A decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) de reduzir a taxa b�sica de juros em 0,5 ponto percentual para 12% ao ano foi prematura, na avalia��o da economista-s�nior para a Am�rica Latina do RBS Global Bank, Zeina Latif.
Segundo a economista, o crescimento do mercado de trabalho e os aumentos salariais ainda geram riscos para a infla��o. Al�m disso, na avalia��o de Zeina, a decis�o do governo de aumentar o super�vit prim�rio, economia feita para o pagamento de juros da d�vida, n�o deveria ser um argumento suficiente para o BC reduzir os juros b�sicos. Ela enfatizou que o governo n�o anunciou corte de gastos, mas apenas uma reserva de receitas, com desacelera��o de despesas.
Para 2012, Zeina destaca o aumento de despesas previstas na proposta or�ament�ria entregue ontem pelo governo ao Congresso Nacional. A economista tamb�m avalia que o cen�rio externo ainda � muito incerto.
Zeina tamb�m afirmou que o discurso de membros do governo como o do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o da presidenta Dilma Rousseff, de pedir queda na taxa b�sica “n�o ajuda o Banco Central”. Para ela, somente o BC deveria falar sobre pol�tica monet�ria. “Se houvesse autonomia formal do Banco Central, o regime de metas de infla��o estaria mais blindado”, acrescentou.
Para o professor de economia da Universidade de Bras�lia (UnB) Newton Ferreira Marques, a decis�o do Copom surpreendeu porque o BC ainda enfrenta o desafio de fazer com que a sociedade suporte reajustes de pre�os e de sal�rios. “A redu��o da taxa b�sica de juros foi uma grande surpresa. Agrad�vel para uns e decepcionante para outros que n�o esperavam que o Banco Central pudesse reduzir a taxa b�sica de juros em um momento em que a infla��o ainda est� elevada”, disse Marques, em entrevista � R�dio Nacional.
A professora de economia da Funda��o Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco considera que decis�o do Copom “n�o foi de todo ruim”. Ela destaca que h� expectativa de desacelera��o da atividade econ�mica mundial e de “esfriamento” da infla��o no pa�s. “A redu��o dos juros ir� aliviar as contas p�blicas, porque o servi�o da d�vida diminui”, acrescentou.
Ontem, o Copom surpreendeu o mercado financeiro que esperava por manuten��o da taxa Selic em 12,50% ao ano. Ao contr�rio das notas sucintas, tradicionalmente divulgadas ao t�rmino de cada reuni�o, o Copom divulgou uma nota extensa para justificar a redu��o da Selic. A crise econ�mica internacional foi um dos principais motivos que levaram � queda na taxa. O Copom tamb�m citou o ajuste fiscal previsto e a expectativa de menor infla��o no pa�s.