
Os dados constam da oitava edi��o do relat�rio Ref�gio em N�meros, apresentado durante evento que marca a Semana Nacional de Discuss�es sobre Migra��o, Ref�gio e Apatridia. As solicita��es foram apresentadas por pessoas de 139 pa�ses, sendo 67% por venezuelanos, 10,9% por cubanos e 6,8% por angolanos. As tr�s nacionalidades representam 84,7% do total.
No ano passado, o Comit� Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, analisou 41.297 pedidos de solicitantes de 141 pa�ses. O maior n�mero de nacionalidades deve-se ao fato de o Conare ter avaliado pedidos de 2022 e de anos anteriores.
Conforme os dados, 57,8% desses pedidos foram apresentados em estados da Regi�o Norte, com maior volume em Roraima (41,6%), no Amazonas (11,3%) e no Acre (3,3%).
Dos pedidos analisados, 5.795 pessoas tiveram a condi��o de refugiadas reconhecida no Brasil, sendo a maioria venezuelanas (77,9%) e cubanas (7,9%). Os homens representam 56%, e as mulheres, 44%.
A maioria alegou grave e generalizada viola��o de direitos humanos ao pedir o ref�gio ao governo brasileiro.
Ao final de 2022, o Brasil tinha 65.840 pessoas refugiadas reconhecidas.
Mulheres e crian�as
Os pesquisadores destacam o aumento no n�mero de mulheres e crian�as entre os refugiados no Brasil, movimento com crescimento gradual a partir de 2018.
Em 2011, in�cio da s�rie hist�rica, os homens correspondiam a 66,76% dos solicitantes de ref�gio, contra 15,84% das mulheres. Em 2022, eles eram 54,58%, e as mulheres, 45,38%.
“Temos observado o aumento da chegada das mulheres e das crian�as. Os dados do ref�gio corroboram essa afirma��o. O ref�gio no Brasil vem passando por um processo de feminiza��o, que � diferente. No come�o da d�cada, a gente n�o observava esse fen�meno aqui. Era um fen�meno do norte global, na Europa, nos Estados Unidos, onde a migra��o era muito feminina”, explica a pesquisadora do OBmigra, Tania Tonhati.
Outra tend�ncia observada pelos pesquisadores � o n�mero cada vez maior de solicitantes crian�as e adolescentes, o que caracteriza um “rejuvenescimento” das migra��es.
Em 2011, os pedidos de ref�gio de pessoas com menos de 15 anos de idade eram inferiores a 8%. No ano passado, subiram para 29,96%. Em 2022, os grupos com mais solicita��es foram os da faixa et�ria at� 15 anos e entre 25 e 40 anos.