
Quase tr�s anos depois da publica��o da s�rie de postagens no Twitter amplamente considerados transf�bicos, J.K. Rowling declarou que foi “profundamente mal entendida” e que nunca teve a inten��o de chatear ningu�m. As falas fazem parte do trailer de divulga��o do podcast “The Witch Trials of J.K. Rowling” (Os julgamentos das bruxas de J.K. Rowling em tradu��o livre), divulgado nesta ter�a-feira (14/02).
“O que me interessou nos �ltimos anos, principalmente nas redes sociais �: ‘Voc� arruinou seu legado. Oh, voc� poderia ter sido amada para sempre, mas escolheu dizer isso.' E eu penso: 'Voc� n�o poderia ter me entendido mal mais profundamente.’", declarou a autora de Harry Potter no trailer.
O podcast, que ser� lan�ado na pr�xima ter�a-feira (21/02), � uma produ��o da Free Press, empresa de m�dia independente fundada por Bari Weiss e apresenta��o de Megan Phelps-Roper. Segundo o Free Press, o “The Witch Trials of J.K. Rowling” se trata de um �udio document�rio que “examina alguns dos conflitos mais controversos de nosso tempo atrav�s da vida e carreira da autora de maior sucesso do mundo”.
O an�ncio do lan�amento do podcast em si j� causou pol�mica pela pr�pria equipe de produ��o. Bari Weiss � uma jornalista conservadora e ex-colunista do jornal New York Times. Ela pediu demiss�o do jornal em 2020 alegando que sofria bullying por parte dos colegas de trabalho por defender valores de direita. J� Megan Phelps-Roper, � ex-integrante da Igreja Batista de Westboro, grupo religioso conhecido por posicionamentos extremistas anti-LGBT.
Pol�micas e transfobia
As pol�micas ao redor de J.K. Rowling tiveram in�cio em 2020, quando a autora de Harry Potter postou uma s�rie de tu�tes que foram criticados pelos f�s pelo conte�do transf�bico. Em uma das primeiras postagens, ela critica o uso do termo “pessoas que menstruam”, indicando que o certo seria usar a palavra “mulheres”.
“Se o sexo n�o � real, n�o h� atra��o pelo mesmo sexo. Se o sexo n�o � real, a realidade vivida pelas mulheres globalmente � apagada”, escreveu Rowling em 6 de junho de 2020. Na mesma �poca postou: “Conhe�o e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos de discutir suas vidas de maneira significativa. N�o � �dio falar a verdade.” Pouco depois, Rowling escreveu um longo artigo sobre o assunto no qual detalhou “cinco raz�es para se preocupar com o novo ativismo trans”.
Devido � grande repercuss�o da fala e as pesadas cr�ticas por parte dos f�s, parte do elenco de Harry Potter se posicionou sobre o assunto.
“As pessoas trans s�o quem dizem ser e merecem viver suas vidas sem serem constantemente questionadas ou informadas de que n�o s�o quem dizem ser”, tuitou Emma Watson, int�rprete de Hermione. “Quero que meus seguidores trans saibam que eu e tantas outras pessoas ao redor do mundo vemos voc�, respeitamos voc� e amamos voc� por quem voc� �”, completou.
Daniel Radcliffe, que d� vida ao personagem principal da saga, afirmou que “Mulheres transg�nero s�o mulheres. Qualquer declara��o em contr�rio apaga a identidade e a dignidade das pessoas transg�nero e vai contra todos os conselhos dados por associa��es profissionais de sa�de que t�m muito mais experi�ncia neste assunto do que [Rowling] ou eu”.
Por outro lado, a atriz Helena Bonham Carter, que interpreta Bellatrix Lestrange, afirmou que Rowling estava sendo “perseguida”, e que a autora “tem permiss�o para dar sua opini�o”. Enquanto isso, Ralph Fiennes, que faz o vil�o Voldemort, chamou o “abuso verbal” dirigido � escritora de “nojento” e “terr�vel”.
Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM
O podcast DiversEM � uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.