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Estado de Minas EM ALTO-MAR

Chef italiano se lan�a ao mar em projeto de viagens pelo litoral brasileiro

Na primeira aventura, Massimo Battaglini passou 30 dias navegando entre Rio de Janeiro e S�o Paulo


11/06/2023 04:00
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Alga kappaphycus chef Massimo Battaglini ilhabela sp
Alga kappaphycus: a descoberta mais empolgante de Massimo Battaglini no litoral paulista (foto: Allegro & Travesso/Divulga��o)
Os 50 anos est�o chegando. �s voltas com reflex�es sobre a vida, trabalho e motiva��es (ou a falta delas), Massimo Battaglini buscava algo novo. Foi, ent�o, que o chef italiano se lan�ou ao mar com o projeto Allegro & Travesso, em que organiza aventuras explorat�rias pelo litoral brasileiro. Na primeira viagem, ele passou 30 dias navegando entre Rio de Janeiro e S�o Paulo. “� uma satisfa��o vivenciar uma grande experi�ncia e conhecer mais da gastronomia atrav�s da hist�ria e da cultura de um lugar.”


H� 25 anos, Massimo escolheu viver em Belo Horizonte e se considera mineiro de cora��o. Mas sempre quis estar mais perto do litoral.

“Sou de Veneza e uma das coisas que mais sinto falta � a praia. Por isso, sempre gostei de trabalhar com peixes e frutos do mar. Com a comida, me sinto mais perto do mar”, comenta o italiano, que ficou famoso na cidade com a Osteria Mattiazzi (fechada na pandemia) e atualmente comanda as cozinhas do restaurante Outland e do buf� Club do Chef.

Nesta primeira aventura, o chef embarcou com Guilherme Resende (arquiteto, urbanista e aventureiro), Juliano Bolzani (capit�o e morador do barco, de nome Reset) e T�lio Cip� (cinegrafista).

Os exploradores zarparam no primeiro dia de maio. De Paraty, desceram rumo a Ilhabela. Depois seguiram para o Rio de Janeiro. Levaram nove horas em uma �nica travessia e enfrentaram o mar “bravo” em alguns momentos. Entre um ponto e outro, pisaram em terra firme em busca de pessoas e ingredientes.

vieiras com caviar de esturjao, alga e cebola chef Massimo Battaglini
No barco, o chef preparou v�rias receitas com frutos do mar frescos, entre elas vieiras com caviar de esturj�o, alga e cebola (foto: Bruno Bicalho/Divulga��o)

“A grande descoberta foi saber que ainda temos lugares intoc�veis a 90 quil�metros de S�o Paulo, que n�o t�m acesso via terra e onde moram comunidades cai�aras. Tinha ido v�rias vezes para Ilhabela, mas n�o conhecia essas praias. � o para�so, gente.”

Massimo visitou fazendas marinhas de vieira, lula, mexilh�o e ostra. Fora a qualidade e o frescor dos frutos do mar, o chef conta que uma das coisas mais legais que encontrou foi a alga comest�vel kappaphycus, que vem das Filipinas.

Quem cultiva � um pernambucano que se mudou para Ilhabela com planos de criar o peixe beijupir� e acabou focando sua produ��o em tr�s moluscos e a alga.

A kappaphycus chama a aten��o pelos tons de verde, volume e brilho. Parece at� que � de pl�stico. J� na primeira mordida, surpreende pelo sabor e pela textura. “Essa alga � crocante e salgadinha como a �gua do mar. Grelhamos na brasa para servir com salada e a usamos para salgar v�rios pratos, como as vieiras com caviar de esturj�o e cebola”, descreve o chef.

Inesquec�veis tamb�m s�o os atuns pescados em alto-mar, bem longe da costa. Eles eram pequenos, mas tinham bastante gordura e sabor de mel de t�o doces. “Em que dia que vou comer em BH um peixe que saiu do mar no mesmo dia? Quando comemos algo fresco, o sabor e a textura s�o outros.”

Massimo ficou t�o encantado com a qualidade da carne que nem inventou moda. Serviu como sashimi, no m�ximo um tartar. Segundo ele, n�o havia necessidade de acrescentar nada, nem molho shoyu.
Sem descanso
O chef n�o teve nem um dia de descanso. Cozinhava de duas a tr�s vezes por dia. Na hora de mexer com as panelas, o barco tinha que parar em um ponto de mar “calmo”.

Na busca por ingredientes, surgiram hist�rias divertidas, como a troca com um barco de pescadores. Eles jogaram carne angus e receberam camar�o de volta. Outro caso curioso � que Massimo recebeu a bordo uma caixa com 15 quilos de funghi porcini fresco que havia encomendado de um ca�ador de Caxias do Sul (RS).

camarão com baby beef, farofa, funghi porcini fresco chef Massimo Battaglini
Abastecido com carne vermelha, o italiano 'brincou' de criar pratos que misturam terra e mar (foto: Allegro & Travesso/Divulga��o)

Abastecido com carne vermelha, o italiano “brincou” de criar pratos que misturam terra e mar. “Quis abrir essa janela marinha para o churrasco, de poder misturar produtos mais frescos, afinal estamos em um pa�s quente”, aponta.

Entre as receitas, carpaccio de wagyu com olhete e bottarga de atum; rosbife de dever com cabe�a de lula crua e molho de ostra; tartar de camar�o com alga nori, gema crua de ovo e vinagre de bals�mico e camar�o com baby beef, farofa, funghi porcini fresco.

O grupo conheceu v�rios personagens interessantes, entre pescadores, ativistas ambientais e pessoas que escolheram morar naquele litoral. Massimo destaca o encontro com o armador naval de Amyr Klink. Thierry Stump � holand�s, mora em Ilhabela e virou escultor de pe�as de metal (n�o mais barco).

“O primeiro barco que ele construiu era de cimento e tela de galinheiro e atravessou o Atl�ntico. Depois foi vendido na Espanha. J� o �ltimo, � para um amigo que vai viajar para o Polo Norte”, conta.

A pr�xima aventura em alto-mar est� programada para outubro no litoral baiano. O chef se prepara para fazer a travessia entre Cara�va e Salvador, visitando comunidades ind�genas. Antes disso, ele quer trazer para Belo Horizonte produtores e produtos que descobriu nesta primeira viagem, incluindo a t�o falada alga. Em agosto, ter� um festival dedicado a eles no Outland.
Servi�o
Acompanhe as viagens do projeto Allegro & Travesso pelo Instagram @allegroatravessia e pelo YouTube

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