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Os polvos t�m sentimentos?

Os polvos resolvem problemas, fazem travessuras e s�o verdadeiros artistas da fuga. Sua vida �ntima parece ser bastante rica


04/08/2022 17:58 - atualizado 05/08/2022 10:41


polvo
Como � ser um polvo? (foto: Alamy)

Era uma noite importante para Inky, o polvo neozeland�s.

Os visitantes do dia j� tinham vindo e sa�do. Sua sala no aqu�rio estava deserta. E a tampa do tanque estava entreaberta, o que raramente acontece.

Inky n�o tinha companhia feminina h� algum tempo e dividia o tanque apenas com outro macho, Blotchy. E a tampa solta oferecia a Inky uma oportunidade.

Com seus oito membros fortes e cheios de ventosas - e, provavelmente, com preocupa��es �ntimas pr�prias - Inky saiu da �gua, passou pela tampa solta e desceu at� o piso do aqu�rio.

Ele prosseguiu por cerca de quatro metros at� encontrar algo mais - n�o uma f�mea, mas um ralo que levava ao Oceano Pac�fico. E fugiu.

Blotchy era a �nica testemunha presente para presenciar a intr�pida fuga. Mas, com a ajuda de uma trilha �mida e comprometedoras marcas de ventosas, os movimentos de Inky foram rastreados posteriormente pelos funcion�rios do Aqu�rio Nacional da Nova Zel�ndia, na cidade de Napier, no norte do pa�s.

Inky demonstrou em sua famosa fuga que os polvos s�o animais h�beis na solu��o de problemas. Eles s�o muito inteligentes e podem aprender tarefas novas e orientar-se no seu ambiente.

E existe consenso cada vez maior de que os polvos, muito provavelmente, s�o sencientes.

As pessoas que trabalham com polvos e passam muito tempo na sua companhia descrevem a sensa��o que t�m quando olham para um polvo. Parece que algu�m est� olhando de volta.

"Quando voc� lida com um polvo atento e curioso sobre alguma coisa, � muito dif�cil imaginar que ele n�o esteja tendo nenhuma experi�ncia", segundo Peter Godfrey-Smith, professor de hist�ria e filosofia da ci�ncia da Universidade de Sydney, na Austr�lia, e autor do livro Outras Mentes: O Polvo e a Origem da Consci�ncia (Ed. Todavia, 2019). "Parece algo irresist�vel. N�o � evid�ncia, � apenas impress�o."

Partindo desse pressentimento, como podemos explorar a consci�ncia de um animal t�o diferente de n�s?


polvo em pedra
O polvo tem configura��o de corpo e sistema nervoso muito diferente de n�s. Mesmo assim, ele tem a mesma capacidade de sentir dor e talvez tenha outros sentimentos (foto: Getty Images)

Como � ser um polvo?

Antes de tudo, o que os fil�sofos e cientistas querem dizer com "consci�ncia" neste contexto? Para Godfrey-Smith, o significado � de "algo que � como ser aquele animal".

Em um ensaio famoso, o fil�sofo norte-americano Thomas Nagel pergunta "como � ser um morcego?" Nagel descreve que � muito dif�cil, quando n�o imposs�vel, imaginar as experi�ncias �ntimas de um morcego se o seu ponto de refer�ncia for o corpo humano e a sua pr�pria mente humana.

Da mesma forma, imaginar a vida �ntima de um polvo � dif�cil do ponto de vista humano. Tente por um momento - imagine como seria ficar suspenso na fria penumbra azulada do leito do oceano, talvez levemente arrastado pela corrente puxando voc� com seus oito bra�os balan�ando suavemente � sua volta.

Como voc� imagina a sensa��o de ter as pontas dos seus membros com ventosas se movendo? Talvez seja como agitar seus dedos humanos, das m�os e dos p�s?

Agora, acrescente � equa��o o fato de que o polvo � um animal invertebrado, sem esqueleto. Suas pernas n�o t�m f�mur, t�bia, nem f�bula. Ele n�o tem p�s e nem dedos para agitar.

Os polvos t�m um esqueleto hidrost�tico, que combina a contra��o muscular e a resist�ncia da �gua para comprimir-se e gerar movimento. � muito diferente da experi�ncia humana de mover as extremidades do corpo.

Uma analogia um pouco mais pr�xima pode ser o movimento das nossas l�nguas, que tamb�m fazem uso da press�o hidrost�tica. De fato, os membros do polvo s�o cobertos de ventosas que t�m sensores exclusivos que sentem o sabor de tudo o que tocam.

"Os bra�os do polvo, de certa forma, s�o mais parecidos com l�bios ou l�nguas do que com as m�os", segundo Godfrey-Smith. "Existe todo um grande conjunto de informa��es sensoriais com base no paladar que chega cada vez que o animal faz qualquer coisa. � uma situa��o muito diferente da nossa."

E tudo fica ainda mais estranho quanto mais examinamos o sistema nervoso do polvo. Os bra�os do polvo t�m mais autonomia que nossos bra�os e pernas humanas.

Cada bra�o do polvo tem o seu pr�prio c�rebro em miniatura, que fornece certo grau de independ�ncia do c�rebro central do animal. J� o nosso sistema nervoso � altamente centralizado - o c�rebro � o n�cleo da integra��o sensorial, das emo��es, do in�cio dos movimentos, do comportamento e de outras a��es.

"Um dos nossos desafios reais � tentar descobrir como poder�o ser as experi�ncias em um tipo de sistema menos centralizado, menos integrado", afirma Godfrey-Smith.

"No caso do polvo, as pessoas �s vezes perguntam se podem estar presentes diversas consci�ncias. Acho que � apenas uma consci�ncia por polvo, mas pode haver uma esp�cie de fragmenta��o parcial, ou apenas algum tipo de desarticula��o", explica ele.

A cria��o em fazendas

Quanto mais de perto voc� examina o corpo e o sistema nervoso do polvo, mais dif�cil fica imaginar - ou acreditar que voc� est� imaginando - qual pode ser a sensa��o de ser um polvo. Afinal, o nosso �ltimo ancestral comum com esses animais viveu 600 milh�es de anos atr�s (um animal sem apar�ncia inspiradora, algo como uma lombriga).

Mas, por mais dif�cil que possa parecer, vale a pena tentar entender se os polvos t�m consci�ncia - e, se tiverem, como ela seria, segundo Godfrey-Smith. "N�s s� precisamos pensar sobre isso, trabalhar e tentar formar um quadro."

Esta quest�o � cada vez mais urgente. A empresa multinacional de frutos do mar Nueva Pescanova est� no momento buscando as licen�as para abrir a primeira fazenda comercial de polvos do mundo, nas Ilhas Can�rias. O an�ncio levantou questionamentos dos ativistas do bem-estar animal, que consideram anti�tico criar esses animais inteligentes e possivelmente sencientes em fazendas.

Um estudo afirma que "quando a quest�o de consci�ncia animal est� em considera��o, nossa culpa ou inoc�ncia como civiliza��o por um enorme conjunto de crueldades pode pesar na balan�a".

A Nueva Pescanova declarou � BBC que est� realizando pesquisas sobre os "mecanismos cognitivos e neurofisiol�gicos do polvo" e que suas condi��es de aquacultura permitem "melhorar objetivamente o bem-estar dos polvos".

A Nueva Pescanova afirma que suas condi��es de aquacultura imitar�o o habitat natural dos animais. "� um sistema inovador que est� tendo excelentes resultados em termos de crescimento, sobreviv�ncia e resist�ncia da esp�cie", segundo um porta-voz da empresa.


polvo Paul
Quem n�o se lembra do polvo Paul 'prevendo' os resultados dos jogos de futebol da Copa do Mundo de 2010? (foto: Getty Images)

Mentes diferentes, mas ambos sencientes

Heather Browning, pesquisadora cursando p�s-doutorado em senci�ncia e bem-estar animal na London School of Economics (LSE), argumenta em um ensaio que "a mente de um polvo pode ser muito diferente da nossa, mas somente tentando ver o mundo do ponto de vista dele � que poderemos descobrir o que � bom para ele e assim garantir seu bem-estar".

Browning trabalha em um projeto sobre as bases da senci�ncia animal na LSE e fez parte de uma equipe que produziu um importante relat�rio tentando descobrir se os polvos t�m consci�ncia.

Uma abordagem � come�ar com um estudo de caso sobre um animal que sabemos que � senciente: o ser humano.

"Se formos realmente analisar, consideramos que somos sencientes e que outros seres humanos como n�s tamb�m s�o, o que acho bastante razo�vel", explica Browning. "A partir daqui, voc� pode come�ar a procurar caracter�sticas que outros animais podem ter em comum conosco."

Vamos considerar, por exemplo, a capacidade de sentir dor, que foi o tema do relat�rio da equipe da LSE sobre moluscos cefal�podes (incluindo polvos, s�pias e lulas) e crust�ceos dec�podes (que incluem caranguejos, lagostas, lagostins e camar�es).

Browning e seus colegas analisaram mais de 300 documentos cient�ficos para elaborar oito crit�rios que indicam que os animais podem sentir dor:

1. Presen�a de nociceptores (receptores que detectam est�mulos nocivos, como altas temperaturas ou cortes).

2. Presen�a de partes do c�rebro que integram informa��es sensoriais.

3. Conex�es entre os nociceptores e as regi�es do c�rebro integradas.

4. Rea��es afetadas por anest�sicos ou analg�sicos locais.

5. Compensa��es motivacionais que exibem equil�brio entre amea�as e oportunidades de recompensa.

6. Comportamentos flex�veis de autoprote��o em resposta a les�es e amea�as.

7. Aprendizado associativo que vai al�m do h�bito e da sensibiliza��o.

8. Comportamento que demonstra que o animal valoriza anest�sicos ou analg�sicos locais quando lesionado.

Os animais podem atender a cada crit�rio com n�vel de confian�a alto, m�dio ou baixo, dependendo se a pesquisa for conclusiva ou inconclusiva. Se o animal atender a sete ou mais dos crit�rios, Browning e seus colegas defendem que existem evid�ncias "muito fortes" de que o animal � senciente. Se ele atender cinco ou mais crit�rios com alto n�vel de confian�a, existem "fortes evid�ncias" de senci�ncia e assim por diante.

Com esta avalia��o, Browning e seus colegas conclu�ram que existem poucas d�vidas de que os polvos podem sentir dor e, portanto, s�o sencientes. Eles atendem a todos os crit�rios com confian�a alta ou muito alta, exceto um com confian�a m�dia.

Eles tiveram a avalia��o mais alta de todas as criaturas estudadas - mais at� que as suas primas s�pias, que s�o consideradas mais inteligentes. Mas Browning observa que outros cefal�podes, al�m dos polvos, receberam muito menos pesquisas, o que afeta suas avalia��es.

O relat�rio foi usado como evid�ncia para servir de informa��o para uma altera��o da Lei do Bem-Estar (Senci�ncia) Animal do Reino Unido, reconhecendo que os moluscos cefal�podes e os crust�ceos dec�podes s�o sencientes.

"Acho que � algo bom o fato de que, no Reino Unido, os polvos e tamb�m os crust�ceos estejam conseguindo um novo tipo de reconhecimento de direitos animais", afirma Godfrey-Smith.

A capacidade de sentir dor � apenas uma das muitas facetas da consci�ncia. Existe tamb�m a capacidade de sentir prazer, de sentir interesse ou desinteresse, de experimentar companhia e muitas mais. Com novas pesquisas, os cientistas podem ser capazes de idealizar escalas similares para medir outros aspectos diferentes da consci�ncia dos animais.


polvo e peixe
Compreender a senci�ncia dos polvos pode ajudar a melhorar seu bem-estar no cativeiro e alimentar os debates sobre a �tica da sua cria��o em fazendas. (foto: Getty Images)

Curiosos e criativos

Existe tamb�m uma segunda linha de evid�ncias, al�m das correla��es com as experi�ncias humanas. Trata-se da an�lise do papel biol�gico da consci�ncia e por que ela evoluiu. "� algo que as pessoas est�o apenas come�ando a questionar", segundo Browning.

Uma possibilidade � que a consci�ncia tenha evolu�do lado a lado com os comportamentos, como os tipos complexos de aprendizado, tomada de decis�es e compensa��es motivacionais.

Voc� se arrisca a sair do seu abrigo para pegar uma refei��o, mesmo depois de ter visto um predador nas redondezas? S�o situa��es complexas como esta que podem gerar a sensa��o de experi�ncia.

"Existem algumas coisas que as pessoas pensam, pelo menos entre os seres humanos, que n�o � poss�vel fazer inconscientemente", explica Godfrey-Smith. "Elas incluem a rea��o inteligente � novidade."

�s vezes, quando encontram uma novidade, como uma alavanca no seu tanque, os polvos reagem com uma criatividade toda pr�pria. E, para os estudiosos, essa originalidade pode ser um pouco frustrante.

Em um experimento em 1959, o psic�logo norte-americano Peter Dews treinou tr�s polvos - que ele batizou de Albert, Bertram e Charles - a empurrar uma alavanca no seu tanque para acender uma l�mpada e liberar um pequeno peda�o de peixe.

Albert e Bertram aprenderam a fazer isso sem muita dificuldade. Mas Charles foi mais al�m.

Dews relatou que "Charles fixou diversos tent�culos ao lado do tanque, outros em volta da alavanca e aplicou bastante for�a. A alavanca dobrou diversas vezes e, no 11º dia, ela se rompeu, levando ao t�rmino prematuro do experimento."

Al�m de ser "particularmente festeiro", nas palavras de Godfrey-Smith (Charles tinha o h�bito de espirrar jatos de �gua em todas as pessoas que se aproximassem do seu tanque), o polvo demonstrou not�vel interesse pela l�mpada. Albert e Bertram praticamente a ignoraram, mas Charles rodeou a luz com seus tent�culos e a carregou para o seu tanque.

Para Godfrey-Smith, esses exemplos de curiosidade e aten��o s�o reveladores. "Algumas das principais teorias sobre o que � a consci�ncia nos animais aceitam que uma esp�cie de orienta��o atenta aos objetos n�o � o tipo de coisa que pode ocorrer inconscientemente para n�s ou, aparentemente, para outros animais", ele conta. "Por isso, � um sinal altamente sugestivo de experi�ncia."

Mas, se o polvo realmente for senciente, ainda permanece a quest�o mais importante: como � ser um polvo?

Parte da raz�o da dificuldade da resposta � que a ci�ncia n�o fornece resultados que sejam �teis para determinar experi�ncias subjetivas, segundo Marta Halina, professora do Departamento de Hist�ria e Filosofia da Ci�ncia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

"Como � ser um organismo do ponto de vista daquele organismo em primeira pessoa - n�s n�o temos acesso a isso", afirma Halina. "A ci�ncia assume o ponto de vista de terceira pessoa sobre os sintomas - e aqui reside o problema."

Este salto do objetivo para o subjetivo ficou conhecido como "o problema dif�cil da consci�ncia".

O problema dif�cil da consci�ncia

Segundo o fil�sofo australiano David Chalmers, a quest�o �: como os processos f�sicos no c�rebro causam as experi�ncias subjetivas da mente?

Apesar de d�cadas de pesquisas neurocient�ficas sobre fen�menos como o sono, vig�lia, percep��o e solu��o de problemas, o problema dif�cil da consci�ncia persiste.

Chalmers argumenta que � conceb�vel podermos compreender os fundamentos neurocient�ficos de uma ampla variedade de comportamentos humanos sem a necessidade de invocar uma experi�ncia subjetiva do mundo, em primeira pessoa, para que fa�a sentido.

Chalmers acredita que o problema, em �ltima an�lise, � uma quest�o para os cientistas responderem - se � que os nossos m�todos cient�ficos atuais s�o apropriados para encontrar essa resposta.

Consci�ncia ex�tica

O problema dif�cil da consci�ncia pode ainda n�o ter solu��o clara, mas existem uma ou duas formas pr�ticas de contorn�-lo.

Uma delas � observar as "correla��es comportamentais" ou "correla��es neurol�gicas" da consci�ncia - em outras palavras, comportamentos e sistemas neurais que suspeitamos terem rela��o pr�xima com os estados conscientes.

"Podemos us�-los como marcadores da consci�ncia", afirma Halina. � o que fizeram Browning e seus colegas da LSE, usando marcadores como a presen�a de nociceptores.


polvo e seus tentáculos
Ainda n�o sabemos exatamente como evoluiu a consci�ncia, mas ela pode ter fortes rela��es com os comportamentos complexos e o aprendizado para lidar com situa��es inovadoras (foto: Getty Images)

Mas existe o risco de afundarmos na nossa perspectiva humana.

"Temos mais certeza sobre a consci�ncia humana e, com muita frequ�ncia, as correla��es neurol�gicas e comportamentais nas quais nos baseamos t�m seus fundamentos no caso humano", segundo Halina. "Quanto mais nos afastamos dos seres humanos em termos de estrutura, comportamento e fun��o, menos certeza temos de que estamos realmente rastreando a consci�ncia."

Se observarmos um organismo como a mosca das frutas e procurarmos um sistema neural parecido com o dos humanos para sentir e reagir �s dores, sem encontrar, isso n�o elimina a possibilidade de que a mosca das frutas consiga sentir dor. "Significa simplesmente que elas podem sentir de forma um pouco diferente", explica Halina.

� por isso que o polvo � um caso t�o interessante. Ele pode ser considerado uma forma de "consci�ncia ex�tica", ou um exemplo de consci�ncia muito diferente da nossa, como descreve Halina em um ensaio sobre o tema.

Os polvos s�o t�o diferentes de n�s que precisamos questionar muitas das nossas concep��es sobre eles - e at� as nossas concep��es sobre n�s mesmos.

"Quando questionamos se os polvos s�o conscientes como n�s, podemos estar formulando uma pergunta que n�o faz muito sentido, porque n�o sabemos totalmente como � ser consciente", afirma Halina.

Ela usa o exemplo de uma t�cnica tomada emprestada da pesquisadora da consci�ncia Susan Blackmore. A tarefa proposta pela pesquisadora brit�nica � perguntar a si mesmo "estou consciente agora?" ao longo de todo o dia, sempre que for poss�vel - quando estiver a ponto de dormir, durante o caf� da manh�, em meio a uma conversa.

"Voc� descobre que n�o tem tanta confian�a sobre o que � a consci�ncia em todos os momentos", segundo Halina.

Al�m de aprender mais sobre a consci�ncia do polvo para o pr�prio bem-estar da sua esp�cie em vista da cria��o comercial em fazendas, suas mentes tamb�m podem nos dizer algo sobre n�s mesmos.

"� importante ponderar como � ser um polvo porque pode nos levar a reavaliar como � ser humano", afirma Halina. "E talvez refletir sobre como sabemos t�o pouco sobre o que � ser humano possa nos abrir mais para saber como � ser um polvo."

*Martha Henriques � editora do site BBC Future Planet. Sua conta no Twitter � @Martha_Rosamund.

Leia a vers�o original desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.

- Este texto foi publicado https://www.bbc.com/portuguese/geral-62416555

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