A pol�tica de valoriza��o do sal�rio m�nimo e a melhora generalizada na economia brasileira se refletem em avan�os na qualidade de vida dos idosos no pa�s. A constata��o � da pesquisa Envelhecimento, Bem-Estar e Desenvolvimento: Um Estudo Comparativo do Brasil e da �frica do Sul, apresentada nesta segunda-feira por especialistas brasileiros e estrangeiros.
A pesquisa foi realizada nos dois pa�ses em duas etapas. A primeira, no ano de 2002 e a segunda, em 2008. No Brasil, os pesquisadores estiveram em cerca de mil domic�lios com pessoas acima de 60 anos, nas zonas rural e urbana do Rio de Janeiro e de Ilh�us, na Bahia. Na �frica do Sul, foram entrevistados 1,1 mil domic�lios de tr�s regi�es.
Focando na renda domiciliar per capita como indicador de bem-estar, o documento avalia que benef�cios sociais como pens�es e aposentadorias contribu�ram para sa�da da linha de pobreza – para quem vive com menos de U$ 1 d�lar por dia – de quase um sexto dos domic�lios pesquisados na �frica do Sul . No Brasil, a mesma situa��o foi verificada em uma de cada cinco fam�lias pesquisadas.
De acordo com o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Jo�o Saboia, respons�vel pelos dados do Brasil, o fato de a maioria das aposentadorias no pa�s estarem atreladas ao sal�rio m�nimo, fez com que o aumento desse do valor, nos �ltimos anos, contribu�sse para a melhoria do bem-estar dos idosos.
Saboia constatou que as aposentadorias podem ser a principal fonte de renda das fam�lias e disse que, com essa mudan�a, os idosos deixam de representar um peso no or�amento familiar. "Identificamos um grande n�mero de fam�lias que vive com a renda de idosos. Esse dinheiro tem peso grande nas casas e pode ser a principal fonte de renda", afirmou.
O pesquisador tamb�m destacou o fato de a maior parte dos idosos brasileiros receber benef�cios contributivos. Na �frica do Sul, foram benef�cios de programas de transfer�ncia de renda, como o pagamento de pens�es assistenciais – desvinculadas de qualquer tipo de contribui��o social, que colaboraram para o aumento da renda das fam�lias e o acesso a mais bens.
"No Brasil, o que est� por tr�s disso � o mercado de trabalho, que est� se formalizando. Isso significa que, ao longo do tempo, cada vez mais, os benef�cios no pa�s tendem a ser contributivos. No caso da �frica do Sul, a taxa de desemprego est� elevada, tem muita informalidade. A situa��o dos pa�s � outra, o fim do apartheid tem menos de 20 anos", lembrou.
A pesquisa sobre envelhecimento e bem-estar foi elaborada por pesquisadores da UFRJ, da Universidade de Norfolk (Estados Unidos) e da Universidade de Rhodes (�frica do Sul), sob coordena��o da Universidade de Manchester (Inglaterra).