
Como em outras edi��es, o Big Brother Brasil se torna palco para grandes discuss�es sobre temas relevantes na sociedade. Nesta quinta feira (20/01), Tiago Abravanel explicou para os colegas de confinamento que, ao contr�rio do senso comum, ser gordo n�o significa n�o ser saud�vel.
Abravanel segue contando diversas situa��es para mostrar como os espa�os p�blicos, e a sociedade no geral, n�o est�o preparados para receber corpos gordos. Catraca que n�o gira, cinto da poltrona do avi�o que n�o cabe, se��o separada para plus size. Todas situa��es que geram desconforto e constrangimento.
“Acho que mais do que os cintos do avi�o, que a gente fala de uma camada muito privilegiada socialmente, a gente pode pensar em catraca de �nibus e metr�, em macas e balan�as de hospital, em equipamentos de academia, cadeiras de restaurante, cadeiras de escola e de universidade, enfim, nada � pronto e preparado para pessoas gordas, e deveria. Porque � mais da metade da popula��o”, analisa J�ssica Balbino, jornalista, pesquisadora dos estudos do corpo gordo e colunista do DiversEM.
Assim como muitos podem argumentar, Lucas Bissoli pontuou que a obesidade, assim como tabagismo e alcoolismo, s�o fatores de risco para a sa�de. "Mas eu, com 120 quilos, tenho meus exames todos em dia, sem colesterol alto nem nada. Cada caso � um caso, o m�dico precisa estudar individualmente", afirmou Abravanel. "Generalizar o sobrepeso como fator de risco � gordofobia", completou.
Segundo J�ssica a quest�o da sa�de dos corpos gordos � uma forma sutil da sociedade exercer a gordofobia, uma vez que nem todo corpo magro � saud�vel e nem todo corpo gordo � doente. “Ningu�m est� preocupado com a sa�de de ningu�m, se tivessem as pessoas doariam sangue, medula, usariam m�scara, n�o aglomerariam”, afirma Jessica. “Isso � s� uma desculpa para camuflar a pr�pria gordofobia”, completa.
BBB e os corpos gordos
J�ssica ressalta a import�ncia do alcance desse debate sobre corpos gordos, uma vez que grande parte da popula��o brasileira, de todas as camadas sociais, acompanha o BBB de forma ass�dua e aponta que em 20 anos de programa, pouqu�ssimos participantes eram gordos.
“Mostra que � um corpo que pode conviver na sociedade, que pode estar na beira da piscina, que pode rebolar numa festa, se interessar por algu�m dentro da casa ou fora dela, � um corpo que pode ser amado, enfim, traz um conv�vio social para esse corpo que muitas vezes � justamente o que � negligenciado. O que tentam fazer com os corpos gordos � que eles n�o existam”, afirma J�ssica.
Ao entrar na casa, Tiago reclamou sobre o tamanho das toalhas de banho, que n�o cobriam sua circunfer�ncia, tendo que recorrer � toalha da �rea da piscina. “Tem v�rias quest�es, nas provas, o tamanho dos lugares que as pessoas fazem as provas, aguenta um corpo gordo? Porque n�o significa que esse corpo n�o � capaz, mas significa que muitas vezes ele fica limitado em decorr�ncia do espa�o, desse impedimento social”, analisa J�ssica.