(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Obras, transtorno e aluguel mais caro na Savassi

Comerciantes s�o surpreendidos por reajustes acima de 100% nos contratos. Revitaliza��o � justificativa dos propriet�rios


postado em 27/10/2011 06:00 / atualizado em 27/10/2011 06:32

Enquanto tratores levantam poeira e comerciantes pedem agilidade nas obras para que os compradores retornem, donos de im�veis, de olho na nova cara da Savassi, nem esperam o fim das interven��es e reajustam alugu�is em mais de 100%. Faltando seis meses para o pesadelo virar sonho, lojistas encaram a queda brusca no faturamento e a obriga��o de avaliar se vale a pena permanecer no local ou se � melhor procurar novo rumo.

Tendo como argumento o recente boom imobili�rio e tamb�m as perspectivas de aumento da circula��o - e das vendas - na regi�o a partir da entrega das obras, em mar�o do ano que vem, propriet�rios de im�veis comerciais est�o aproveitando o fim de contratos de loca��o para propor reajustes exorbitantes nos valores pagos. Mesmo depois de prolongadas negocia��es, os novos contratos custam at� o dobro da antiga mensalidade.

João Antônio Pimenta Júnior vai pagar aluguel 122% maior em seu bar(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Jo�o Ant�nio Pimenta J�nior vai pagar aluguel 122% maior em seu bar (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
H� dois meses, o propriet�rio da galeria onde est� instalado o tradicional Bar do Jo�o, na Rua Tom� de Souza, chamou o empres�rio Jo�o Ant�nio Pimenta J�nior para negociar o aluguel. A primeira proposta mais que triplicava o total pago pela instala��o. Mas, como a �rea do bar resume-se a 22 metros quadrados, o empres�rio conseguiu argumentar que os valores estavam acima do padr�o para a regi�o. Depois de exaustiva negocia��o e, inclusive, amea�a de acionar a Justi�a, inquilino e propriet�rio fecharam acordo. No primeiro ano, o aluguel sofrer� aumento de 122%; passados mais 12 meses, o reajuste chegar� a 177% e, da� em diante, os aumentos voltam a corrigidos pela infla��o. “A justificativa � que os alugueis do pr�dio estavam defasados, mas o meu caso era diferente. Ele argumentou que o bar desvaloriza a galeria e, por isso, o aumento seria maior”, argumenta Jo�o Pimenta.


O receio do empres�rio � que a obra resulte em aumento tamb�m dos impostos e que novas taxas sejam criadas. Atualmente, ele destaca 30% do faturamento para o pagamento de taxas. S� nas taxas de instala��o de toldo e mesas e cadeiras ele gasta R$ 8 mil por ano. “Uma hora fica invi�vel. Meu medo � a obra valorizar demais a regi�o”, afirma Jo�o, que apesar de sofrer com os problemas da obra contratou uma arquiteta para reformar o bar. “Espero que a clientela aumente.”

Problema semelhante ao de Jo�o enfrenta o propriet�rio da Ag�ncia Status, tradicional livraria da Savassi, Rubens Batista. O propriet�rio do im�vel pediu mais que o dobro no reajuste do aluguel, mas, com as negocia��es, o �ndice acordado ficou em 30% nos 12 pr�ximos meses de contrato e 50% mais nos meses posteriores. “Uma hora ningu�m vai dar conta de pagar isso”, afirma Batista, reiterando que as obras resultaram em queda superior a 50% no faturamento da livraria. A Status � um dos empreendimentos mais antigos da Savassi, dos tempos em que o pirulito – hoje na Pra�a Sete – ficava na Pra�a Diogo Vasconcelos.

Na avalia��o do empres�rio, dono de outras duas casas na Savassi, a obra deve dar ares semelhantes aos de outros centros comerciais mundo afora, como a Rua Florida, em Buenos Aires, na Argentina, mas, “se a obra for at� mar�o nesse ritmo, 80% dos comerciantes n�o aguentam”, diz Rubens.

O presidente do Conselho Savassi da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Alessandro Runcini, esperava que, em virtude das obras, fosse concedida isen��o de IPTU aos lojistas. Foi surpreendido pelo aumento nos alugu�is. “� bem leviano aumentar num momento como esse. Desestimula”, afirma.

O projeto da CDL-BH para a Savassi prev� estender o hor�rio de funcionamento das lojas para at� 21h, criando uma alternativa aos shoppings. Com tr�s horas a mais de vendas e um novo perfil de consumidores, a esperan�a � que haja crescimento de 30% nos neg�cios em rela��o ao per�odo pr�-obras. “Um dos principais problemas na Savassi � a falta de estacionamento. Mas � noite as vagas ocupadas por funcion�rios da regi�o estar�o livres e, com isso, ter�amos um p�blico novo”, diz Runcini.

Palavra de specialista
Demandalt�ssima
Otimar Bicalho
C�mara do Mercado Imobili�rio

“Os aumentos nos alugu�is de lojas comerciais est�o diretamente ligados � falta de oferta de im�veis na regi�o da Savassi. Esse eixo da Savassi at� o Seis Pistas � o mais valorizado hoje, em Belo Horizonte, com o metro quadrado de uma sala valendo at� R$ 12 mil. A demanda ali grande demais. Al�m de ser um ponto nobre, as facilidades da regi�o s�o um atrativo. Tem banco e restaurante perto e a possibilidade da cria��o de estacionamentos subterr�neos. Hoje n�o existe interesse de loca��o sem garagem, principalmente de escrit�rios.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)