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Estado de Minas ATITUDE POL�MICA

LinkedIn � acusada de racismo ao retirar vaga para negros e ind�genas

Grandes empresas como Magazine Luiza assinam manifesto contra a rede social: 'anacr�nica, obtusa e descolada da realidade social, racial e de g�nero no Brasil'


29/03/2022 13:00 - atualizado 29/03/2022 14:33

Tela de celular com a tela inicial do LinkedIn
LinkedIn retira vaga destinada a negros e ind�genas do ar por n�o apoiar "demonstra��o de prefer�ncia" por caracter�sticas individuais. (foto: GREG BAKER)


O LinkedIn, rede social destinada a divulga��o de conte�do profissional, retirou do ar uma vaga de emprego destinada a negros e ind�genas. Segundo a plataforma, direcionar a vaga para um grupo espec�fico contraria a pol�tica de publica��o da empresa em uma “demonstra��o de prefer�ncia” por caracter�sticas individuais. 

A atitude foi recebida por alguns segmentos como racista e avaliada como um preju�zo � luta contra a desigualdade no Brasil. Procon e Minist�rio P�blico Federal cobram explica��es da plataforma. Al�m disso, grandes empresas como Santander, Magalu, Unilever e Ambev, assinaram o “Manifesto empresarial em defesa da a��o afirmativa”. 

“Nas �ltimas semanas, in�meras empresas e entidades brasileiras, dos mais diferentes portes, t�m sido afetadas pela decis�o do LinkedIn de retirar do ar, de maneira sistem�tica e unilateral, an�ncios de vagas de emprego que indicam priorizar pessoas negras e ind�genas, em pol�ticas de a��es afirmativas volunt�rias”, inicia o documento.

O manifesto cita o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12888/2010); a Conven��o Interamericana contra o Racismo, a Discrimina��o Racial e formas Correlatas de intoler�ncia e a Nota T�cnica GT de Ra�a 001/2018, do Minist�rio P�blico do Trabalho, como iniciativas do poder p�blico que legalizam a oferta de vagas para grupos historicamente marginalizados e afirma que “a suposta pol�tica antidiscriminat�ria do LinkedIn � anacr�nica, obtusa e deslocada da realidade social, racial e de g�nero do Brasil”.

Al�m do manifesto, a Educafro e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos apresentaram na quarta-feira (23) uma a��o civil p�blica contra o LinkedIn pedindo indeniza��o no valor de R$10 milh�es por danos morais coletivos. O valor ser� direcionado para institui��es ou iniciativas indicadas pelo Conselho Nacional de Promo��o da Igualdade Racial.

Desigualdades no mercado de trabalho

A retirada de vagas de a��o afirmativas por parte das empresas contraria a luta da popula��o negra para acesso ao mercado de trabalho. A alega��o de que se trata de um estatuto mundial da LinkedIn n�o considera as especificidades de cada pa�s que utiliza da plataforma como intermedi�ria entre empresas e candidatos. 

Pesquisa do Instituto iDados mostra que 37,9% dos homens e 33,2% das mulheres negras com diploma de ensino superior trabalham em cargos que n�o exigem o diploma. Dados do Instituto Locomotiva apontam que em cargos com carteira assinada, a m�dia salarial de um homem branco � de R$7.286, enquanto homens negros tem uma m�dia de R$4.990, uma diferen�a de 46%. Al�m disso, uma mulher negra ganha em torno de R$3.067, menos da metade que um profissional branco.

Essas pesquisas mostram que no Brasil, pa�s em que a maior parte da popula��o � negra, mas apenas 4,4% dos cargos de chefia s�o ocupados por pessoas negras, a��es afirmativas e previstas em Lei s�o necess�rias para uma repara��o hist�rica efetiva. A Amazon, por exemplo, adequa sua politica de uso de acordo com a localidade, no caso do Brasil se adequando a Lei Geral de Prote��o de Dados. Da mesma forma, o LinkedIn poderia adequar sua pol�tica �s regula��es oficiais de cada Estado.

A reportagem entrou em contato com o LinkedIn e aguarda o retorno com o posicionamento da empresa.
 

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podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.

 
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz 


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