As fraudes ao seguro-desemprego t�m repercuss�o direta n�o s� nos cofres p�blicos, mas tamb�m na Previd�ncia Social. O per�odo que fica na informalidade contribui para que o trabalhador leve mais tempo para se aposentar. “Vemos o seguro-desemprego com muita preocupa��o”, diz o presidente do Sindicato da Constru��o de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana (Marreta), Osmir Venuto. Segundo ele, o benef�cio � importante para assegurar a renda, mas tem dois lados.
Citando o exemplo da constru��o civil, que pode ser estendido a outros setores, Venuto aponta que, ao completar 50 anos, o trabalhador costuma ter atingido a sua capacidade m�xima de trabalho, sem que ainda tenha chegado � idade m�nima para deixar o mercado respaldado pelo Regime Geral da Previd�ncia. “Um pedreiro, armador ou carpinteiro acorda �s 4h para uma rotina muito pesada. Ele se alimenta mal e adoece cedo.” O sindicalista alerta que o tempo que fica no seguro-desemprego � um per�odo sem contribui��o que vai retardar a
Antes que seu benef�cio tivesse terminado, a funcion�ria do setor de servi�os conseguiu um novo emprego e um acordo para que sua carteira fosse assinada somente ap�s o fim do seguro. A aposentadoria n�o pesou no c�lculo: “O sal�rio que recebia me ajudou demais”. O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) M�rio Rodarte avalia que investir na qualifica��o do trabalhador pode trazer o seguro-desemprego para o seu objetivo, que � fornecer renda em per�odo de desemprego. Ele aponta que uma leitura que pode ser feita nas estat�sticas � que muitos saem do emprego formal para a inatividade, ou seja, recebem o seguro, mas de fato n�o t�m a inten��o de voltar ao mercado.
O projeto de ligar o seguro � qualifica��o, na opini�o do pesquisador, poderia desarmar os golpes, al�m de investir no aperfei�oamento profissional, atendendo � demanda do mercado e tamb�m acelerando as chances de recoloca��o do trabalhador. Outro vi�s do projeto � que o papel de �rg�os como o Sine pode ser intensificado, com a convers�o de vagas para os �rg�os respons�veis por fazer a reinser��o do trabalhador. “Uma preocupa��o � que muitas oportunidades de trabalho passam ao largo. Com a medida, o Sine pode ganhar mais proje��o, tendo um papel mais efetivo.”