
Considerado um exame fundamental para o diagn�stico precoce do c�ncer de mama, a mamografia h� muito tempo � motivo de preocupa��o dos mastologistas e pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em todo o Brasil. Em Minas Gerais n�o � diferente. Levantamento atualizado da entidade revela que Minas Gerais, assim como o restante do pa�s, permanece historicamente abaixo dos 70% de cobertura populacional do exame - �ndice m�nimo indicado pela Organiza��o Mundial da Sa�de. Al�m disso, durante a pandemia de COVID-19, o rastreamento est� ainda mais deficit�rio.
No estado mineiro, em 2020, no auge da pandemia, a redu��o da realiza��o da mamografia beirou os 60% e, embora tenha melhorado em 2021, o rastreamento pelo exame ficou ainda 23% abaixo do per�odo pr�-pandemia. Outro dado preocupante � quea aus�ncia das mulheres nos hospitais foi not�ria, como agravante de que muitas pacientes j� diagnosticadas interromperam o tratamento, algo de extrema preocupa��o para os mastologistas. O levantamento teve como base o n�mero de mamografias realizadas pelos servi�os p�blicos de sa�de em todo o Brasil, disponibilizados pelo DATASUS, banco de dados de acesso aberto.
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De acordo com Annamaria Massahud, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais, a pandemia agravou um cen�rio que j� caminhava longe do ideal, n�o s� quanto ao diagn�stico precoce como tamb�m para o tratamento. Ela explica que no pa�s s�o muitos os gargalos, que v�o desde a falta de mam�grafos, equipamentos inoperantes e falta de profissionais para manuse�-los, passando pela grande dificuldade de acesso das mulheres ao sistema de sa�de.
"Esses novos n�meros revelam que, aqui em Minas, � preciso potencializar a jornada da paciente, ou seja, � necess�rio informarmos com maior clareza os caminhos a serem percorridos por cada uma, otimizando o fluxo e minimizando a espera de pacientes nas diversas etapas do diagn�stico e do tratamento", afirma a mastologista. Segundo a especialista, o c�ncer n�o espera, porque quanto antes identificado o tumor de mama, maiores s�o as chances de cura e controle da doen�a.
A m�dica ressalta que em 2020 ocorreram 1.762 mortes de mulheres em Minas Gerais por neoplasia da mama, sendo a primeira causa de morte por c�ncer no sexo feminino no estado. Para cada ano do tri�nio 2020-2022, o Instituto Nacional de C�ncer (INCA) estima a ocorr�ncia de 8.250 novos casos em Minas. "Precisamos de melhorias desde a preven��o, passando pelo atendimento e chegando ao tratamento em todas as suas etapas", alerta a m�dica.
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Pensando nisso, a Regional Mineira da SBM promove, na pr�xima semana, em parceria com a Roche, o F�rum de Pol�ticas P�blicas de C�ncer de Mama, que reunir� especialistas da �rea m�dica, membros da sociedade civil e representantes dos �rg�os governamentais, com destaque para o Secret�rio Estadual de Sa�de de Minas Gerais, F�bio Baccheretti Vitor, al�m de representantes da Defensoria P�blica. "O objetivo � discutirmos, ouvirmos opini�es e sugest�es dos diversos atores para evoluirmos em pol�ticas p�blicas mais eficazes e que possam, efetivamente, trazer benef�cios para a popula��o na preven��o e na luta contra o c�ncer de mama", conclui Annamaria Massahud.
Servi�o:
Evento: F�rum de Pol�ticas P�blicas de C�ncer de Mama Dia: 24 de maio
Hora: 14 �s 18h
Local: Associa��o M�dica de Minas Gerais
Av. Jo�o Pinheiro, 161 - Centro, Belo Horizonte
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* Estagi�ria sob supervis�o da editora Ellen Cristie.