Governo n�o abre m�o de Belo Monte, avisa Gilberto Carvalho

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, disse nesta quinta-feira que o governo n�o abre m�o da constru��o da Usina Hidrel�trica Belo Monte. Ap�s se encontrar com cerca de 450 mulheres do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o ministro ponderou que outras reivindica��es do grupo poder�o ser objeto de di�logo com o governo, mas n�o Belo Monte. “Belo Monte n�o vai ter como atender”, disse o ministro, ap�s o encontro que contou com a presen�a da presidenta Dilma Rousseff.

Entre as reivindica��es do movimento, entregues � presidenta Dilma Rousseff, est� a imediata suspens�o da constru��o da usina. “Em rela��o � Belo Monte n�o d� para avan�ar, n�s n�o vamos deixar de fazer [a usina]”, disse o ministro. “D� para fazer Belo Monte de um jeito ou de outro. O papel deles [dos movimento sociais] � cobrar da gente que seja da forma mais humana, mais respeitadora poss�vel, levando em conta todos os direitos dos atingidos, das culturas tradicionais. Essa � a parte do di�logo que d� para a gente fazer”, ponderou.

A constru��o da Usina Belo Monte � alvo de cr�ticas da Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA). O organismo multilateral pediu a imediata suspens�o do processo de licenciamento da usina.

O governo considerou descabida a posi��o da OEA, tomada em resposta a den�ncias apresentadas por v�rias comunidades da Bacia do Rio Xingu, onde a hidrel�trica ser� constru�da. Em nota, o Itamaraty disse que as solicita��es s�o”precipitadas e injustific�veis”.

O ministro disse que o governo pretende estar mais presente nas mesas de negocia��es entre empres�rios, trabalhadores e comunidade e adotar� uma agenda de reuni�o de dois em dois meses para cada canteiro de obras. “As negocia��es com eles n�o podem ser feitas somente pelas empresas. O governo precisa estar mais presente. Naturalmente, quando se trata de indeniza��es, quando se trata de realoca��es, o Estado tem que estar mais presente”, disse o ministro.

“Antes das privatiza��es, os movimentos conseguiam negociar melhor. Depois disso, a vida deles ficou mais dif�cil porque as empresas n�o conseguem entender a l�gica das fam�lias.”, disse.

O ministro tamb�m ponderou que as recentes revoltas em canteiros de obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), como os que ocorreram nas usinas Jirau e Santo Ant�nio, no Rio Madeira, serviram para demonstrar que o governo precisa prestar mais aten��o ao que pode se repetir em rela��o � Belo Monte.

“O evento de Jirau e Santo Ant�nio est� nos levando j� a antecipar [o que pode ocorrer] em rela��o � Belo Monte, ter uma presen�a mais forte do Estado. � preciso antecipar cuidados com a sa�de, com a seguran�a, com saneamento, para que o impacto da obra no local n�o seja t�o pernicioso para as popula��es".

Belo Monte ser� a maior hidrel�trica totalmente brasileira, considerando que a Usina de Itaipu � binacional 9em sociedade com o Paraguai), e a terceira maior do mundo. A usina ter� capacidade instalada de 11,2 mil megawatts de pot�ncia e reservat�rio de 516 quil�metros quadrados. At� o momento, o empreendimento tem apenas uma licen�a parcial do Ibama para instalar o canteiro de obras.