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Estado de Minas UMA DOCE REALIDADE

Frutas cultivadas no vale do S�o Francisco ganham mercado fora do pa�s


postado em 01/06/2011 06:00 / atualizado em 01/06/2011 06:49

Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que são usadas no brasil na fabricação de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura:
Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que s�o usadas no brasil na fabrica��o de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura: "� o que garante nosso emprego" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Lagoa Grande (PE), Ja�ba (MG) e Casa Nova (BA) – O Rio S�o Francisco, “sangue que corre no corpo da terra”, como definiram Geraldo Azevedo e Cl�vis Nunes na m�sica Opara, muda a paisagem do semi�rido do vale. Terras castigadas pelo sol se transformam em uma esp�cie de o�sis da fruticultura e do vinho de boa qualidade, que cria empregos para fam�lias carentes e come�a a fazer diferen�a nas exporta��es brasileiras. A irriga��o garante a produtores de Pernambuco e da Bahia safras de uvas apreciadas fora do Brasil. A �gua levada em canais at� o Norte de Minas, numa esp�cie de minitransposi��o, tamb�m abre caminho para que a manga e o lim�o conquistem mercados na Europa.

A import�ncia do S�o Francisco para a fruticultura e a produ��o de vinhos no pa�s � o tema da quarta parte da s�rie de reportagens publicada desde domingo pelo Estado de Minas sobre a economia ao longo do rio. No Norte de Minas, a engenharia que permitiu irriga��o na regi�o come�ou com o projeto Ja�ba, implantado na d�cada de 1970 na cidade de mesmo nome. Hoje, a fruticultura na �rea � garantida por 600 quil�metros de canais que levam a �gua do rio a centenas de produtores, sobretudo de lim�o, manga e banana. Duas das quatro etapas do Ja�ba j� foram implantadas pela parceria Uni�o e estado. “Apenas a primeira etapa (25 mil hectares) produz 150 mil toneladas de frutas, das quais 28 mil s�o de lim�o. Desses, 60% v�o para o exterior”, relata Dimas Rodrigues, superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do S�o Francisco (Codevasf) no estado.

O produtor Darcy da Silveira Gl�ria come�ou a exportar lim�o para a Inglaterra h� dois meses. Desde 2009, ele vende manga para Portugal e Espanha. Outros produtores mandam as frutas para a Holanda, de onde s�o distribu�das para pa�ses europeus. “O Velho Chico � a vida desta regi�o, mas com potencial para alavancar a economia do pa�s”, acredita Darcy, dono de 7 mil p�s de manga e 9 mil de lim�o. Para desfrutar do servi�o de irriga��o vindo do rio, ele e os demais produtores desembolsam R$ 35 por metro c�bico de �gua retirada do S�o Francisco pelo canal. Atualmente, o Ja�ba garante emprego a 40 mil pessoas.

O colhedor de mangas Selmo Lucas Miranda, de 19 anos, � um deles. Ele come�ou a trabalhar, no feriado de 1º de maio, quando um caminh�o chegou � propriedade de Darcy da Silveira Gl�ria para levar o produto para outras cidades mineiras. “Boa parte das fam�lias da regi�o deve tudo � fruticultura”, diz Selmo, que recebe R$ 25 por dia. As frutas colhidas em todo o vale ajudaram o pa�s a registrar, de 2006 a 2010, aumento de 25% na exporta��o nacional do setor, de US$ 700 milh�es para US$ 875 milh�es.

Clima favor�vel

Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que são usadas no brasil na fabricação de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura:
Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que s�o usadas no brasil na fabrica��o de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura: "� o que garante nosso emprego" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
No sert�o de Pernambuco e da Bahia, o carro-chefe da fruticultura � a uva. Para  ter ideia do que o rio representa para essa cultura, basta recorrer a a estat�stica do governo federal: 99% das uvas exportadas pelo Brasil s�o cultivadas no vale, sobretudo em Petrolina, onde a produ��o anual chega a 250 mil toneladas, e nas vizinhas Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. O sucesso da fruta � explicado pelas condi��es clim�ticas da regi�o, com pouca chuva e sol forte, combina��o que estimula as parreiras a produzirem duas safras por ano.

A fartura de uva fomentou outro mercado, o de vinho. As vitivin�colas da regi�o, segundo a Codevasf, respondem por 15% do mercado nacional. A produ��o anual � de 7 milh�es de litros de vinho e deve alcan�ar os 20 milh�es at� 2014. S� a Ouro Verde, em Casa Nova, a 30 quil�metros de Petrolina, pretende dobrar a produ��o at� 2020. “Nossa meta � fabricar, daqui a nove anos, 5 milh�es de litros”, planeja Rafael Loura, coordenador de Enoturismo da Ouro Verde. Parte da produ��o � enviada para Inglaterra, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Canad� e Fran�a. O aumento da demanda, acredita Rafael, vai abrir mais postos de emprego na vin�cola. Hoje, 160 pessoas trabalham na colheita da uva, na fabrica��o do vinho e em servi�os administrativos.

“A uva e o vinho garantem nosso emprego”, diz Maria Aparecida Martins Bispo, de 23, que colhe uvas h� sete meses em Casa Nova. Centenas de outros jovens aproveitam a fama da uva e ocupam as margens das rodovias para vender caixas do fruto por R$ 5. Como nas palavras de Geraldo Azevedo, que acaba de lan�ar o CD e DVD Salve S�o Francisco, o “Velho Chico traz o verde � caatinga”.


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