O impacto da valoriza��o do d�lar no n�vel de endividamento das duas maiores fabricantes de celulose do Brasil, Fibria e Suzano Papel e Celulose, levou analistas e investidores a questionarem os diretores de ambas as empresas a respeito da possibilidade de descumprimento de cl�usulas existentes em contratos de financiamento. Em meio a explica��es e justificativas, os executivos fizeram quest�o de mostrar que o mesmo c�mbio que afeta a linha financeira tamb�m beneficia os resultados operacionais. A esperan�a � de que, com um c�mbio mais favor�vel os dados do quarto trimestre ajudem a reduzir a desconfian�a dos analistas, os mesmos que sugerem aos investidores dist�ncia do setor neste momento.
Situa��o semelhante foi vivida pelo presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto. Diante de jornalistas, analistas e investidores, o executivo foi questionado sobre a performance da empresa e explicou que o preju�zo l�quido de R$ 425,564 milh�es reportado no terceiro trimestre seria anulado caso o d�lar tivesse encerrado o intervalo no patamar de R$ 1,70. Da mesma maneira, o teto estabelecido de alavancagem da companhia, de 4 vezes a rela��o entre d�vida l�quida e Ebitda, n�o teria sido superado - ficou em 4,2 vezes ao final do terceiro trimestre.
Maciel destacou que esse patamar pode ser superado durante um trimestre, mas n�o por dois trimestres consecutivos. E se mostrou confiante no n�o descumprimento do patamar acordado. "Com o c�mbio atual (na casa de R$ 1,70), a alavancagem volta a ficar abaixo de 4 vezes", afirmou o presidente da Suzano, em nova declara��o sobre a import�ncia do efeito cambial no final deste ano.
Operacional
O atual patamar do d�lar, em n�veis pr�ximos a R$ 1,70, tamb�m teria impacto positivo na linha operacional das empresas, que ao longo do terceiro trimestre chegaram a trabalhar com cota��o m�dia de R$ 1,60. As exporta��es respondem por aproximadamente 90% da receita da Fibria e 50% do resultado da Suzano e por isso qualquer valoriza��o do d�lar em rela��o ao real � favor�vel do ponto de vista de gera��o de caixa. Principalmente em um momento no qual a demanda internacional d� sinais de debilidade e os pre�os da celulose apresentam tend�ncia de queda - compensada parcialmente pelo efeito cambial. "O c�mbio a R$ 1,75 refor�aria nossa posi��o de ter um resultado robusto (no quarto trimestre)" destacou Elek
Apesar de a moeda norte-americana ter apresentado forte tend�ncia de valoriza��o apenas no final de setembro e de os pre�os internacionais de celulose e papel estarem em queda, o efeito cambial ajudou a Suzano a registrar incremento de 0,4% na receita do terceiro trimestre, em rela��o ao segundo trimestre deste ano, para R$ 1,229 bilh�o. A receita da Fibria caiu 0,7% em igual compara��o, para R$ 1,449 bilh�o, a despeito da desvaloriza��o de 2% no pre�o m�dio da celulose vendida no mercado externo.
O c�mbio mais favor�vel ajudaria a impulsionar tamb�m o Ebitda das companhias, considerado o term�metro de gera��o de caixa. Ap�s cair no terceiro trimestre, o Ebitda das duas fabricantes tem perspectiva diferente para o quarto trimestre, n�o apenas devido � expectativa da varia��o cambial como tamb�m ao movimento de redu��o do custo caixa de produ��o de celulose.
Nessa linha, o principal destaque do terceiro trimestre foi a Klabin, cujo Ebitda cresceu 10% em rela��o ao terceiro trimestre do ano passado, para R$ 277,406 milh�es. O montante, explicado em grande parte pela redu��o dos custos, foi o melhor resultado trimestral da Klabin desde o terceiro trimestre de 2004, em contraste com o preju�zo l�quido de R$ 243,055 milh�es reportado no per�odo pela maior fabricante de papeis de embalagens do Pa�s.
De acordo com o diretor geral da companhia, Fabio Schvartsman, o resultado do quarto trimestre tamb�m dever� apresentar crescimento pr�ximo de 10%, na compara��o com o mesmo per�odo do ano passado, em linha com o ocorrido no terceiro trimestre. "Vemos uma boa chance de progresso de resultados mesmo em condi��es adversas", afirmou, em refer�ncia � situa��o de incertezas da economia mundial.