
A m�e de uma crian�a de 8 anos registrou um boletim de ocorr�ncia na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intoler�ncia (Decradi), em S�o Paulo, depois de o filho de 8 anos ter sido v�tima de racismo por outras crian�as do condom�nio onde moram, em Praia Grande, litoral paulista. O caso foi revelado na �ltima sexta-feira (18/2).
A crian�a desceu at� a �rea comum do conjunto habitacional para brincar com os colegas, que o receberam com insultos racistas. Segundo o boletim de ocorr�ncia, um adolescente teria dito que o menino nem deveria estar ali, devido � cor de sua pele. Uma menina de 10 anos o chamou de “macaco, negro, horroroso e nojento". Junto aos xingamentos, o grupo de crian�as ainda teria amea�ado fisicamente a v�tima.
A m�e relatou que, depois dos ataques, o menino foi encontrado em um espa�o isolado e sem ilumina��o do condom�nio, chorando compulsivamente e que, desde ent�o, n�o quer se alimentar, brincar e desenvolveu gagueira.
A psic�loga Amanda Gon�alves, em entrevista ao DiversEM, destacou que os danos que atos racistas podem representar na vida de uma crian�a podem se prolongar, com reflexos na autoestima e no psicol�gico, que a seguir�o pela vida adulta.
“Essa situa��o aversiva pode acarretar, no seu desenvolvimento e at� na fase adulta, uma s�rie de consequ�ncias, como a falta de habilidades sociais, dificuldade de comunica��o assertiva em suas rela��es e isolamento", afirma.
Nos casos em que as crian�as sofrem com o racismo, al�m de apresentar a den�ncia do crime, os pais devem ficar atentos � sa�de mental dos filhos. "� recomendado um acompanhamento psicol�gico para que a v�tima possa projetar suas ang�stias, sentimentos e desenvolver estrat�gias para lidar com o ocorrido”, aconselha a psic�loga.
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz
