A casa de shows “Casa Sapuca�”, no bairro Floresta, na regi�o centro-sul de Belo Horizonte, est� recebendo uma roda de conversa sobre "var�ola dos macacos" na noite desta quinta-feira (1/9). O evento chamado de Horny Talk � gratuito e tem como tema “Monkeypox e Redu��o de Danos”.
A palestra � uma a��o de educa��o e promo��o da sa�de, feita por membros da comunidade LGBTQIAP+ e contar� com a presen�a de um m�dico especialista e outros ativistas. O evento � promovido pela festa “Horny” e ter� drinks, m�sica e “flash tattos”, indo al�m de um compartilhamento de informa��es e criando um espa�o seguro de acolhimento.
“A Horny � um movimento que aborda e discute quest�es sobre sexo e sexualidade LGBTQIAP . N�s temos a consci�ncia que nesse momento de uma nova doen�a, devemos trabalhar juntos para reduzir danos, informar o nosso p�blico e lutar contra estigmas sobre a nossa comunidade”, explica o idealizador e produtor do evento, Thales Albuquerque.
Informa��o e Estigma
Apesar de ter sido descrito pela primeira vez em humanos em 1958, o v�rus respons�vel pela var�ola dos macacos sofreu muta��es que contribuem para sua dissemina��o. O que antes era considerado uma doen�a rara, tem se espalhado rapidamente, e pesquisas para entender melhor o comportamento do v�rus est�o sendo produzidas.
Hoje considerado emerg�ncia de sa�de p�blica, a doen�a j� foi usada em discursos de autoridades que ligavam sua transmiss�o � comunidade LGBTQIAP , criando estigmas similares aos da epidemia de HIV/Aids nos anos 90. No entanto, a situa��o � diferente, j� que a doen�a n�o � necessariamente uma infec��o sexualmente transmitida (IST).
“Monkeypox � uma doen�a contagiosa, e pode ser contra�da atrav�s de contato com a pele. A pessoa tem uma les�o na pele e eu tenho contato com isso, posso contrair a doen�a. Se a pessoa tosse, as got�culas expelidas podem me contaminar tamb�m”, comenta Lucas Ben�cio, mestrando em Infectologia e Medicina Tropical pela UFMG, e palestrante na Horny Talk.
Apesar de poder sim, ser transmitida sexualmente, j� que o ato sexual envolve contato �ntimo pele a pele, essa n�o � a principal forma de transmiss�o. Assim, � importante que se dissemine informa��es corretas sobre a doen�a e evitar discursos que criem preconceitos semelhantes aos que foram criados durante os surtos de HIV.
“Na resposta social a emerg�ncia desse v�rus, estamos vendo um retorno a patologiza��o da homossexualidade. Ent�o � importante destacar que a monkeypox n�o � uma infec��o sexualmente transmiss�vel. � preciso discutir e problematizar esses mecanismos que s�o usados por ag�ncias internacionais”, ressalta Rafael Pinheiro, soci�logo que estar� presente no Horneytalk.
O Horneytalk come�a �s 18h, com uma apresenta��o de DJ e a roda de conversa tem in�cio �s 19h. Tamb�m participa do debate o psic�logo e especialista em terapia comportamental, Samuel Silva, ativista LGBTQIAP . Para mais informa��es, consulte a p�gina oficial do evento.
Vacina e medicamentos
Na �ltima quinta-feira (25/8) a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), liberou o uso da vacina contra var�ola dos macacos e o medicamento tecovirimat. A decis�o da Anvisa teve como par�metro tanto os pareceres da Food and Drugs Administration (FDA), ag�ncia regulat�ria americana, quanto a Ag�ncia Europeia de Medicamentos (EMA).
*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Diogo Finelli