vo', na It�lia, onde os cientistas testaram 85% da popula��o de 3 mil pessoas entre fevereiro e mar�o de 2020, voltando a realizar os exames em novembro do ano passado.

A equipe descobriu que 98,8% das pessoas infectadas em fevereiro/mar�o apresentavam n�veis detect�veis de anticorpos no fim do ano, e n�o havia diferen�a entre as que haviam sofrido os sintomas de COVID-19 e as assintom�ticas. As taxas foram monitoradas usando tr�s ensaios - testes que detectam diferentes tipos de anticorpos que respondem a partes diversas do v�rus.

Os resultados mostraram que, embora todos os tipos de anticorpos tenham mostrado algum decl�nio entre maio e novembro, a taxa divergiu de acordo com o ensaio. A equipe tamb�m detectou casos em que os n�veis, em algumas pessoas, aumentaram, sugerindo reinfec��es potenciais com o v�rus, e um est�mulo do sistema imunol�gico.

"N�o encontramos evid�ncias de que os n�veis de anticorpos entre infec��es sintom�ticas e assintom�ticas sejam diferentes significativamente, sugerindo que a for�a da resposta imune n�o depende dos sintomas e da gravidade", diz a principal autora, Ilaria Dorigatti, do Imperial College. "No entanto, nosso estudo mostra que os n�veis de anticorpos variam, �s vezes acentuadamente, dependendo do teste usado. Isso significa que � necess�rio cuidado ao comparar as estimativas dos n�veis de infec��o em uma popula��o obtidas em diferentes partes do mundo com testes diferentes e em momentos diferentes", adverte.

O conjunto de dados da equipe - que inclui os resultados das duas campanhas de testes de PCR em massa conduzidas em fevereiro e mar�o e a pesquisa de anticorpos em maio de 2020, e novamente em novembro -tamb�m permitiu aos cientistas identificar o impacto de v�rias medidas de controle.

Os resultados indicaram que, na aus�ncia de isolamento de infectados e bloqueios curtos, o rastreamento de contato manual (busca de positivos com base nas declara��es de contato) por si s� n�o teria sido suficiente para limitar o alcance da epidemia. "Nosso estudo mostra que o rastreamento de contato manual teria tido um impacto limitado na conten��o da epidemia, sem o acompanhamento de uma triagem populacional em massa", diz o artigo. (PO)


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