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Estado de Minas SA�DE MENTAL

Quem v� a vida atrav�s da poesia tamb�m precisa cuidar da sa�de mental

Dia Mundial da Sa�de Mental visa conscientizar a popula��o e combater o preconceito cultural contra as doen�as mentais


08/10/2021 12:48 - atualizado 11/10/2021 11:31

Foto mostra três pessoas em pé numa sala: F4, Regiane Abelha e João Victor, durante intervenção de poesia na UNA realizada pelo Coletivo Apuama
F4, Regiane Abelha e Jo�o Victor em interven��o de poesia na UNA realizada pelo Coletivo Apuama (foto: Arquivo pessoal)

O 10 de outubro, Dia Mundial da Sa�de Mental, � dedicado � defesa da sa�de mental, conscientiza��o e luta contra o estigma que pessoas com doen�as mentais enfrentam. Segundo Margaret Chan, ex-diretora-geral da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), “boa sa�de mental permite que as pessoas realizem seu potencial, lidem com o estresse normal da vida, trabalhem produtivamente, e contribuir com suas comunidades.”

A sa�de mental � muitas vezes deixada de lado, uma vez que n�o tem sintomas palp�veis como outras doen�as identific�veis por meio de exames cl�nicos. H� tamb�m uma constru��o cultural e social de que indiv�duos que apresentam problemas mentais n�o tem capacidade de viver em sociedade, sendo taxadas de “loucas”. A vergonha e o medo da esteriotipa��o levam as pessoas a n�o procurar ajuda, levando ao avan�o do problema.  

A campanha Setembro Amarelo, que combate o suic�dio, divulgou em seu site que cerca de “50% a 60% das pessoas que morrem por suicidio nunca se culsultaram com um profissional de saude mental ao longo da vida”. Tal dado mostra a necessidade de criar espa�os de discuss�o sobre a sa�de mental e desconstruir a id�ia de que quem sofre de problemas mentais � “fraco” e fica � parte da sociedade.

Desequil�brios na sa�de mental podem afetar at� aqueles que veem o mundo em forma de poesia. No movimento Slam, a quest�o da milit�ncia se faz muito presente e se tornou um espa�o democr�tico para a exposi��o das viv�ncias das minorias. Mas tal milit�nica, que � necess�ria, pode pesar para os poetas, e pensando nisso foi criado o Coletivo Apuama. 



Gislaine Reis, poeta e uma das organizadoras do Apuama declarou que “a gente escreve tanto, fala tanto, levanta tantas bandeiras e defende com unhas e dentes tanta coisa, que querendo ou n�o a gente fica sobrecarregado”, e completa “N�o � porque eu falo de racismo que eu n�o sofro racismo, n�o � porque eu falo da for�a da mulher negra que eu n�o vou chorar em casa muitas das vezes”. 

Foto mostra Gislaine Reis, integrante do Coletivo Apuama recitando poesia
Gislaine Reis recitando em interven��o po�tica na Batalha da Rocha (foto: Arquivo pessoal)


O coletivo foi criado em janeiro de 2019, e s�o respons�veis pela organiza��o das atividades do duelo de MC’s Batalha da Rocha e do Slam Trincheira. Seu nome, Apuama, vem do Tupi-Guarani e siginifica: aquele que n�o para em casa, que tem correnteza, que � veloz. Apesar disso, para Carol Oliveira, integrante do coletivo, declara “Eu estou h� quase tr�s anos no coletivo e eu acho que apesar do Apuama ser isso de n�o estar em casa, eu me sinto em casa em todos os lugares que ele atua”. 

Amar � um ato de resist�ncia

Antes da pandemia, o coletivo ia a batalhas de MC’s e saraus recitar sobre a saude mental do poeta e provocar reflex�es, principalmente na regi�o oeste de Belo Horizonte. “Para ver o quanto que pro poeta ficou essa quest�o da milit�ncia que ele esqueceu que s� o fato de voc� amar, j� � uma resist�ncia”, diz Gislaine.

João Victor, integrante do Coletivo Apuama, recitando poesia
Jo�o Victor, o JP-Escrevivente, recitando em interven��o po�tica na Batalha da Rocha (foto: Arquivo pessoal)


Segundo o tamb�m organizador do coletivo, Jo�o Victor Gomes, muitas pessoas levam a competi��o do Slam muito a s�rio, visando escrever pensando em ganhar a nota 10, enquanto para ele a “Poesia � sentimento e � pra ter o sentimento, � para ser poesia, n�o � sobre esse rol� de ser uma competi��o”.


O Apuama promove um espa�o de acolhimento e escuta, e caso seja necess�rio, fazem a ponte entre os poetas e os profissionais capacitados. Para al�m dos poetas, eles atingem pessoas que acompanham os saraus e slams, e muitas vezes tamb�m tem quest�es que n�o sabem lidar, e s�o incentivadas a colocar seus sentimentos no papel, trasnforma-los em texto ou poesia. 

O poeta Fabr�cio Santos, conhecido como F4, reflete “O coletivo � como um abrigo, eu vou para l�, vou conversando, interagindo, penso na vida, fico imerso e volto melhor do que eu cheguei”.

Devido a pandemia, as a��es do coletivo ficaram mais restritas e se voltaram para si mesmos, trazendo os questionamentos para dentro do pr�prio Apuama, mas com a volta das atividades e da possibilidade de encontros presenciais, o objetivo � ampliar o alcance e acolher cada vez mais poetas, criando uma grande rede de apoio.


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