Os empres�rios da constru��o civil veem as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 caminhando em um ritmo abaixo do esperado. Essa avalia��o levou a expectativa para o n�vel de atividade do setor para os pr�ximos seis meses, medida pela sondagem da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) a desacelerar de 60,8 pontos apurados em outubro do ano passado para 57 pontos neste m�s.
A queda foi mais expressiva entre as empresas maiores, envolvidas com grandes projetos, que tiveram o �ndice reajustado de 64,3 pontos em outubro do ano passado para 55,5 pontos no mesmo m�s de 2011, o menor n�vel da s�rie hist�rica. "O governo federal n�o conseguiu desenvolver um ritmo de desembolsos como era esperado para obras de infraestrutura", afirma o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
O especialista aponta como justificativa para a demora nas obras tanto o ajuste fiscal promovido pela Uni�o no enfrentamento da crise internacional quanto os esc�ndalos na Esplanada dos Minist�rios, que j� derrubaram seis ministros da presidente Dilma Rousseff. Fonseca citou como exemplo as den�ncias que for�aram a sa�da de Alfredo Nascimento do Minist�rio dos Transportes, em julho, e a substitui��o de Orlando Silva no Esporte, na semana passada. "Quando h� problemas, o governo coloca o p� no freio dos empreendimentos", justifica. "Com exce��o dos est�dios, as obras para o Mundial ainda n�o come�aram", completa.
Os dados da Sondagem Ind�stria da Constru��o, divulgada hoje, mostram o que Fonseca diz. A percep��o dos empres�rios � de que o n�vel de atividade do setor ficou abaixo do usual para o trimestre, especialmente em rela��o aos empreendimentos estruturais. O indicador para atividade de obras de infraestrutura passou de 53,2 pontos em setembro de 2010 para 42 7 pontos, o menor n�vel da s�rie hist�rica, iniciada em 2009. O indicador, que vai de 0 a 100 pontos, indica atividade elevada em rela��o ao usual quando acima dos 50 pontos.
No entanto, Fonseca mostra otimismo para os pr�ximos meses. "A Copa do Mundo n�o est� retratada nesta pesquisa ainda, vai aparecer s� em 2012", diz. "Essas obras v�o ter que come�ar a andar, por isso a expectativa tende a aumentar positivamente", explica.
Problemas
Outro dado que corrobora com esse cen�rio � o que mostra quais s�o os maiores problemas apontados pelos empres�rios da constru��o civil. A sondagem de setembro revela aumento de cita��es do item "falta de demanda". Entre as grandes companhias este item passou de 10,6% das cita��es no segundo trimestre deste ano para 19,5% no terceiro trimestre. Entre as pequenas, foi de 17,9% para 19,9%.
A falta de qualifica��o do trabalhador segue como principal problema enfrentado pela constru��o civil. Houve, no entanto, uma redu��o dr�stica nas cita��es de grandes empresas, de 68,1% no segundo trimestre para 48,8% no seguinte. Entre as pequenas, passou de 59,7% para 56,5%. "Esse item tamb�m foi influenciado pela redu��o da atividade, j� que diminui a demanda por profissionais qualificados", explica o gerente-executivo.
Lucro
A sondagem da CNI mostra ainda que o empres�rio da constru��o civil est� insatisfeito com a margem de lucro no terceiro trimestre. O �ndice ficou em 46,3 pontos, ou 3,9 pontos abaixo do verificado no mesmo trimestre do ano passado. Em uma escala de 0 a 100, abaixo de 50 mostra insatisfa��o. J� a situa��o financeira foi avaliada como satisfat�ria, com o indicador em 50 pontos.