Os ministros da Agricultura do G20 re�nem-se nesta quarta e quinta-feira em Paris para negociar um acordo que permita lutar contra a volatilidade dos pre�os dos produtos agr�colas, apesar de pa�ses como Brasil e Argentina j� terem anunciado que s�o contr�rios a um controle de pre�os. "Ser� dif�cil chegar a um acordo enquanto as diferen�as continuarem sendo profundas" (entre os membros do G20), adverte o ministro franc�s da Agricultura, Bruno Le Maire.
A Fran�a, que preside temporariamente o G20, quis colocar pela primeira vez a agricultura na agenda dos pa�ses mais avan�ados, com o objetivo de colocar em marcha uma nova governan�a mundial nesse setor "estrat�gico". O assunto torna-se mais urgente, j� que as mat�rias-primas agr�colas mant�m uma tend�ncia de alta h� v�rios meses, enquanto 900 milh�es de pessoas est�o passando fome.
O primeiro objetivo � acalmar esta volatilidade "excessiva" para evitar novos tumultos de fome como os que ocorreram em 2007 e 2008, quando os pre�os dos produtos dispararam. Mas no plano de a��o de cinco pontos adiantado pela presid�ncia francesa, algumas propostas sufocaram.
Apesar de um consenso sobre a necessidade de retomar os investimentos na agricultura para aumentar a produ��o - sobretudo nos pa�ses em desenvolvimento - ser poss�vel, n�o o � no caso da transpar�ncia dos mercados agr�colas, defendida tamb�m por Paris.
Brasil e Argentina, dois pesos pesados do setor agroalimentar, chegam a Paris com a clara inten��o de se op�r a qualquer tentativa de impor um controle de pre�os, lembrou a delega��o argentina. Por sua vez, as Organiza��es N�o-Governamentais (ONG) lamentam a aus�ncia de propostas sobre a constitui��o de estoques para regular os pre�os, assim como sobre os biocombust�veis, acusados de competir com a alimenta��o.
Neste �ltimo ponto, "o assunto n�o est� maduro", disse Bruno Le Maire. Estados Unidos e Brasil, grandes produtores de biocombust�veis, est�o reticentes quanto a limitar essa atividade. "Reunir-se no G20 para definir a situa��o da seguran�a alimentar � um progresso maior", estimou o secret�rio americano de Agricultura, Tom Vilasack, h� alguns dias.
"Nosso objetivo � reduzir a fome atrav�s do mundo aumentando a disponibilidade e o acesso aos alimentos", completou. Segundo ele, "tamb�m � importante que aproveitemos esta ocasi�o (...) para melhorar a transpar�ncia dos mercados e acabar com pr�ticas que distor�am o mercado".
A �ndia "discutir� os meios para aumentar a produ��o agr�cola, melhorar a coordena��o no n�vel mundial e identificar os m�todos para diminuir a volatilidade dos pre�os", declarou por sua vez � AFP um respons�vel do Minist�rio indiano da Agricultura. Mais de dois ter�os dos 1,1 bilh�o de habitantes da �ndia trabalham na agricultura, um setor econ�mico essencial que representa 15% do PIB.