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Estado de Minas ARTE

CURA: festival em BH levanta debates sobre o papel da arte urbana

Conhecido por questionar o lugar da arte na sociedade, o circuito conta com a colabora��o de artistas negros, ind�genas, feministas e LGBTQIA+


18/02/2022 16:12 - atualizado 19/02/2022 18:53

Vista da Rua Sapucaí, em BH, mostra painéis pintados pelo CURA em empenas de prédios
O Circuito Urbano de Arte transformou o cen�rio cultural de Belo Horizonte e ganhou destaque internacional (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A 6ª edi��o do Circuito Urbano de Arte (CURA) ganhou uma nova fase no in�cio desta semana. Denominada “Raulzona”, ela tem como foco a Pra�a Raul Soares, localizada no centro geogr�fico de Belo Horizonte, e explora a conex�o com o outro e com outros seres.

Em outubro de 2021, durante a primeira fase da edi��o, o artista Ed-Mun e o Coletivo MAHKU pintaram empenas de BH. Sadith Silvano e Ronin Koshi, artistas Shipibo-Conibo (etnia que vive na amaz�nia peruana) pintaram um Ken� de quase 3 mil m² no ch�o que circula a Raulzona e o Coletivo JK marcou presen�a com uma proje��o na fachada do Edif�cio JK.


Entre 14 e 25 de fevereiro, juntam-se ao CURA para integrar um dos maiores movimentos de arte urbana do mundo o grupo Giramundo, que comemora seus 50 anos com uma instala��o tempor�ria na Pra�a Raul Soares, al�m da multiartista Mag Magrela, que far� a cobertura de uma das fachadas do Edif�cio Savoy.

Novas obras do CURA em BH

O Giramundo � um dos grupos mais tradicionais de teatro de bonecos do Brasil e tem relev�ncia mundial. Al�m do amplo repert�rio de espet�culos com mais de 1.500 marionetes diferentes, o Giramundo mant�m um museu, uma escola e um ateli� de artes e of�cios. No CURA, estar� presente na Pra�a Raul Soares com a instala��o Gira de Novo, inspirada no cosmograma bakongo, que traz os ciclos do universo, os movimentos do sol e as fases da vida humana como s�mbolo de recome�o.


Para al�m da Raulzona, Mag Magrela, multiartista paulistana que � refer�ncia nacional na cena de arte urbana contempor�nea trabalha, desde ontem (17/02), em uma pintura na empena do Edif�cio Savoy. Reconhecida por suas formas femininas singulares no grafitti, falar� sobre passado, resili�ncia e cura em sua obra.


O CURA

“2021 foi cheio de desafios para a realiza��o do CURA. As entregas ganharam outros significados diante dos impasses vividos pela cultura no pa�s, especialmente com a atua��o em �mbito federal no sentido de enfraquecer o setor cultural, atrasando processos, autoriza��es, homologa��es, libera��es de recursos, etc, e desidratando a cadeia produtiva da cultura. Sentimos ainda mais orgulho e alegria por tudo que foi apresentado e compartilhado at� agora” explica Juliana Flores, uma das idealizadoras do circuito, ao BHAZ.

“Nossa cidade � nossa galeria de arte p�blica e nos lembra de que, quando a gente se apropria do espa�o urbano, constr�i tamb�m um sentido de pertencimento, faz dele nosso tamb�m, � capaz de transform�-lo. 2022 � o ano da cura, do recome�o, dos reencontros”, completa.

Vista do Viaduto Santa Tereza, com o prédio Sulacap ao fundo
O CURA traz para a cidade uma galeria de arte democr�tica, a c�u aberto (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 24/2/20)

O CURA � conhecido por trazer temas importantes e necess�rios aos debates sobre cultura e sociedade a partir da cena art�stica da capital mineira fora dos museus e das galerias, usualmente restritos a grupos elitistas. Utilizando a cidade como tela, coloca Belo Horizonte em um patamar art�stico de subvers�o � vis�o sobre a arte e sua rela��o com a sociedade e com os espa�os que deve ocupar com participa��o importante da arte negra, ind�gena, feminista e LGBTQIA+.

Dessa forma, � emblem�tico que os murais do festival tenham tido in�cio na mesma �poca em que os muros grafitados de S�o Paulo foram cobertos por tinta cinza. Isso fez com que BH fosse reconhecida nacionalmente como uma cidade que acolhe a arte urbana, explorando-a em favor dos artistas que n�o deixam a cidade se calar.

Idealizadores do CURA

Idealizado pelas produtoras Jana�na Macruz, Juliana Flores e pela artista Priscila Amoni, o CURA carrega o saldo de 18 empenas que podem ser vistas da Rua Sapuca�, considerado o primeiro mirante de arte urbana do mundo, al�m de ter sido respons�vel pelas empenas mais altas da Am�rica Latina pintadas por mulheres e pela primeira empena pintada por uma mulher ind�gena.

Obra 'Selva Mãe do Rio Menino' em uma empena belo-horizontina. A vista é aérea e há vários prédios nos arredores
A obra "Selva M�e do Rio Menino" � a primeira empena pintada por uma mulher ind�gena. (foto: Instagrafite/Reprodu��o)

Apesar de as empenas receberem maior destaque durante o festival, o CURA tamb�m � respons�vel por fomentar a cena cultural de Belo Horizonte em outros campos. “Costumamos dizer que o Cura � um festival com tr�s camadas: a pintura, o mirante e a programa��o, que inclui debates, aul�es e oficinas”, diz Jana�na Macruz.

As trocas entre diversos p�blicos s�o muito importantes para o festival e, por isso, toda a programa��o de debates e de aulas � gratuita. Temas como a hist�ria do grafitti em BH e no mundo, a presen�a das mulheres no street art, a invisibilidade de artistas negros e as diferen�as entre patrim�nio material e imaterial da cidade j� foram abordados.



“Acreditamos que a arte urbana e p�blica em Belo Horizonte merece ser celebrada, mas ainda precisa muito ser discutida para que saibamos valorizar n�o s� esse movimento que coloca a cidade em di�logo com o mundo e com suas quest�es mais urgentes, mas tamb�m as artistas que, por todos os cantos e paredes da cidade, n�o deixam BH se calar”, explica a organiza��o no site do circuito.

Nas redes sociais

Na internet, o CURA tamb�m repercute de forma bastante positiva. Usu�rios do Twitter comentam sobre a beleza das obras. "� muito impressionante o que o CURA tem feito em BH (...) visto o caminho pol�tico que o pa�s tomou", disse um deles.



Outros, ainda aguardam o cen�rio futuro da cidade. "O centro de BH daqui a uns 5/6 anos vai estar fabuloso com os pr�dio 'tudo' pintado pelo CURA", comenta um usu�rio que citou um dos v�deos publicados pela organiza��o do circuito.

*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Rafael Alves

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