(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DESIGUALDADE RACIAL E DE G�NERO

Faltam mulheres negras em altas lideran�as do setor de publicidade

Estudo aponta para uma �rea masculina e branca


13/06/2023 12:02
1156

Liliane Rocha
Liliane Rocha, presidente da Gest�o Kair�s (foto: Nicola Labate/Divulga��o)
O estudo in�dito Publicidade Inclusiva: Censo de Diversidade das Ag�ncias Brasileiras 2023, realizado em conjunto pela Gest�o Kair�s - Consultoria de Sustentabilidade e Diversidade e o Observat�rio da Diversidade na Propaganda (ODP), confirmou que a publicidade feita no Brasil � branca e masculina, em sua grande maioria. “A gente tem algumas reflex�es quando fala de mulheres no censo de publicidade inclusiva”, disse � Ag�ncia Brasil a presidente da Gest�o Kair�s, Liliane Rocha (foto em destaque).

Os resultados da pesquisa foram mensurados no in�cio deste ano, ap�s a realiza��o de entrevistas, no final do ano passado, com os l�deres das ag�ncias respondentes, que somam cerca de 6,2 mil funcion�rios.

A primeira reflex�o � que quando se olha para o quadro funcional, percebe-se um percentual at� expressivo de mulheres (57%), em sua grande maioria brancas. Quando o estudo estratifica e vai olhar as mulheres negras, v�-se que elas s�o minoria no quadro das ag�ncias (21%), embora este seja um percentual positivo em compara��o com outros setores. Liliane disse, por�m, que ao se pesquisar o n�vel profissional de gerente para cima, s�o 49,8% de mulheres, em geral, ocupando esses cargos, contra 10,3% de negros (pretos + pardos). Para as mulheres negras, entretanto, esse percentual cai para somente 4,6%. No n�vel de diretor presidente e presidente (CEO), o n�mero de mulheres negras � 0%, contra 15% de mulheres brancas e 8% de homens negros (pretos pardos).
De acordo com a pesquisa, o setor de publicidade e propaganda brasileiro � liderado por pessoas brancas, que correspondem hoje a 88% da lideran�a (n�vel gerente e acima) e 92% do n�vel CEO/presidente e por homens, que s�o respectivamente 50,2% e 85% dessas posi��es. Olhando as �reas que as representantes do sexo feminino ocupam nas ag�ncias de publicidade e propaganda, constata-se que a maioria delas est� no atendimento e n�o nas �reas de cria��o, planejamento, m�dia, digital. “O que, por si s�, j� � uma reprodu��o do machismo estrutural na sociedade. Quer dizer, contratamos mulheres nesse setor, mas para um segmento espec�fico relativamente menos estrat�gico”, apontou Liliane.

Dois olhares

“Acho que s�o dois olhares a�. Um se refere � �rea que est� sendo destinada �s mulheres em geral, na publicidade e propaganda e, outro, como a gente precisa conversar sobre isso e mudar esse cen�rio. E quando a gente olha para a interseccionalidade de mulheres negras, elas nem est�o chegando l�”. O desafio � como fazer para contratar mais mulheres negras, para ter um protagonismo de pessoas negras, em geral, nesse setor, prop�s Liliane.

O Observat�rio da Diversidade na Propaganda foi criado em julho de 2021 com o objetivo de acelerar a inclus�o de grupos minorizados na ind�stria da comunica��o. � constitu�do por 28 ag�ncias signat�rias, das quais 24 participaram do estudo. Em abril deste ano, as 28 ag�ncias foram reunidas pelo Minist�rio P�blico Federal para assinar compromissos e metas no per�odo de cinco anos, visando impulsionar a representatividade da demografia brasileira, proporcionalmente, nas ag�ncias de publicidade e propaganda no Brasil.

Metas

Foram estabelecidas, na ocasi�o, 36 metas, propostas pela Gest�o Kair�s para o ODP, cuja diretoria est� procedendo � revis�o. Essas metas incluem, no per�odo de cinco anos, contrata��o de talentos diversos; diversidade no casting e cadeia de fornecedores; reten��o e desenvolvimento; e cultura organizacional. Foram apresentadas tr�s macrofrentes de atua��o: quadro funcional e lideran�a em n�veis de gerente e acima; representatividade proporcional no quadro; crit�rios de diversidade para contrata��o de fornecedores.
Liliane Rocha relatou que muitas ag�ncias que contratam mulheres, negros, pessoas com defici�ncia, maiores de 50 anos de idade, pessoas LGBTQIAP (pessoas l�sbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, n�o bin�rias e demais orienta��es sexuais e de g�nero) observam que elas n�o permanecem nos empregos. “Precisamos olhar para essa quest�o”. No t�pico de cultura organizacional, destacou que � necess�rio entender por que o setor n�o traz mais dessas pessoas para os seus quadros e por que elas n�o ficam nas ag�ncias. O objetivo � ter diversidade e uma publicidade no Brasil mais inclusiva.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)