
Dois apaixonados por ramen se juntaram para oferecer uma experi�ncia japonesa leg�tima em Belo Horizonte. Arthur Ferolla e Ariel Safar, s�cios do Peko Peko Ramen, no Bairro Barroca, seguem todas as “regras” da tradi��o oriental e preparam os ingredientes artesanalmente, inclusive a massa, que � prensada com as m�os e os p�s. “Queremos que as pessoas sintam como � comer um ramen tradicional, mas com a nossa identidade”, diz Arthur, o chef.
Arthur � um publicit�rio que se descobriu na cozinha. Come�ou a estudar comida japonesa para fazer sushi em S�o Paulo e acabou se apaixonando pelo ramen. “Fiquei apaixonado por aquele prato que mexia muito com as minhas papilas”, conta o chef, que comeu todos os ramens da capital paulista na �poca (visitou o Tan Tan Noodle Bar, refer�ncia do prato no pa�s, quando ainda era uma portinha).
Quando a pandemia chegou, Arthur estava com viagem marcada para o Jap�o (ele ia fazer est�gio em uma rede famosa de ramen). “E agora?”, ele pensou. “Vou fazer ramen para treinar.” A produ��o come�ou em casa, para amigos, s� por delivery e rapidamente se espalhou pela cidade.
Ariel, amigo de faculdade, entrou como s�cio quando ele resolveu se mudar para a Casa Amada, um espa�o compartilhado. O plano de ir para o Jap�o acabou adiado.
Peko peko � uma express�o que os japoneses usam para falar que est�o com fome. No Peko Peko Ramen, as pessoas s�o alimentadas com um prato pouco conhecido na cidade. Arthur contabiliza que pelo menos metade dos clientes nunca tinham comido ramen e s�o atra�dos pela curiosidade. Por outro lado, muitos japoneses v�o uma vez e voltam, o que deixa o chef muito contente.
Preparos longos e complexos
O lamen vem da China e foi abra�ado pelo Jap�o, onde � chamado de ramen. Originalmente, era um prato campon�s com massa e caldo, mas no pa�s vizinho foi ganhando cada vez mais complexidade. “Teoricamente, � um prato muito simples, mas os preparos s�o longos e complexos”, pontua o chef, que j� perdeu a conta de quantas vezes mudou as receitas.

Segundo Arthur, para ser considerado ramen, o bowl deve ter cinco elementos: macarr�o (noodle), caldo, molho (tar�), �leo arom�tico e acompanhamentos (toppings). Tudo � preparado na cozinha do restaurante. “Isso era uma condi��o. S� assim para conseguir levar a nossa identidade para as receitas. Poderia comprar uma massa muito boa em S�o Paulo, mas n�o seria a nossa massa”, pontua.
Para o chef, que trabalhou na Osteria Mattiazzi e l� aprendeu a fazer massas italianas, era inadmiss�vel comprar macarr�o pronto. E ele leva essa tarefa a s�rio. Prensa o noodle com as m�os e depois com os p�s.
A massa, enrolada em pl�stico filme e coberta com uma toalha, vai sendo pisada at� dar liga. “No Jap�o, as pessoas at� hoje pisam na massa. Esse � o charme de muitas lojas de ramen.”
O caldo � um dos elementos mais importantes do ramen. � ele que d� sabor ao prato e une todos os elementos. “Cheguei a uma receita que me deixou feliz, mas estou sempre disposto a mudar se descobrir algo melhor.” Atualmente, o chef mistura caldo de carne (� base de galinha inteira, p� de galinha, p� de porco e legumes) com caldo de peixe.
At� a �ltima gota
N�o deixe de beber o caldo. Al�m do hashi (os palitinhos), o gar�om leva � mesa uma colher para que o cliente consiga sabore�-lo at� a �ltima gota.
Na parte dos toppings, d� para inventar o que quiser. Arthur preferiu come�ar pelos cl�ssicos. Os mais conhecidos s�o o chashu (carne de porco cozida), o ajitama (ovo marinado em que fica com a gema cremosa) e a pak choi (verdura chinesa).

Aos poucos, a casa vai inventando receitas e outras combina��es, como tomate assado, repolho roxo tostado e cenoura picante.
Al�m do chashu, ajitama e pak choi, o ramen shio tostado, que � o campe�o de vendas, ganha sabor com gengibre fresco, cebola roxa e gergelim torrado. J� o ramen shio picante, com frango frito, tem como estrela a pimenta. No card�pio, chama a aten��o um aviso para quem pensa em pedi-lo: � bom estar preparado para suar. O caldo dele � temperado com �leo de pimenta.
Para os veganos, existe uma vers�o com shitake, tofu picante, tomate assado e picles de rabanete, entre outros ingredientes.
Em breve, o plano � come�ar a desenvolver receitas com ingredientes brasileiros. “Ramen � uma express�o cultural da regi�o”, observa. O chef pensa em fazer um mineiro com costelinha e canjiquinha e outro baiano com camar�o, ovo marinado no urucum, leite de coco e bastante pimenta.
Servi�o
Rua Cura D'Ars, 1.166 – Barroca
(31) 97180-2099