O quinto aumento consecutivo da taxa b�sica de juros espreme as proje��es de crescimento da ind�stria e do com�rcio no melhor semestre de vendas para os dois setores e dever� dificultar as campanhas salariais de categorias profissionais de peso, a exemplo dos metal�rgicos, com datas-base nos pr�ximos meses. Para o presidente da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado J�nior, o novo arrocho do Banco Central, com a Selic subindo para 12,5% ao ano, n�o faz sentido, ante os sinais de arrefecimento j� dados pela produ��o industrial e a inadimpl�ncia tanto dos consumidores quanto das empresas.
O calote na esfera das pessoas jur�dicas j� havia encerrado maio, frente a abril, com eleva��o de 15,6% no segmento das micro e pequenas empresas, de 28,1% no ramo dos m�dios empreendimentos e 20,3% entre as grandes firmas. “Mais restri��o � produ��o neste momento agrava a situa��o da ind�stria e principalmente das pequenas empresas, que j� t�m
O com�rcio, que ainda depende do cr�dito para viabilizar de 60% a 70% dos seus neg�cios, tamb�m reagiu � nova alta dos juros. O presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, preve mais uma “leve desacelera��o”, que o setor pretende tentar contornar apostando no consumo motivado pelas festas de fim de ano, especialmente o Natal. A Federa��o do Com�rcio de Minas Gerais (Fecom�rcio Minas) rebateu que mais uma vez a pol�tica monet�ria privilegia o sistema financeiro, agravando o risco da concess�o do cr�dito para o consumo.
“Vendendo com maior risco, o com�rcio fica desestimulado a investir enquanto os bancos s�o melhor remunerados pelo dinheiro que emprestam. N�o podemos nos esquecer de que as empresas do setor precisam do cr�dito para inserir novos consumidores no seu mercado”, afirma Silv�nia Maria Carvalho de Ara�jo, coordenadora do Departamento de Economia da Fecom�rcio Minas.
�s v�speras de campanhas salariais duras como as dos banc�rios e metal�rgicos, o presidente da Central �nica dos trabalhadores (CUT) em Minas, Marco Ant�nio de Jesus, sustenta que a medida consiste num equ�voco para um pa�s que quer continuar crescendo. “� uma pol�tica extremamente prejudicial para os trabalhadores que come�am a se endividar novamente, entram no cheque especial e buscam melhorar os sal�rios nas campanhas deste semestre”, afirma.
PIB mantido
Apesar do aumento das taxas b�sica de juros, o Minist�rio do Planejamento manteve a proje��o de crescimento da economia em 4,5% para este ano, no relat�rio de avalia��o de receitas e despesas do terceiro bimestre. Segundo o documento, divulgado nessa quarta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado para este ano � de R$ 4,109 trilh�es. O minist�rio, no entanto, aumentou de 5,7% para 5,8% a previs�o de IPCA acumulado em 2011 e a taxa Selic m�dia foi revisada de 11,74% ao ano para 11,87% ao ano.