Tema do Dia Mundial da Seguran�a dos Alimentos, edi��o 2022: "Alimenta��o Segura, Melhor Sa�de" (foto: G�bor Adonyi/Pixabay )
Hoje, 7 de junho, � o Dia Mundial da Seguran�a dos Alimentos (DMIA), que chega � sua quarta edi��o. Promovida pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Alimenta��o e a Agricultura (FAO), junto � Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), tem como objetivo chamar a aten��o e inspirar a��es para ajudar a prevenir, detectar e gerenciar riscos de origem alimentar, contribuindo para a seguran�a dos alimentos, sa�de humana, prosperidade econ�mica, agricultura, acesso a mercados, turismo e desenvolvimento sustent�vel.
O tema deste ano � “Alimenta��o Segura, Melhor Sa�de”. O acesso a alimentos seguros � essencial � sa�de e para o bem-estar das pessoas, dos animais e do meio ambiente. E todos s�o respons�veis, j� que h� um papel para cada um do campo � mesa. E o tema est� entre os 17 principais Objetivos de Desenvolvimento Sustent�vel da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).
De acordo com dados da FAO, anualmente, uma em cada 10 pessoas no mundo adoece ap�s consumir alimentos contaminados. A Funda��o Ezequiel Dias (Funed) contribui para uma alimenta��o saud�vel por meio de v�rias pr�ticas, dentre elas an�lises em alimentos e �guas, que avaliam, por exemplo, o n�vel de contamina��o por res�duos de agrot�xicos e at� por metais pesados.
Comportamento da sociedade
No Dia Mundial da Seguran�a dos Alimentos, tamb�m est� em debate a urg�ncia de mudan�a nos h�bitos alimentares, priorizando vegetais, frutas e alimentos minimamente processados (foto: FotoshopTofs /Pixabay)
A Funed tamb�m participa de um grupo de trabalho, coordenado pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), que discute os contaminantes em alimentos.
Milton Cabral, analista e pesquisador do Servi�o de Gerenciamento de Amostras da Funed, avisa que a responsabilidade para assegurar que a sociedade tenha acesso a alimentos seguros n�o � de uma pessoa ou institui��o. "Cada pessoa tem um papel a desempenhar na cadeia de alimentos, seja cultivando, processando, transportando, armazenando, vendendo, comprando, preparando, ou servindo alimentos. Todos n�s podemos assumir posturas para garantir a seguran�a na alimenta��o”.
Milton Cabral, analista e pesquisador do Servi�o de Gerenciamento de Amostras da Funed, alerta que a responsabilidade para assegurar que a sociedade tenha acesso a alimentos seguros n�o � de uma �nica pessoa ou institui��o (foto: Ikki Garzon/Divulga��o)
O comportamento da sociedade e a forma como os sistemas alimentares e as cadeias de abastecimento de alimentos s�o constru�das podem evitar que perigos qu�micos (contaminantes, toxinas, res�duos de medicamento veterin�rios, agrot�xicos), f�sico e biol�gicos (bact�rias, v�rus e parasitas), cheguem � mesa.
“A realiza��o de mudan�as sistem�ticas, orientadas � melhorar a sa�de, proporcionam alimentos mais seguros, que s�o considerados elementos essenciais para o desenvolvimento humano a longo prazo e pr�-requisito para alcan�ar os Objetivos de Desenvolvimento Sustent�vel (ODS)”, lembra Milton Cabral.
Cinco chaves para alimentos seguros
Individualmente, al�m de conhecer essa cadeia e exigir pr�ticas mais seguras, os consumidores podem praticar a manipula��o segura de alimentos em casam seguindo as cinco chaves para alimentos mais seguros, recomendadas pela OMS:
Mantenha a limpeza.
Separe alimentos crus dos cozidos.
Cozinhe completamente os alimentos.
Mantenha os alimentos a temperaturas seguras.
Use �gua e mat�rias-primas seguras.
"Uma vez que a que a sa�de � um bem coletivo, influenciada por diferentes culturas, � importante que a��es de regula��o (normas e orienta��es) sejam pensadas e trazidas � popula��o com clareza”, ressalta Milton Cabral.
Mais de 200 doen�as causadas pela ingest�o de produtos contaminados
No Dia Mundial da Seguran�a dos Alimentos, tamb�m est� em debate a urg�ncia de mudan�a nos h�bitos alimentares, priorizando vegetais, frutas e alimentos minimamente processados.
Levantamento da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (OPAS) aponta que mais de 200 doen�as s�o causadas pela ingest�o de produtos contaminados com bact�rias, v�rus, parasitas ou subst�ncias qu�micas (metais pesados).
Por esse motivo, os organizadores do evento, institui��es ligadas � FAO, destacam em um guia orientativo, a responsabilidade de cada ente da sociedade, no sentido de promover uma alimenta��o segura para toda a sociedade, confira:
1 - Governos:
- Promovam a colabora��o multissetorial.
- Programas de apoio p�blico devem focar em alimentos saud�veis e seguros.
- Projetem pol�ticas s�lidas e pratiquem uma gest�o adequada.
2 - Empresas de alimentos:
- Acompanhem os compromissos relacionados � seguran�a dos alimentos.
- Promovam a cultura de seguran�a dos alimentos.
- Cumpram as normas alimentares internacionais.
3 - Institui��es de ensino e locais de trabalho:
- Apoiem a educa��o em seguran�a dos alimentos.
- Promovam a manipula��o segura dos alimentos.
- Envolvam as fam�lias.
4 - Consumidores:
- Mantenham-se informados e promovam a seguran�a dos alimentos
- Pratiquem a manipula��o segura de alimentos em casa
E uma forma de se informar � buscar conhecimento em cursos como os do Senac EAD, onde profissionais do setor de alimenta��o t�m a oportunidade de aperfei�oarem os conhecimentos em cursos livres e de extens�o universit�ria, al�m de especializa��es focadas na seguran�a dos alimentos.
Em outrubro, nova rotulagem dos alimentos
Uma das mudan�as previstas nas legisla��es � o novo modelo de rotulagem nutricional frontal aprovado pela Anvisa, no qual estabelece a inser��o de selo frontal com um s�mbolo de lupa informando sobre o alto teor de a��cares adicionados, s�dio e gorduras saturadas (foto: Reprodu��o Internet)
Uma outra ferramenta para buscar a seguran�a alimentar est� em saber o que se come, principalmente quando se trata de produtos industrializados. Portanto, � preciso que estar em alerta porque a partir de outubro de 2022 o consumidor brasileiro ir� se deparar com uma nova rotulagem na parte frontal das embalagens de alimentos. � quando entram em vigor a RDC 429/2020 e a IN 75/2020, ambas publicadas em 2020, mas que somente neste ano come�am a valer em todo o pa�s.
Uma das mudan�as previstas nas legisla��es � o novo modelo de rotulagem nutricional frontal aprovado pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), no qual estabelece a inser��o de selo frontal com um s�mbolo de lupa informando sobre o alto teor de a��cares adicionados (maior ou igual a 15g), s�dio (maior ou igual a 600 mg) e gorduras saturadas (maior ou igual a 6g) - valores de refer�ncia por nutriente (a cada 100g).
O principal objetivo da mudan�a � garantir mais transpar�ncia e informa��o para o consumidor sobre os alimentos consumidos. Mesmo depois de outubro, ainda vai ser poss�vel encontrar no mercado produtos sem a nova rotulagem nutricional. Isso porque alimentos que j� se encontram no mercado t�m mais 12 meses para se adequarem. Al�m disso, produtos fabricados at� o final do prazo de adequa��o poder�o ser comercializados at� o fim do seu prazo de validade.
O Brasil n�o estabelece obrigatoriedade de declara��o de alto teor de calorias, nem das gorduras trans na parte frontal das embalagens, como em outros pa�ses. Mas, por outro lado, � o �nico pa�s da Am�rica Latina que atrelou as informa��es do r�tulo frontal com as normas de rotulagem nutricional. Alguns pa�ses vizinhos, como o Uruguai, Chile, Col�mbia, Peru, M�xico, e, recentemente, Argentina, tamb�m adotaram a rotulagem frontal.
Quanto consumir de a��car, sal e gordura?
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) recomenda que, no m�ximo, 10% das calorias di�rias sejam derivadas de a��cares, ou seja, para uma dieta de 2.000 calorias, essa taxa equivale a 50 gramas de a��cares por dia (ou 10 colheres de ch�).
J� para o s�dio a recomenda��o � de at� 2.000 mg/dia, o que equivale a at� 5 gramas de sal. No caso das gorduras, o consumo di�rio de gorduras totais na dieta deve ser inferior a 30% do valor energ�tico total (VET).
De acordo com a Visanco, consultoria t�cnica em assuntos regulat�rios, as novas normas de rotulagem v�o exigir das empresas um planejamento estrat�gico para lidar com as diferentes mudan�as dentro do prazo estabelecido para a adequa��o.
“As empresas fabricantes de ingredientes e aditivos destinados ao processamento industrial B2B (business to business) tamb�m precisar�o se adequar no mesmo prazo dos produtos B2C (business to consumer) e isso representa um grande desafio, pois as informa��es nutricionais dos produtos B2B s�o essenciais para as empresas B2C compreenderem a contribui��o nutricional dos ingredientes nos seus produtos. Portanto, mesmo que as normas entrem em vigor apenas em outubro deste ano, a adequa��o j� deve ser planejada por todos os setores”, alerta Dom�nica Maioli, gerente t�cnica da �rea de alimentos da Visanco.
receba nossa newsletter
Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor