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Estado de Minas RESIST�NCIA NO ESPORTE

Luta contra a LGBTfobia divide opini�es entre torcedores de futebol

Manifesta��o de clubes sobre o Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia repercutiu nas redes sociais; preconceito no futebol ainda � evidente


17/05/2023 12:35 - atualizado 17/05/2023 14:39
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Montagem com as postagens de apoio à luta contra a LGBTfobia da CBF e do Cruzeiro
CBF e clubes de futebol manifestam apoio � luta contra a LGBTfobia (foto: CBF/Cruzeiro/Reprodu��o)

Nesta quarta-feira (17/05), celebra-se o Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia, e o tema est� em alta nas redes sociais com clubes de futebol prestando apoio � causa e torcedores dividindo opini�es nos coment�rios. Em sua maioria, os internautas agradecem e parabenizam os times pela postagem, mas coment�rios homof�bicos n�o passam despercebidos.

Veja os posts apoio de alguns times:





Para a comunidade LGBTQIA+, este tipo de a��o dentro dos clubes � muito importante, j� que muitas vezes eles n�o se sentem seguros dentro dos est�dios e outros ambientes futebol�sticos por casos de homofobia que acontecem com recorr�ncia em qualquer torcida.  

Rea��o nas redes sociais

Mensagens de apoio � inclus�o dos times percorreram os assuntos mais comentados do momento no Twitter. Torcedores pertencentes e n�o pertencentes � comunidade agradeceram aos posts e afirmaram que “o futebol � para todos”.

“Maravilha! Orgulho desse time que � de todos n�s! Amo o Cruzeiro e tor�o tamb�m para que a Na��o Azul seja exemplo de respeito; nosso time tem duas cores em campo e, fora dele, quantas cores forem necess�rias para um mundo sem preconceito! Cruzeiro � s� amor”, escreveu um torcedor.

“Orgulho desse posicionamento. Como cruzeirense, me sinto representado. Ser LGBTQIA+ n�o nos torna inferior a voc�, e brincadeiras que usam isso para diminuir o advers�rio nos machuca quando vamos ao est�dio. Mais empatia, mais respeito! Tem outras formas de torcer e apoiar nosso cabuloso”, disse outro.

Apesar da import�ncia da data e do apoio de muitos internautas, torcedores de v�rios clubes encheram os posts de incentivo � causa com cr�ticas homof�bicas. Frases como: “Rapaz, voc�s s�o rid�culos. Queremos time. Isso aqui virou ONG”; “Me ajuda, n�! Despede o estagi�rio a�, por favor”; “Essa bandeira eu n�o levanto”; “Traduz a�, est� em lacre” foram f�ceis de achar em meio aos coment�rios.
 
Tamb�m tiveram coment�rios preconceituosos usando a homossexualidade como ofensa para alfinetar os rivais, a exemplo de: “Homenagem ao Cruzeiro” nas postagens do Atl�tico e "Exatamente, n�o temos nada contra voc�s, Atleticanos” nos posts do Cruzeiro.


LGBTfobia no futebol

No �ltimo domingo (14/5), o cl�ssico entre Corinthians e S�o Paulo pelo Campeonato Brasileiro foi interrompido pela arbitragem por conta de gritos homof�bicos da torcida corintiana na Neo Qu�mica Arena. Este foi apenas um dos muitos casos registrados nos �ltimos tempos.

Um relat�rio elaborado pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ com apoio da CBF (Confedera��o Brasileira de Futebol) apontou que houve um aumento de 76% nos casos de LGBTfobia no futebol brasileiro em 2022. Foram 74 epis�dios dentro ou fora de campo registrados no Anu�rio do Observat�rio do Coletivo, em compara��o aos 42 ocorridos em 2021.

O trabalho de levantamento de casos de homofobia engloba acompanhamento de jogos e coleta de informa��es publicadas pela imprensa e que aparecem em redes sociais. Nota-se que o aumento de casos de LGBTfobia tem sido cont�nuo desde 2020, quando foram registrados 20 casos, mas � preciso levar a pandemia da COVID-19 em considera��o, j� que os torneios foram paralisados e, quando retornaram, foi sem a presen�a de torcedores.

"O trabalho dos Canarinhos mostra uma triste realidade, que estamos lutando para acabar no futebol. A CBF vai sempre combater os preconceitos e trabalhar para que o futebol seja um lugar de inclus�o", afirma Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

Para On� Rud�, fundador do coletivo respons�vel pelo relat�rio e criador da primeira torcida organizada LGBTQIA+ do Bahia, o caso do �ltimo domingo e os n�meros apresentados dos �ltimos anos mostram como os clubes precisam se envolver na luta contra a LGBTfobia. De acordo com ele, a cria��o de agremia��es LGBTQIA+ levam a discuss�o sobre o tema aos torcedores e estimulam o debate entre as torcidas tradicionais.

"N�o se pode esperar que a CBF des�a do Monte Olimpo para resolver todos os problemas. Os clubes t�m um papel fundamental pelo alcance que possuem e pela forma como influenciam seus torcedores", disse ele � Folha de S. Paulo.

O relat�rio tamb�m pede que haja a elabora��o de um protocolo que oriente os �rbitros sobre as a��es a serem tomadas em caso de discrimina��o, j� que existem casos em que jogos s�o paralisados por conta de cantos homof�bicos, mas n�o h� registro na s�mula.

Foi o que aconteceu no Campeonato Amapaense. O presidente de honra do Santos, Luciano Marba, foi alvo de gritos discriminat�rios da torcida do Independente. O fato n�o foi relatado, e o clube enviou of�cio ao TJD-AM (Tribunal de Justi�a Desportiva do Amap�) denunciando o caso e defendendo seu dirigente. O quarteto de arbitragem foi suspenso por 30 dias pela omiss�o.

Novo regimento da CBF

Apesar de a luta ainda ser desafiadora, em fevereiro deste ano os membros da comunidade e amantes do futebol conquistaram uma nova regra estabelecida pela CBF (Confedera��o Brasileira de Futebol) que pune esportivamente casos de LGBTfobia em torneios nacionais. As altera��es j� foram publicadas no Regulamento Geral de Competi��es para 2023 e passaram a valer imediatamente.

"Esse � um grande passo para o combate efetivo �s diversas formas de discrimina��o no futebol em especial racismo e LGBTfobia. No caso espec�fico do combate a LGBTfobia isso ajudar� no movimento de inclus�o dessa comunidade que hoje ainda se sente exclu�da, al�m de diversos agentes e atletas que precisam esconder a sua sexualidade por medo de viol�ncias e discrimina��o", celebrou On� Rud�.

Segundo o regulamento, ser�o investigados quaisquer atos de discrimina��es de orienta��o sexual, de sexo, de g�nero, etnia, proced�ncia nacional e religi�o, entre outras infra��es que "afrontem a dignidade humana".

"O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, mais uma vez demonstra que h� um novo ambiente sendo constru�do no futebol brasileiro a partir da entidade m�xima e que n�o h� mais espa�os para omiss�o diante desses crimes que recorrentemente acontecem no futebol brasileiro", completou ele.

Dentre as san��es previstas no regulamento, est�o advert�ncia; multa pecuni�ria administrativa no valor de at� R$ 500 mil – que ser�o revertidos em prol de causas sociais; veda��o de registro ou de transfer�ncia de atletas; e perda de pontos. Em caso de reincid�ncia, a multa pode ser dobrada.

A CBF tamb�m se manifestou contra a LGBTfobia nas redes sociais:


Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia

Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia ï¿½ celebrado em 17 de maio. A data foi escolhida por ter sido neste dia, em 1990, que a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) retirou a homossexualidade da Classifica��o Internacional de Doen�as e Problemas Relacionados com a Sa�de (CID), o que tamb�m possibilitou o avan�o na luta pelos direitos civis dessa popula��o.
 
O objetivo da data � promover a��es de combate ao preconceito e � discrimina��o contra pessoas da comunidade LGBTQIAP+, al�m de conscientizar sobre a necessidade de se repeitar diferentes orienta��es sexuais e identidades de g�nero.
 

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podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.

 


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