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Estado de Minas FAKE NEWS

Os mitos sobre efeitos da vacina contra covid na gravidez

Postagens que alegam que as vacinas causam abortos espont�neos, por exemplo, n�o s�o respaldadas por evid�ncias cient�ficas


18/08/2021 11:01 - atualizado 18/08/2021 11:31


(foto: Getty Images)
(foto: Getty Images)

Afirma��es falsas e enganosas sobre as vacinas contra covid-19, fertilidade e aborto ainda est�o circulando na internet, apesar de n�o serem respaldadas por evid�ncias cient�ficas.

Os m�dicos s�o extremamente cautelosos com o que recomendam durante uma gesta��o, ent�o o conselho original era evitar a vacina.

Mas agora, ap�s uma maior disponibiliza��o de dados relativos � seguran�a dos imunizantes, a orienta��o mudou — e a vacina agora � ativamente incentivada para gestantes (j� que pegar covid por si s� pode colocar a gravidez em risco).

Analisamos algumas das alega��es mais persistentes — e explicamos para voc� por que est�o erradas.

Um estudo mostra que a vacina se acumula nos ov�rios — Falso

Esta teoria vem de uma interpreta��o incorreta de um estudo submetido ao �rg�o regulador japon�s.

O estudo envolveu dar a ratos uma dose muito maior da vacina do que a humanos (1.333 vezes maior).

Apenas 0,1% da dose total foi parar nos ov�rios dos animais, 48 %u200B%u200Bhoras ap�s a aplica��o do imunizante.

Muito mais — 53% ap�s uma hora e 25% ap�s 48 horas — foi encontrado no local da inje��o (em humanos, geralmente o bra�o). O outro local mais comum � o f�gado (16% ap�s 48 horas), que ajuda a nos livrar dos res�duos no sangue.

A vacina � administrada por meio de uma bolha de gordura que cont�m o material gen�tico do v�rus, que ativa o sistema imunol�gico do corpo.

E aqueles que divulgam esta alega��o escolheram a dedo um dado que, na verdade, se referia � concentra��o de gordura encontrada nos ov�rios.

Os n�veis de gordura nos ov�rios aumentaram 48 horas ap�s a aplica��o da vacina, � medida que o conte�do da vacina se movia do local da inje��o para outras partes do corpo.

Mas, essencialmente, n�o havia evid�ncias de que ainda continham o material gen�tico do v�rus.

N�o sabemos o que aconteceu ap�s 48 horas, pois esse foi o limite do estudo.

Os dados de monitoramento mostram que as vacinas causam abortos espont�neos — Falso

Algumas postagens destacam que foi relatada a ocorr�ncia de abortos espont�neos a programas de monitoramento de vacinas, incluindo o sistema Yellow Card da Ag�ncia Reguladora de Medicamentos e Produtos de Sa�de (MHRA, na sigla em ingl�s), �rg�o do governo brit�nico equivalente � Anvisa no Brasil, e o Sistema de Notifica��o de Rea��es Adversas � Vacina (Vaers, na sigla em ingl�s) nos EUA.

Qualquer pessoa pode relatar sintomas ou condi��es de sa�de que tenha sentido ap�s tomar a vacina. Nem todo mundo vai escolher relatar, portanto, este � um banco de dados de sele��o autom�tica.

De fato, foram relatados casos de abortos espont�neos nesses bancos de dados — infelizmente, s�o eventos comuns —, mas isso n�o significa que tenham sido causados pela vacina.

Um estudo mostrou que a taxa de aborto espont�neo entre as pessoas vacinadas estava em conformidade com a taxa esperada na popula��o em geral — 12,5%.

A imunologista reprodutiva Victoria Male, da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, explica que esses sistemas de notifica��o s�o muito bons para detectar efeitos colaterais da vacina que s�o normalmente raros na popula��o em geral — foi assim que um tipo espec�fico de co�gulo sangu�neo foi relacionado, em casos raros, � vacina AstraZeneca.

Se, de repente, voc� come�ar a observar sintomas incomuns em pessoas vacinadas, � um sinal de alerta.

Mas eles n�o s�o t�o bons no monitoramento de efeitos colaterais que s�o comuns na popula��o — como mudan�as na menstrua��o, abortos espont�neos e problemas card�acos. Encontr�-los nos dados n�o acende necessariamente um alerta, porque voc� esperaria v�-los de qualquer maneira, com vacina ou n�o.

Esses dados levariam a uma investiga��o apenas se come�assem a haver muito mais abortos espont�neos do que os observados em pessoas n�o vacinadas — e n�o foi o caso at� agora.

Algumas pessoas tamb�m compartilharam gr�ficos que mostram um grande aumento no n�mero de pessoas que relataram suas experi�ncias a esses programas em compara��o com nos anos anteriores, para outras vacinas e medicamentos.

Isso foi usado para sugerir que a vacina contra covid-19 � menos segura. Mas o aumento n�o � capaz de nos dizer isso, s� pode nos dizer que muitas pessoas est�o relatando — possivelmente porque uma propor��o sem precedentes da popula��o est� sendo vacinada e � um assunto bastante debatido.

As vacinas podem atacar a placenta — N�o h� evid�ncias

Uma peti��o amplamente compartilhada por Michael Yeadon, pesquisador cient�fico que fez outras declara��es enganosas sobre a covid, alega que a prote�na spike do coronav�rus contida nas vacinas da Pfizer e Moderna � semelhante a uma prote�na chamada sincitina-1, envolvida na forma��o da placenta.

Ele especulou que isso poderia levar anticorpos contra o v�rus a atacar uma gravidez em desenvolvimento tamb�m.

Alguns especialistas acreditam que essa foi a origem da cren�a de que as vacinas contra covid podem prejudicar a fertilidade.

Na verdade, a sincitina-1 e a prote�na spike do coronav�rus s�o quase t�o semelhantes quanto quaisquer outras duas prote�nas aleat�rias, de modo que n�o h� raz�o real para acreditar que o corpo possa confundi-las.

Mas agora h� evid�ncias para ajudar a refutar sua teoria.

O m�dico de fertilidade americano Randy Morris, que queria responder diretamente �s preocupa��es que ouvia, come�ou a monitorar suas pacientes que estavam sob tratamento de fertiliza��o in vitro para ver se a vacina��o fazia alguma diferen�a nas chances de uma gravidez bem-sucedida.

Das 143 participantes no estudo de Morris, mulheres vacinadas, n�o vacinadas e previamente infectadas apresentaram a mesma probabilidade de ter uma implanta��o de embri�o bem-sucedida e de levar a gesta��o at� o fim. As mulheres eram semelhantes na maioria dos outros aspectos.

O estudo � pequeno, mas se soma a um grande volume de outras evid�ncias — e se a alega��o fosse verdadeira, seria de se esperar que aparecesse mesmo em um estudo desse porte.

Morris observa que as pessoas que espalham esses temores n�o explicam por que acreditam que os anticorpos produzidos em resposta � vacina podem prejudicar a fertilidade, mas os mesmos anticorpos de uma infec��o natural, n�o.

O problema � que, enquanto os cientistas correm para fornecer evid�ncias para tranquilizar a popula��o, no momento em que podem comunicar suas descobertas, as pessoas j� passaram para o pr�ximo t�pico na internet.

"A marca registrada de uma teoria da conspira��o � que, assim que ela � refutada, voc� muda as regras do jogo", diz Morris.

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