A combina��o da desacelera��o dos pre�os das commodities com a percep��o do desaquecimento da demanda dom�stica, em resposta ao aumento da taxa de juros e o encarecimento do cr�dito pelas medidas macroprudenciais adotadas pelo governo federal, afetaram fortemente a confian�a da ind�stria na passagem de maio para junho. A avalia��o � de Aloisio Campelo, coordenador do �ndice de Confian�a da Ind�stria (ICI), calculado pela Funda��o Get�lio Vargas (FGV), que caiu 2,5% em junho, passando de 109,9 pontos para 107,1 pontos. � o menor n�vel atingido desde dezembro de 2008, quando se agravou a crise internacional. Naquele m�s, o ICI caiu 7,1% para 75 pontos (numa s�rie iniciada em 2003).
"Houve uma descompress�o dos pre�os das commodities, que, somada a um per�odo mais fraco das vendas, levou a ind�stria a perder um pouco da confian�a", disse Campelo. Ele acrescentou que, na compara��o com maio, houve uma generaliza��o de queda dos diversos segmentos da ind�stria. Dos 14 setores pesquisados para o ICI, em maio, oito apontavam para alta da confian�a nos tr�s meses seguintes, incluindo maio. Um apontava para estabilidade e cinco, para queda. J� em junho apenas um setor (n�o informado) apontava para confian�a em alta, enquanto dois outros apontavam para estabilidade e o restante, queda.
Outro ind�cio, na avalia��o de Campelo, de que os pre�os das commodities e a demanda mais fraca influenciaram a queda do ICI � a confirma��o de que o �ndice da Situa��o Atual (ISA) foi o que mais contribuiu para o desempenho negativo da confian�a dos empres�rios.
Campelo destacou que, ao contr�rio do que muitos analistas pregam no mercado financeiro, n�o � a demanda externa o fator que mais contribui para a queda da confian�a da ind�stria. A demanda externa, que � um dos itens pesquisados pelo �ndice, que vinha caindo at� abril, subiu para 98,4 pontos em junho ante 95 9 pontos em maio.
O coordenador do �ndice observou ainda que a queda do ICI n�o � preocupante porque o �ndice ainda continua acima de sua m�dia hist�rica que � de 104 pontos. "O ponto relativizante � que o ICI est� acima de sua m�dia hist�rica. A queda de junho n�o � at�pica, mas condizente com o per�odo de aperto monet�rio, ainda que gradual", afirmou Campelo.
Na rela��o entre o ICI e a produ��o f�sica da ind�stria, segundo ele, a confian�a do setor est� caindo menos que a produ��o industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) desde abril de 2010. O terceiro trimestre, segundo ele, deve come�ar com a confian�a fraca e a produ��o da ind�stria perdendo ainda mais f�lego. J� para o quarto trimestre depois que o consumidor ajustar suas contas, mesmo com a pol�tica de aumento de juros, dever� haver uma recupera��o da confian�a, de acordo com Campelo.