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Estado de Minas COVID-19

O que diz a ci�ncia sobre o uso da vacina de Oxford por idosos

OMS recomendou o uso do imunizante para adultos de todas as idades, mas alguns pa�ses n�o o indicam para quem tem mais de 65 anos


12/02/2021 14:01 - atualizado 12/02/2021 17:02

Vacina de Oxford é segura e gera boa resposta imune em idosos, mas eficácia específica ainda é pesquisada(foto: Reuters)
Vacina de Oxford � segura e gera boa resposta imune em idosos, mas efic�cia espec�fica ainda � pesquisada (foto: Reuters)

A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) recomendou que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmac�utica AstraZeneca seja aplica em adultos de todas as idades, inclusive em idosos.




Isso abriu caminho para que o imunizante seja distribu�do por meio da Covax, uma coaliz�o de 165 na��es apoiada pela Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) que busca garantir o fornecimento de uma vacina contra o novo coronav�rus aos pa�ses mais pobres, entre eles o Brasil.

A posi��o da OMS foi na dire��o contr�ria da indica��o mais recente feita por alguns pa�ses da Europa como Alemanha e �ustria, que decidiram n�o aplicar a vacina de Oxford em pessoas com mais de 65 anos, por n�o haver estudos conclusivos sobre sua efic�cia para essa faixa et�ria.

Mas o que a ci�ncia diz at� agora sobre este imunizante, um dos �nicos dois aprovados para uso at� agora no Brasil, onde ele j� � aplicado na popula��o e, especialmente, em idosos, que s�o um grupo de risco da COVID-19 e est�o sendo priorizados nos planos de imuniza��o?

A BBC News Brasil conversou com Jorge Kalil, diretor do Laborat�rio de Imunologia do Instituto do Cora��o (Incor), e Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm), e esclarece as d�vidas sobre a aplica��o da vacina de Oxford em idosos a seguir.

O que disse a OMS?

O Grupo Consultivo Estrat�gico de Especialistas (Sage, na sigla em ingl�s) da OMS recomendou a aplica��o da vacina de Oxford para pessoas acima de 18 anos, "sem um limite m�ximo de idade".

A decis�o foi tomada mesmo que ainda esteja sendo investigada a taxa de efic�cia espec�fica para pessoas com mais de 65 anos — os estudos cl�nicos apontaram que o imunizante tem uma efic�cia global de 82% ap�s a aplica��o da segunda dose, quando consideradas todas as faixas et�rias acima de 18 anos.

Alejandro Cravioto, presidente do comit� de especialistas da OMS, disse que a urg�ncia criada pela pandemia � muito grande para aguardar por estes resultados.

A prioridade neste momento � impedir que as pessoas desenvolvam formas graves da doen�a e morram, e a vacina de Oxford demonstrou ser capaz de fazer isso, explicou ele.

"Esperar v�rias semanas para ter mais informa��es e s� ent�o fazer uma recomenda��o, quando j� temos dados suficientes n�o seria apropriado", argumentou Cravioto.

A vacina de Oxford � barata de fabricar, pode ser produzida em massa e pode ser armazenada em um refrigerador comum, o que facilita a imuniza��o em muitos pa�ses.

A OMS tamb�m recomendou sua aplica��o em pa�ses que enfrentam novas variantes do coronav�rus — como � o caso do Brasil —, contras as quais as vacinas atuais podem ser menos eficazes.

Dados preliminares de testes feitos na �frica do Sul, onde foi detectada uma das novas cepas, apontaram que a vacina de Oxford oferece uma "prote��o m�nima" contra casos leves e moderados em jovens.

A diretora de imuniza��o da OMS, Katherine O'Brien, disse que o estudo sul-africano foi "inconclusivo" e que � "plaus�vel" considerar que a vacina previne formas graves da COVID-19.

"Mesmo que a efic�cia caia para um �ndice t�o baixo quanto 10%, ainda a coisa certa a fazer � imunizar os idosos por causa do maior risco de ter uma forma grave da doen�a e de mortalidade nessa faixa et�ria", disse O'Brien.

Por que alguns pa�ses n�o recomendam a vacina de Oxford para idosos?

Alemanha, �ustria, Fran�a, It�lia e, mais recentemente, Portugal afirmaram que n�o indicam a aplica��o do imunizante em pessoas com mais de 65 anos, porque at� o momento n�o se sabe sua efic�cia nesta faixa et�ria.

Isso ocorreu porque n�o havia um n�mero suficiente de idosos nos estudos feitos para esta vacina para haver uma conclus�o confi�vel a respeito.

"Outro fator relevante � que na Europa, eles t�m acesso a outras vacinas, como a da Pfizer, que se mostrou eficaz para idosos", diz o imunologista Jorge Kalil.


Alguns países europeus acreditam que o imunizante de Oxford não foi foi suficientmente testado em adultos com mais de 65 anos(foto: Getty Images)
Alguns pa�ses europeus acreditam que o imunizante de Oxford n�o foi foi suficientmente testado em adultos com mais de 65 anos (foto: Getty Images)

Como estes pa�ses compraram imunizantes de tr�s, quatro ou mais fornecedores, eles t�m algumas op��es � m�o.

Podem assim estabelecer em seus planos que um imunizante que tenha efic�cia comprovada em idosos seja aplicado neste grupo enquanto outros s�o reservados para pessoas de outras idades.

"Fazer isso � leg�timo e defens�vel. O que nenhum pa�s faria seria deixar de vacinar seus idosos", diz o m�dico Renato Kfouri.

N�o ter dados de efic�cia significa que a vacina n�o funciona para idosos?

De forma alguma. Na verdade, as duas primeiras fases dos estudos cl�nicos deste imunizante apontam que ele � seguro para idosos e gera uma resposta do sistema imunol�gico t�o boa quanto em outras faixas et�rias.

"Foram estes resultados que permitiram liberar o uso no Brasil e a pr�pria OMS recomendar para todas as idades. Isso � muito comum em vacinologia: apontar que se a taxa de anticorpos � suficiente para proteger pessoas de uma certa idade, tamb�m deve ser para pessoas de outra idade", diz Kfouri.

Enquanto isso, um estudo est� sendo feito nos Estados Unidos com 30 mil pessoas, e h� entre elas um n�mero substancial de participantes com mais de 65 anos.

Isso provavelmente permitir� saber com mais precis�o qual � a efic�cia da vacina de Oxford em idosos.

Mas e se um estudo concluir que a vacina � menos eficaz em quem tem mais de 65 anos?

Isso n�o seria nenhuma surpresa, porque � comum que uma vacina n�o produza uma resposta imunol�gica t�o boa em pessoas mais velhas quanto nas mais novas.

Isso ocorre, por exemplo, com as vacinas contra a gripe e hepatite B, diz Kalil. Mesmo a vacina da Pfizer, que teve sua efic�cia em idosos comprovada, apresentou uma taxa um pouco menor neste grupo.

"O sistema imune de idosos envelhece como todo o resto do corpo e por isso n�o responde t�o bem", explica o imunologista do Incor.

Esse fen�meno � conhecido como imunossenesc�ncia e ajuda a explicar porque a COVID-19 � mais letal em idosos em quem tem mais idade.


Cientistas ainda investigam eficácia de vacinas contra novas cepas do coronavírus(foto: Getty Images)
Cientistas ainda investigam efic�cia de vacinas contra novas cepas do coronav�rus (foto: Getty Images)

Ent�o os idosos devem usar a vacina de Oxford?

N�o h� d�vidas quanto a isso. "Tem que tomar. Uma vacina sempre funciona de alguma forma, sempre estimula o sistema imune", diz Kalil.

Ser imunizado ensina nosso corpo a se defender de uma amea�a e, mesmo que n�o impe�a que uma pessoa fique doente, diminui muito as chances de algu�m ficar gravemente doente e morrer.

Isso vale especialmente para os idosos — n�o � � toa que eles est�o sendo priorizados mundo afora nos programas de imuniza��o.

"Os idosos foram desproporcionalmente acometidos, respondem por dois ter�os das hospitaliza��es e dos �bitos e, por isso, precisam receber a vacina primeiro", diz Kfouri.

Os dois especialistas lembram ainda que, at� o momento, tamb�m n�o se sabe a efic�cia exata em idosos da CoronaVac, a �nica outra vacina aprovada para uso no Brasil. Sabe-se apenas que ela funciona.

Por isso, a recomenda��o continua a ser a mesma: evitar aglomera��es, usar m�scara e, quando poss�vel, se vacinar — seja qual for a vacina que estiver dispon�vel.


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