
A mineira de 81 anos Dalzira Maria Aparecida, ou Yalorix� Iyagun� Dalzira, como � conhecida no Candombl�, defendeu, na �ltima sexta-feira (23/09), sua tese de doutorado na Universidade Federal do Paran� (UFPR) intitulada: “Professoras negras: g�nero, ra�a, religi�es de matriz africana e neopentecostais na educa��o p�blica”.
Com a disserta��o, Dalzira espera contribuir para a constru��o de um mundo melhor, com menos �dio, viol�ncia e mais amor. “Sempre seremos negros, mas que n�o sejamos odiados por sermos negros”, declarou Dalzira ao portal Carta Capital.
Hist�ria marcada pela resist�ncia
Importante figura do movimento negro no Paran� e protetora das tradi��es africanas e da religiosidade de matriz africana no Brasil, Dalzira foi criada em uma comunidade similar a um quilombo, viveu uma inf�ncia sem preconceitos.
Somente na adolesc�ncia conheceu o racismo, quando foi com uma amiga branca a um convento perguntar se poderiam se tornar freiras. A religiosa que as recebeu disse que poderia aceitar apenas a amiga, pois ela tinha a pele escura demais.
Somente na adolesc�ncia conheceu o racismo, quando foi com uma amiga branca a um convento perguntar se poderiam se tornar freiras. A religiosa que as recebeu disse que poderia aceitar apenas a amiga, pois ela tinha a pele escura demais.
Na d�cada de 1950, com 27 anos, Dalzira mudou-se para Curitiba com sua fam�lia, onde participou de um movimento ligado � igreja cat�lica em defesa da popula��o negra, que mais tarde se tornaria o Grupo Uni�o e Consci�ncia Negra.
Aos 47 ingressou nos estudos regulares atrav�s do programa Educa��o de Jovens e Adultos (EJA) e aos 63 iniciou o curso de Rela��es Internacionais. Aos 72 anos se tornou mestra pela Universidade Tecnol�gica Federal do Paran�, com uma disserta��o que abordava os saberes do Candombl� na contemporaneidade.
Apesar de nunca ter se casado, Dalzira adotou e criou sete crian�as, sendo duas meninas e cinco meninos. O maior desafio que encontrou foi educ�-las, uma vez que considerava que os professores n�o estavam preparados para trabalhar com crian�as pretas pobres e marginalizadas.
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