(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Aumento da taxa b�sica de juros pesa no bolso dos endividados


postado em 21/07/2011 06:13 / atualizado em 21/07/2011 14:01

O aumento de 0,25 ponto percentual na taxa b�sica de juros na economia (Selic), anunciado quarta-feira pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC), pode funcionar como mais uma gota no oceano de d�vidas em que est�o mergulhadas as fam�lias brasileiras. A taxa do BC, que subiu pela quinta vez desde janeiro e chegou a 12,50% ao ano, serve como indica��o do rumo a ser tomado pelos juros na ponta do varejo – cart�o de cr�dito, cheque especial e empr�stimos pessoais. Isso indica que, quando ela aumenta, os juros tendem a se elevar, o que torna cada vez mais cara a rolagem das

d�vidas. O avan�o da Selic tamb�m pesa no bolso das empresas e tende a reduzir as taxas de investimentos no pa�s. Do in�cio do ano at� agora, a Selic j� aumentou 1,75 ponto percentual. Descontada a infla��o, os juros no Brasil s�o os mais altos do mundo .

Pesquisa da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) mostra que em julho de 2011 o percentual de fam�lias com d�vidas � superior ao observado em julho de 2010. Mais fam�lias declaram possuir d�vidas ou contas em atraso, tanto na compara��o anual como na compara��o mensal. Em julho de 2010, 57,7% das fam�lias brasileiras estavam endividadas, percentual que subiu 63,5% em julho de 2011. As d�vidas atrasadas atingiam 22,8% em julho de 2010 e agora atormentam 23,7%. A boa not�cia � que a parcela dos que afirmam que n�o t�m condi��es de pagar o que est�o devendo caiu de 8,9% em julho do ano passado para 8,1% em julho de 2011.

Ana Paula da Silva Gomes, telefonista, faz parte do grupo dos bastante endividados, como ela mesma define. Com um sal�rio de R$ 545, ela paga um curso de turismo e hotelaria e um de ingl�s. Os dois compromissos ultrapassam a sua remunera��o mensal. “Paguei uma das parcelas do cursinho de ingl�s que estava atrasada e ainda devo outra. Al�m disso devo R$ 400 que gastei comprando roupas e sapatos. Al�m disso, tenho uma presta��o da C&A atrasada h� quase um ano.” Essa �ltima d�vida j� tinha sido negociada e foi dividida em tr�s parcelas. Mesmo com a renegocia��o, Ana Paula n�o conseguiu honrar o compromisso.

Situa��o semelhante � vivida por Camila Patr�cia da Silva Borges, auxiliar de escrit�rio que � colega de trabalho de Ana Paula. “Estou com uma parcela do cart�o de cr�dito atrasada h� um bom tempo.” Segundo ela, h� mais de tr�s meses, o que, para as entidades de prote��o ao cr�dito, j� configura inadimpl�ncia. Mas essa n�o � exatamente uma novidade na vida de Camila e na de milhares de brasileiros que, diante da ampla oferta de cr�dito e dos apelos do mercado de consumo, acabam deixando um peda�o de suas d�vidas de lado e formando outras, de modo que est�o sempre endividados. “D� agonia demais. Por causa da faculdade, n�o me sobra muito. Mesmo assim, ainda fa�o compras”, admite.

Dispostos a pagar

Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da CNC, explica que, apesar da piora do endividamento entre julho de 2010 e julho de 2011, os endividados se mostram mais predispostos a pagarem suas d�vidas por causa da melhora do mercado de trabalho. Los�ngela Rafaela Justino, chefe de supervis�o de atendimento, faz parte dos felizardos que, aos poucos, est�o conseguindo quitar suas d�vidas. Ela confessa, por�m, que, quando quer comprar algum produto do qual gostou muito, ignora at� mesmo a incapacidade de pagar a totalidade da presta��o parcelada no cart�o de cr�dito e se arrisca a pagar 12,99% de juros ao m�s. “Sei que os juros s�o altos, mas quando quero muito alguma coisa n�o me importo.”

Na avalia��o dos especialistas em cr�dito, por�m, os juros praticados no Brasil j� est�o em patamares t�o altos que haver� pouco espa�o para avan�arem na ponta dos financiamentos, apesar da eleva��o da Selic. � o que afirma Miguel Jos� Ribeiro Oliveria Gomes, vice-presidente da Associa��o Nacional de Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac). “Seja qual fosse a eleva��o da Selic, pouco impacto ela teria nas taxas de juros das opera��es de cr�dito”, diz. Gomes, da CNC, concorda. Para ele, a pr�pria concorr�ncia entre as institui��es financeiras poder� barrar a eleva��o dos juros ao consumidor neste momento.

Saiba mais

Santa dos endividados


Invocada no Brasil como protetora dos pobres e endividados, Santa Edwiges nasceu em 1174, na Alemanha. Casou-se com Henrique I, pr�ncipe da Sil�sia (Pol�nia), com quem teve seis filhos. Interferiu na elabora��o de leis mais justas para o povo. Com a morte do marido, retirou-se para o mosteiro, vivendo com uma renda m�nima e usando o restante para socorrer pobres, enfermos, idosos, encarcerados e endividados. Em visita a um pres�dio descobriu que muitos estavam ali por n�o poderem pagar suas d�vidas. Socorreu-os, saldando seus d�bitos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)