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Estado de Minas DESIGUALDADE

Mulheres negras ganham menos da metade que homens brancos no Brasil, mostra novo estudo

Estudo da economista Jana�na Feij�, pesquisadora do FGV Ibre, exp�e a discrep�ncia salarial em fun��o de g�nero e cor


28/07/2023 10:22 - atualizado 28/07/2023 11:05
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Mulher negra atrás de notebook
(foto: Pixabay)
Vagas de trabalho com sal�rios baixos e muitas vezes associadas � informalidade ainda fazem parte da rotina de mulheres negras no Brasil.

� o que indica um estudo da economista Jana�na Feij�, pesquisadora do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas).

No primeiro trimestre de 2023, o rendimento m�dio de todos os trabalhos das mulheres negras foi estimado em R$ 1.948, o que representa uma alta de 2,6% em rela��o aos tr�s meses imediatamente anteriores.

A quantia, contudo, � a menor entre os quatro grupos analisados pelo levantamento. As mulheres negras recebiam apenas 48% (menos da metade) do que os homens brancos e amarelos ganhavam em m�dia com o trabalho no primeiro trimestre deste ano (R$ 4.078).

Eles formam a camada com a maior remunera��o, � frente tamb�m das mulheres brancas e amarelas (R$ 3.157) e dos homens negros (R$ 2.428).

Segundo Feij�, o rendimento inferior � um dos indicadores que ilustram a desigualdade que segue afetando as mulheres negras, mesmo com os sinais de melhora na forma��o educacional dessa camada ao longo da �ltima d�cada.

Considerando as mulheres negras em idade de trabalhar (14 anos ou mais), a fatia com ensino superior completo ou mais dobrou na passagem do primeiro trimestre de 2012 para igual per�odo de 2023: de 6% para 12%.

Apesar da amplia��o, o patamar segue distante das mulheres brancas ou amarelas em idade de trabalhar. Nessa camada da popula��o, a fatia com ensino superior completo subiu de 17% no primeiro trimestre de 2012 para 26% no mesmo intervalo deste ano. � o maior patamar entre os quatro grupos pesquisados.

*

 

RENDA M�DIA

No 1º tri.2023, em R$*

 

Homens brancos e amarelos - 4.078

 

Mulheres brancas e amarelas - 3.157

 

Homens negros - 2.428

 

Mulheres negras - 1.948

 

* Rendimento m�dio habitual de todos os trabalhos, em valores deflacionados

Fonte: FGV Ibre a partir de microdados da Pnad Cont�nua/IBGE

 

"Entra ano, sai ano, as desigualdades permanecem elevadas. Apesar da melhora na educa��o, as mulheres negras ainda est�o entre os trabalhadores mais desfavorecidos", afirma Feij�. "� claro que, sem o ganho educacional, seria poss�vel que elas estivessem em uma situa��o ainda pior", pondera.

O estudo foi constru�do a partir de microdados da Pnad Cont�nua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica). O per�odo mais recente com essas informa��es dispon�veis � o primeiro trimestre de 2023.

De acordo com Feij�, a inser��o das mulheres negras no mercado de trabalho por meio de vagas muitas vezes associadas � informalidade ajuda a explicar a renda inferior na m�dia.

Conforme o estudo, mais da metade (56%) das mulheres negras empregadas no primeiro trimestre de 2023 fazia parte dos grupos dos trabalhadores dos servi�os, dos vendedores e das chamadas ocupa��es elementares.

As ocupa��es elementares envolvem uma grande variedade de trabalhos, como os de dom�sticos, ambulantes, condutores de ve�culos, empacotadores e ajudantes de cozinha.

"A caracter�stica dessas fun��es � a alta vulnerabilidade. S�o vagas que n�o costumam exigir uma habilidade muito espec�fica", aponta Feij�.

Segundo ela, a informalidade pode ser a �nica alternativa vi�vel em muitos casos para a camada das mulheres negras conciliar trabalho e outras atividades, como cuidado dos filhos. O problema, diz Feij�, � que a remunera��o tende a ser menor, e sem garantias sociais.

"Isso tudo retroalimenta as desigualdades", afirma. O estudo diz que apenas 2% das mulheres negras empregadas ocupavam cargos de diretoria ou ger�ncia no Brasil no primeiro trimestre de 2023.

A produ��o do levantamento est� associada ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data foi celebrada na ter�a-feira (25).

 

DESEMPREGO DE DOIS D�GITOS

De acordo com o estudo, as mulheres negras ainda convivem com uma taxa de desemprego mais elevada do que os demais grupos analisados.

No primeiro trimestre de 2023, a desocupa��o foi de 13,1% para elas. Enquanto isso, a taxa de desemprego ficou em 8% para as mulheres brancas e amarelas.

Entre os homens, o indicador foi de 8,4% para os negros e de 5,7% para os brancos e amarelos. Ou seja, somente as mulheres negras tinham uma taxa de desemprego de dois d�gitos no pa�s.

*

 

TAXA DE DESEMPREGO

No 1º tri.2023, em %

 

Mulheres negras - 13,1

 

Homens negros - 8,4

 

Mulheres brancas e amarelas - 8

 

Homens brancos e amarelos - 5,7

 

Fonte: FGV Ibre a partir de microdados da Pnad Cont�nua/IBGE

 

No caso da taxa de participa��o, elas registram a menor. O indicador foi de 51,1% para as mulheres negras no primeiro trimestre de 2023.

Em igual per�odo, ficou em 53,6% para as mulheres brancas e amarelas, em 71,4% para os homens negros e em 71,8% para os homens brancos e amarelos.

A taxa de participa��o mede a propor��o de pessoas de 14 anos ou mais que est�o inseridas na for�a de trabalho como ocupadas (com algum tipo de trabalho) ou desempregadas (� procura de emprego).

Dependendo do contexto econ�mico, pode funcionar como uma esp�cie de term�metro de atratividade do mercado.

*

 

TAXA DE PARTICIPA��O

No 1º tri.2023, em %**

 

Homens brancos e amarelos - 71,8

 

Homens negros - 71,4

 

Mulheres brancas e amarelas - 53,6

 

Mulheres negras - 51,1

 

** Percentual de pessoas empregadas ou � procura de vagas em rela��o ao total em idade de trabalhar (14 anos ou mais)

Fonte: FGV Ibre a partir de microdados da Pnad Cont�nua/IBGE

 


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