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Estado de Minas

Diplomata sul-africano v� ingresso nos Brics como reconhecimento


postado em 11/04/2011 08:16

A maior novidade da terceira reuni�o de c�pula dos Brics — a formaliza��o do ingresso da �frica do Sul ao grupo — � tamb�m mais uma mostra da ascens�o de quase todos os pa�ses emergentes. Para o embaixador da �frica do Sul no Brasil, Bangumzi Sifingo, as solu��es para os desafios globais requerem cada vez mais participa��o das economias em desenvolvimento, que lideram as atuais taxas de crescimento. Nesse sentido, o diplomata considera o continente africano como uma real aposta de futuro, por consider�-la a regi�o de enormes potenciais inexplorados.

“Sem fazer qualquer reivindica��o, somos a voz da �frica no Bric e em outros f�runs”, disse nesta entrevista ao Correio. Sifingo avalia que a presen�a dos membros do Ibas (�ndia, Brasil e �frica do Sul) nos Brics, que ainda inclui R�ssia

"Os pa�ses em desenvolvimento s�o o fator mais importante das tend�ncias mundiais".
e China, n�o esvaziar� o grupo. A principal raz�o disso est� no fato de o Ibas, �rg�o de coopera��o multilateral do chamado di�logo Sul-Sul, estar melhor estruturado e desenvolver a��es espec�ficas, como combate � pobreza e a valoriza��o das mulheres.

O embaixador, que ainda n�o fala portugu�s, faz quest�o de ressaltar o peso sulafricano dentro do grupo de 14 pa�ses que formam a Comunidade para o Desenvolvimento da �frica Austral (SADC, na sigla em ingl�s). Esse grupo soma uma popula��o de 210 milh�es de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas) de US$ 700 bilh�es. “Estamos engajados na integra��o regional econ�mica africana e com a estabilidade pol�tica no continente”, sublinha.

Como o senhor avalia a ades�o da �frica do Sul ao grupo dos Brics?


Estamos vivendo um fen�meno na constru��o de coaliz�es diplom�ticas. Os clubes de pa�ses que est�o surgindo n�o t�m mais um perfil r�gido como no passado, antes da crise financeira global de 2008 e 2009. Os novos f�runs s�o flex�veis e focam quest�es de interesse comum, sem levar em conta o tamanho da popula��o, do territ�rio ou mesmo da economia de seus membros. G-20 (reuni�o das 20 maiores economias do planeta) e Ibas (�ndia, Brasil e �frica do Sul), por exemplo, refletem esse contexto atual no mundo. � nesse esp�rito que a �frica do Sul foi aceita como s�cia dos Brics e participar�, pela primeira vez, de uma reuni�o do grupo, este m�s, na China. O convite para nos unir aos membros originais do Bric foi um reconhecimento da importante contribui��o que podemos dar ao grupo. Os Brics fica completo, com integrantes de todos os continentes do mundo.

Com o ingresso de seu pa�s, o grupo dos Brics passa a ter todos os membros do Ibas. Isso n�o vai sobrepor ou esvaziar as a��es desse grupo?

N�o. Apesar de tr�s dos cinco dos Brics ampliado tamb�m pertencerem ao Ibas, cada arranjo de pa�ses tem um mandato levemente diferente. N�o se trata de uma incorpora��o de um grupo pelo outro, nem da forma��o de uma maioria (Ibas) contraposta aos demais membros (R�ssia e China). Mesmo sendo os emergentes os mais engajados na reorganiza��o da governan�a global, esse processo transcorre mediante o embate de interesses diversos e espec�ficos de cada na��o, regi�o e f�rum. Melhor estruturado, o Ibas est� voltado, sobretudo, no que diz respeito � coopera��o para superar desafios comuns no Hemisf�rio Sul. Provamos na pr�tica como se faz uma diplomacia solid�ria, com pa�s em desenvolvimento ajudando pa�s em desenvolvimento. Al�m do desenvolvimento das �reas institucionais entre os membros, socorremos terceiros pa�ses, menos privilegiados no sul global, como Haiti, Cabo Verde e Palestina. Posso afirmar sem receios que os pa�ses em desenvolvimento s�o o fator mais importante das tend�ncias mundiais.

O que motivou o convite da China para a �frica do Sul entrar no pequeno
clube dos Brics?


A amplia��o do di�logo global e as poss�veis parcerias regionais. Desempenhamos papel al�m de nossas fronteiras. A �frica do Sul cumpre fielmente compromissos em favor do desenvolvimento, da estabilidade pol�tica e da redu��o das desigualdades no continente africano. Nossa sociedade tamb�m est� atenta a discuss�es importantes, como a supera��o da crise econ�mica mundial e o combate �s causas e aos efeitos das mudan�as clim�ticas. Nossa import�ncia � natural, n�o � resultado de imposi��es. No turismo, por exemplo, acreditamos que podemos atuar como verdadeira ponte entre os hemisf�rios Sul e Norte. Somos um pa�s com desenvolvimento e oportunidade para oferecer � regi�o e outros pa�ses.

Na sua avalia��o, os Brics ter�o voz efetiva nas grandes discuss�es globais da atualidade?

Os Bric se sobressaem pelos neg�cios que potencializam. Gostem ou n�o, avaliar s� requisitos como o Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas) � ignorar a realidade. O momento atual n�o permite insistir em modelos antigos. Como membro de f�runs de emergentes, a �frica do Sul se torna um parceiro de futuro. Discutimos no G-20 e Ibas desafios globais, como a revis�o do poder concentrado no Conselho de Seguran�a da ONU, onde dois membros dos Brics (R�ssia e �ndia) t�m assento permanente. A abertura de espa�os se tornou inevit�vel para construir a paz e a estabilidade econ�mica duradouras no mundo. O esfor�o para solucionar quest�es que envolvem todos n�o pode excluir a �frica. Como maior e mais industrializada economia do continente, representamos uma regi�o com maior perspectiva de crescimento, um potencial ainda inexplorado. Sem reivindicar isso, somos a voz do continente e queremos participar de mais clubes.

Como andam as rela��es Brasil-�frica do Sul dentro e fora dos f�runs nos quais s�o parceiros?


Entre os membros do redesenhado grupo dos Brics, Brasil e �frica do Sul s�o os que t�m mais semelhan�as culturais entre si. Somos duas grandes democracias multirraciais e nossas afinidades est�o rendendo di�logo e parcerias, buscando incentivar a troca de experi�ncias em �reas comuns. O sucesso brasileiro na tecnologia de produ��o da agricultura tropical, por exemplo, j� motivou a elabora��o de acordos estrat�gicos que est�o agora sobre a mesa. A seguran�a alimentar � uma das preocupa��es de toda a �frica. Tamb�m estamos tendo reuni�es para conhecer melhor os programas de transfer�ncia de renda, como o Bolsa Fam�lia, que podem inspirar a��es de combate � mis�ria em nosso pa�s.

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