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Estado de Minas TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

A dificuldade de diagn�stico e tratamento para pessoas autistas

Falta de visibilidade do transtorno dificulta o diagn�stico precoce e o acesso a tratamentos tanto pela rede p�blica de sa�de quanto por meio de planos de sa�de


22/07/2022 15:17 - atualizado 22/07/2022 15:17

Peças de quebra cabeças de várias cores organizadas para fazer o formato de um coração
Ainda h� muitas barreiras para se conseguir um diagn�stico e tratamentos para autismo no Brasil (foto: Tara Winstead)


A conscientiza��o do Transtorno do Espectro Autista vem ganhado mais espa�o na sociedade, nos �ltimos cinco anos, por exemplo, o n�mero de pesquisas deu um salto. Apesar de os diagn�sticos estarem sendo realizados cada vez mais cedo, no Brasil a m�dia de idade para o diagn�stico � de seis anos, quando o ideal � que seja feito antes dos dois anos.

Maria Lu�sa Magalh�es Nogueira, psic�loga e professora do departamento de psicologia da UFMG, explica que mesmo com a procura dos pais para um diagn�stico de autismo, h� um despreparo dos profissionais para lidar com o transtorno, muito disso se deve ao fato de a nossa sociedade ainda lidar muito mal com a diferen�a.

“Por exemplo, houve um momento que se pensava que o autismo era resultado da frieza materna, algo que n�o tem a menor base cient�fica, mas vigorou por muito tempo. Logo, se esse profissional n�o estiver atualizado, ele pode fazer um encaminhamento de tratamento muito inadequado. Ent�o existe isso no Brasil, ainda, esse resqu�cio de leituras que s�o absolutamente equivocadas, mas que ainda reverberam um pouco”, explica a psic�loga.

At� mesmo as autoridades n�o tem uma linha de cuidados �nica. O Minist�rio da Sa�de, por exemplo, possui duas cartilhas, “Linha de Cuidado para a Aten��o �s Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo” e “Diretrizes de Aten��o � Reabilita��o da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo”, que diferem a respeito de como pessoas diagnosticadas com autismo devem buscar auxilio do Sistema �nico de Sa�de.  

Acesso a tratamento: a batalha ap�s o diagn�stico de autismo

Dessa forma, mesmo na situa��o ideal de um diagn�stico precoce, conseguir o tratamento mais eficaz para a crian�a pode ser um desafio, seja pelo alto custo, ou pela necessidade de que seja um acompanhamento com uma certa frequ�ncia. Maria Lu�sa explica que o tratamento tem que ser pensado por uma equipe multidisciplinar e que cada pessoa precisa de um acompanhamento diferente, de acordo com suas necessidades.

“Quando a gente fala de interven��o precoce, n�o basta que essa crian�a tenha uma sess�o de psic�logo, de fono e de terapia ocupacional por semana, n�o s�o 30 minutos com cada profissional que vai dar efeito, � importante que tenha intensidade. E n�o � isso que acontece no sistema �nico de sa�de e nem nos planos de sa�de”, diz Maria Lu�sa.

O SUS oferece alguns dos tratamentos necess�rios para pessoas com autismo, mas com sess�es apenas uma vez por m�s, o que diminui a efic�cia. Com os planos n�o � muito diferente. Erika conta que conseguiu acompanhamento com fonoaudi�loga e com terapeuta ocupacional para Miguel atrav�s do plano de sa�de, mas n�o tinha regularidade nos atendimentos, poderia ser na semana seguinte ou com at� trinta dias de espa�amento, ent�o preferiram pagar profissionais particulares.

Falta de apoio do plano de sa�de


Por�m, como o gasto pesava no or�amento, insistiram com o plano de sa�de para conseguir um apoio maior. “N�o cheguei a processar o plano de sa�de, mas comecei a ir atr�s de ouvidoria e ficar o tempo todo discutindo com o plano, at� que n�s conseguimos uma vaga em uma equipe para pessoas do espectro autista, que ele est� at� hoje, com fono, psic�logo e terapeuta ocupacional”, conta Erika.

Apesar dos avan�os nas pesquisas sobre autismo e um aumento na conscientiza��o sobre o dist�rbio, a verdade � que o Transtorno do Espectro Autista ainda � muito invisibilizado e com suporte deficiente, principalmente por parte do poder p�blico, levando milhares de crian�as a sofrerem por n�o terem o suporte necess�rio para poder lidar com o mundo ao seu redor.  


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