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Estado de Minas

G-20 discute rea��o � alta de commodities em clima de diverg�ncia

Mantega dever� dizer que aumento reflete fatores "c�clicos e financeiros"


postado em 15/04/2011 10:20



Em meio � alta volatilidade dos pre�os das commodities e a posi��es divergentes sobre como abordar o tema, ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais do G-20 se re�nem a partir desta sexta-feira, em Washington, para discutir como resolver a quest�o.

O G-20 � o grupo das principais economias avan�adas e em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte. O aumento dos pre�os globais das commodities - que, segundo dado divulgado na quinta-feira pelo Banco Mundial, est�o 36% mais altos que h� um ano - � apontado como fator de risco � recupera��o da economia mundial, mas os pa�ses divergem sobre as formas de combater o problema.

Enquanto alguns defendem a regula��o do mercado, os grandes exportadores, como o Brasil, s�o contra. Na quinta-feira, v�spera do encontro, o assunto foi tema de uma conversa pr�via entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a ministra de Economia da Fran�a, Christine Lagarde, que t�m vis�es divergentes sobre o tema.

"Somos contra regula��o direta impactando o funcionamento dos mercados", disse uma autoridade do governo brasileiro. A fonte afirmou, por�m, que o

Brasil � contra o controle da oferta ou dos pre�os, mas n�o se op�e a estudar o impacto dos mercados de derivativos sobre as commodities. Segundo a autoridade brasileira, o governo acredita que o n�vel de liquidez global, "hoje extraordin�rio" est� afetando os pre�os da commodities.

Especula��o

No discurso que far� no s�bado ao Comit� Monet�rio e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em ingl�s), �rg�o que tem o papel de assessorar do conselho de governadores do FMI e recomendar a ado��o de pol�ticas, Mantega dever� dizer que o aumento dos pre�os reflete "uma mistura de fatores c�clicos e financeiros" e que as influ�ncias de demanda e oferta s�o "exacerbadas pela liquidez abundante, aprecia��o do d�lar e falta de regula��o dos mercados de derivativos e futuros".

Em entrevista ao Wall Street Journal, na quinta-feira, Mantega atribuiu a alta dos pre�os � especula��o no mercado de derivativos de commodities e disse que iria instar os pa�ses do G-20 a adotar restri��es sobre derivativos e fundos hedge em na��es ricas como maneira de reduzir press�es inflacion�rias.

A Fran�a, que atualmente preside o G-20, defende a implementa��o de um sistema que "elimine a especula��o" no mercado de commodities e permita interven��o em caso de excessos. "Precisamos de um mecanismo que realmente ajude os produtores a antecipar quedas nos mercados", disse a ministra francesa, antes da conversa com Mantega.

Lagarde negou, por�m, que a proposta de seu governo seja a de fixar os pre�os das commodities. Segundo a ministra, h� uma interpreta��o equivocada sobre a posi��o francesa. "Essa n�o � de jeito algum nossa proposta", disse. "Acho que � uma preocupa��o de todos n�s a volatilidade excessiva dos pre�os, que torna tanto produtores quanto consumidores vulner�veis a altos e baixos", afirmou Lagarde, ao citar o comunicado conjunto divulgado na quinta-feira ap�s a reuni�o dos l�deres do grupo Bric (Brasil, R�ssia, �ndia e China), na cidade chinesa de Sanya.

O documento final do encontro na China cita o risco da volatilidade excessiva dos pre�os das commodities para a recupera��o global e faz uma vaga men��o de apoio aos esfor�os internacionais em busca de estabilidade, mas n�o traz uma posi��o de consenso entre os pa�ses do bloco.

Controle de capitais

O outro grande tema da reuni�o em Washington - que ocorre durante a reuni�o de primavera no hemisf�rio norte do FMI e do Banco Mundial - ser� o do controle de capitais. No discurso de s�bado, Mantega dever� dizer que o Brasil se op�e � imposi��o de "c�digos de conduta" que tentem restringir, "direta ou indiretamente", as pol�ticas adotadas pelos pa�ses para responder ao fluxo de capitais.

O fluxo excessivo de capital estrangeiro � um problema para mercados emergentes, como o Brasil, onde provoca a valoriza��o do real frente ao d�lar e acaba reduzindo a competitividade das exporta��es e aumentando as press�es inflacion�rias. O assunto ganhou destaque na semana passada, quando o FMI divulgou um relat�rio em que, pela primeira vez em sua hist�ria, recomenda o controle de capitais.

Mantega dir� no discurso que o Brasil recebeu bem o fato de o FMI ter reconhecido o controle de capitais como op��o para combater o problema. Dever� ressaltar, por�m, a preocupa��o com propostas recentes de cria��o de um c�digo de conduta sobre o tema. O ministro dever� dizer que o Brasil "est� fazendo e vai continuar a fazer o que considerar necess�rio e adequado �s suas circunst�ncias para enfrentar os desafios criados por grandes e vol�teis fluxos de capital".

"Ironicamente, alguns dos pa�ses que s�o respons�veis pela crise mais profunda desde a Grande Depress�o, e que ainda t�m de resolver seus pr�prios problemas, est�o ansiosos para prescrever c�digos de conduta para o resto do mundo, inclusive para pa�ses que est�o sobrecarregados com os efeitos colaterais das medidas adotadas por eles", diz o texto do discurso.

O texto n�o traz men��o a nenhum pa�s em particular, mas parece ser um recado aos Estados Unidos. A pol�tica monet�ria americana � muitas vezes apontada por cr�ticos como um dos fatores que impulsionam a entrada excessiva de capital nos mercados emergentes. No discurso, o ministro cita preocupa��es com os riscos associados �s pol�ticas adotadas pelos pa�ses avan�ados "para tentar exportar sua sa�da de situa��es econ�micas dif�ceis". Mantega diz que o principal gatilho para os problemas econ�micos atuais s�o "pol�ticas monet�rias ultraexpansionistas adotadas por alguns pa�ses".

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