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Estado de Minas REPORTAGEM DE CAPA

Projetos de arquitetura estimulam sa�de f�sica e mental

A neuroarquitetura visa potencializar estrat�gias que proporcionem sa�de f�sica e mental. Ponto de partida � compreens�o da rela��o do comportamento humano


05/06/2022 04:00 - atualizado 04/06/2022 19:39

Sheyla Passos
Sheyla Passos explica que a aplica��o da neuroarquitetura � ampla (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
 

"Os princ�pios da neuroarquitetura compreendem n�o s� o psicol�gico, mas o aspecto neurol�gico e fisiol�gico da experi�ncia humana no espa�o"

Sheyla Passos, arquiteta e professora do curso de arquitetura e urbanismo do UNI-BH

 

A aplica��o da neuroarquitetura tem como ponto de partida a compreens�o da rela��o do comportamento humano com o ambiente f�sico preexistente. A arquiteta e urbanista Sheyla Passos, professora do curso de arquitetura e urbanismo do UNI-BH, mestre em ambiente constru�do e patrim�nio sustent�vel pela UFMG, refor�a que a neuroarquitetura � a introdu��o dos fundamentos da neuroci�ncia e da psicologia na arquitetura.
 
 
“Trata-se do entendimento dos elementos do ambiente f�sico visando � cria��o de uma arquitetura que se relacione, de maneira mais intensa, com a experi�ncia sensorial dos moradores e usu�rios. � o que costumo chamar de arquitetura dos sentidos, que visa potencializar estrat�gias que proporcionem sa�de f�sica e mental por meio da arquitetura e do urbanismo.”
 
Muitos imaginam que a neuroarquitetura s� possa ser aplicada em um projeto novo, come�ando junto com a planta da casa ou do escrit�rio, mas Sheyla Passos garante que n�o: “Ela pode ser implantada em edifica��es j� conclu�das e antigas, sim. Nesse tipo de projeto, temos a oportunidade de reformular e transformar o ambiente, a depender, claro, de sua estrutura e instala��es, ou seja, de seus elementos imut�veis”.

AMPLITUDE Nesse processo de readapta��o, Sheyla Passos explica que a aplica��o da neuroarquitetura � ampla: “Os princ�pios da neuroarquitetura compreendem n�o s� o psicol�gico, mas o aspecto neurol�gico e fisiol�gico da experi�ncia humana no espa�o, utilizando estrat�gias que visam proporcionar sa�de (f�sica e mental) e buscando uma qualidade espacial que pode envolver, desde o uso da luz natural, da ventila��o natural, da integra��o com o verde (uso de plantas em geral), das cores, do conforto t�rmico e ac�stico at� a introdu��o de elementos que considerem a identidade dos moradores e que criem uma verdadeira fus�o entre a fun��o do espa�o e um local mais saud�vel.”
 
 
As plantas, a natureza e o verde s�o elementos fundamentais dentro da neuroarquitetura. “Entender cientificamente como o ambiente impacta os moradores e usu�rios de um determinado espa�o confere mais consci�ncia e sentido e, usado como m�todo, proporciona maior objetividade ao processo de concep��o dos projetos na introdu��o de elementos comprovadamente relacionados � melhoria da sa�de.”
 
Sheyla Passos ensina que a principal fun��o da planta est� diretamente relacionada � promo��o do ambiente com mais qualidade, seja por meio da melhoria do espa�o termicamente, acusticamente, seja por uma maior predisposi��o para h�bitos saud�veis; para preven��o de doen�as respirat�rias (promovendo um ar mais puro), para melhorar o humor, entre outros. “Vale ressaltar que, al�m de espa�os arquitet�nicos, o uso de vegeta��o no ambiente urbano tamb�m � de extrema import�ncia por v�rios motivos, inclusive para a melhoria dos microclimas, promovendo sa�de.”
 

Projetos promovem qualidade de vida

 
A arquiteta destaca que o designer de interior tamb�m tem rela��o com a neuroarquitetura. Ela conta que a reformula��o e cria��o de espa�os internos podem aplicar, diretamente, as estrat�gias da neuroarquitetura para a promo��o da sa�de dos usu�rios. “Isso � de extrema import�ncia para os projetos. Entender e ter consci�ncia de como utilizar as cores, como potencializar a entrada de luz natural, de sol, como conhecer e entender as plantas para saber qual a melhor escolha para os espa�os abertos (cobertos e/ou descobertos) e para espa�os fechados, por exemplo, certamente produzir� ambientes mais confort�veis e saud�veis.”
 
Sheyla Passos afirma que sempre houve a introdu��o de algumas quest�es e pressupostos colocados agora pela neuroarquitetura. Por�m, a discuss�o, na maioria das vezes, relacionava-se com conceitos filos�ficos, como o da fenomenologia, manifestado na experi�ncia em rela��o aos sentidos humanos. 

INCONSCIENTE “Esse conceito, de forma geral, mas n�o reducionista, aplicado a uma corrente arquitet�nica, leva em conta uma abordagem mais subjetiva, para al�m de uma vis�o que coloca a arquitetura como v�lida apenas para cumprir sua fun��o. Dizemos que, ao habitar um determinado espa�o, o que afeta o usu�rio s�o os sentimentos que ele provoca em fun��o da luz, cor, som, cheiros etc., impactando algo inconsciente. Isso agrega conforto ambiental ao espa�o. Considerando isso, essa preocupa��o e racioc�nio projetual sempre existiram.”
 
Por�m, integrada e relacionada � neuroci�ncia e � psicologia a ponto de estabelecer uma metodologia de cria��o projetual, a neuroarquitetura pode, sim, ser considerada uma novidade. “Ent�o, a principal diferen�a aqui � que esse estudo e forma de projetar passa a se basear em evid�ncias neurocient�ficas que “edificam o humano”, para dizer de forma subjetiva. 
 
Estabelecendo esse m�todo como um novo processo de concep��o, a neuroarquitetura capacita o profissional para a real compreens�o dos objetivos a serem proporcionados pelos espa�os.  “A import�ncia disso est� exatamente na amplia��o da interdisciplinaridade das �reas e na cria��o de um m�todo cient�fico para obten��o do resultado desejado”, comenta Sheyla.
 
“Esse m�todo de an�lise e interpreta��o das rela��es entre arquitetura (ambiente) e o homem (comportamento), certamente produz uma s�rie de benef�cios, todos ligados � melhoria da vida por meio da cria��o de espa�os mais saud�veis e mais coerentes com as sensa��es humanas. Interven��es arquitet�nicas e urban�sticas que modelam, conformam e comp�em a vida.” 
 

Neuroarquiteutra no Uni-BH


A neuroarquitetura � apresentada no UNI-BH dentro das unidades de conhecimento de projeto de interiores, arquitet�nicos e urban�sticos. E de duas formas: indireta, aplicando conceitos como da arquitetura dos sentidos; arquitetura humana; arquitetura narrativa; arquitetura afetiva, entre outros. E de forma direta, no desenvolvimento de uma metodologia projetual (baseada em evid�ncias cient�ficas) centrada no ser humano e no impacto que o ambiente pode trazer para sua sa�de, bem-estar e desempenho. Assim, o profissional se forma consciente de suas a��es projetuais respaldadas, al�m da sensibilidade e subjetividade, no saber t�cnico e cient�fico, conferindo � rela��o “ambiente e comportamento” um car�ter mais potente, mais facilmente aplic�vel, mais respons�vel e,
 por consequ�ncia, mais transformador. 
 
Livro
Livro 'Neuroarquitetura - A neuroci�ncia no ambiente constru�do' (foto: Reprodu��o)
 
 

Para ler

"Neuroarquitetura - A neuroci�ncia no ambiente constru�do”, de Vilma Villarouco, Nicole Ferrer, Marie Monique Paiva, Julia Fonseca e Ana Paula Guedes, da Editora Rio Books, de 2021. Livro apresenta o novo di�logo que integra arquitetura e neuroci�ncia, buscando entender trocas poss�veis entre esses campos: por exemplo, como o c�rebro processa o ambiente que vivenciamos; ou como a arquitetura pode, conhecendo melhor os mecanismos dos processos neurais, planejar experi�ncias que tragam sa�de e bem-estar em projetos arquitet�nicos. As autoras procuraram introduzir o leitor, mesmo o leigo, �s bases da neuroci�ncia, a fim de prepar�-lo para entender arquitetura de uma forma nova: a teoria e a pr�tica da neuroarquitetura. 


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