Pesquisadores da Universidade Nacional da Irlanda, em Galway, (NUI Galway) mostraram, pela primeira vez, que esp�cies menores de escorpi�es, com garras menores, t�m venenos mais potentes em compara��o com esp�cies maiores com garras robustas.
Os cientistas testaram a teoria de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que alertava para os perigos dos pequenos escorpi�es, e que “quando se trata de escorpi�es, quanto maior, melhor”.
Embora isso possa ter sido uma simples fala de filme do aventureiro arque�logo Indiana Jones, a pesquisa mostra que h� verdade nisso.
A equipe de cientistas do Instituto Ryan da NUI Galway testou a teoria analisando 36 esp�cies de escorpi�es para mostrar que escorpi�es maiores t�m venenos menos potentes e realmente s�o melhores em termos de evitar uma picada desagrad�vel.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista internacional Toxins. Ele mostra os menores escorpi�es em suas an�lises, como o escorpi�o-amarelo brasileiro, que � mais de 100 vezes mais potente que as maiores esp�cies que estudaram, como o escorpi�o-das-rochas (Hadogenes troglodytes)
O padr�o de pot�ncia n�o era apenas sobre o tamanho do corpo, mas tamb�m o tamanho da garra, com venenos encontrados em esp�cies com as menores garras, incluindo o escorpi�o sul-africano de cauda grossa (Parabuthus transvaalicus), que � mais de 10 vezes mais potente em compara��o com esp�cies com garras maiores e mais robustas, como o escorpi�o de ouro israelense (Scorpio maurus).
Kevin Healy, professor de zoologia da NUI Galway e pesquisador s�nior do estudo, diz: "Fora a curiosidade divertida do filme, h� boas raz�es evolutivas para esperar os resultados e implica��es m�dicas importantes para esses padr�es".
Os pesquisadores destacaram que, embora os escorpi�es usem tanto sua picada venenosa quanto suas garras para capturar presas e para defesa, h� uma troca evolutiva entre as armas. A energia usada para fazer garras maiores significa que menos energia est� dispon�vel para o arsenal qu�mico. Isso resulta em escorpi�es maiores, que podem usar seu tamanho f�sico, serem menos dependentes de venenos, enquanto esp�cies menores desenvolveram venenos mais potentes.
Healy acrescenta: "Quando olhamos para os venenos de escorpi�o mais potentes e perigosos, descobrimos que eles tendem a estar associados a esp�cies como o Deathstalker, que s�o relativamente pequenos. Em contraste, as maiores esp�cies, como os escorpi�es das rochas, t�m venenos que provavelmente causam apenas uma leve dor".
Alannah Forde, estudante de p�s-gradua��o da NUI Galway e principal autora do estudo, afirma: “N�o apenas descobrimos que quanto maior melhor — quando se trata de pessoas sendo picadas — tamb�m descobrimos que garras maiores s�o melhores quando se trata de avaliar o n�vel de perigo de um escorpi�o. Embora esp�cies como o escorpi�o de ouro israelense possam ser de tamanho pequeno a m�dio, eles dependem principalmente de suas grandes garras em vez de seu veneno relativamente fraco.”
As picadas de escorpi�o s�o um problema de sa�de global com mais de 1 milh�o de casos e milhares de mortes todos os anos. Identificar as esp�cies envolvidas em uma picada � vital para o tratamento, portanto, regras gerais como “quanto maior, melhor” s�o frequentemente usadas para ajudar no tratamento.
A equipe pretende testar essas regras evolutivas para entender o que torna algumas esp�cies mais potentes para ajudar a desenvolver melhores abordagens m�dicas para picadas de escorpi�o.
Michel Dugon, chefe do Laborat�rio de An�lise de Veneno (Venom System Lab) da NUI Galway e pesquisador s�nior do estudo, completa: "Como cientistas, nosso trabalho tamb�m � testar a sabedoria popular. A maioria das v�timas hospitalizadas com sintomas graves ap�s picada de escorpi�o s�o crian�as com menos de 15 anos. Identificar a esp�cie respons�vel � essencial para administrar o tratamento correto, e uma regra simples como ‘quanto maior melhor’ � um primeiro pequeno passo para salvar vidas.”
O estudo completo pode na revista Toxins pode ser encontrado aqui.