O aumento dos pre�os de Vestu�rio foi o que mais chamou a aten��o do coordenador-adjunto do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC), Rafael Costa Lima, na segunda quadrissemana de novembro. No per�odo, o grupo registrou varia��o positiva de 0,97%, enquanto a Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) previa um aumento de 0,73%. J� o IPC acelerou de 0,53% na primeira quadrissemana do m�s para 0,59% na segunda medi��o, levemente acima da mediana de 0,57% encontrada em levantamento realizado pelo AE Proje��es com o mercado financeiro.
"Foi o �nico que destoou das nossas proje��es, mas a diferen�a nem � t�o grande assim. A alta indica que alguns consumidores est�o antecipando as compras de fim de ano e esse movimento sempre vem acompanhado de aumento de pre�os", explicou ele em entrevista � Ag�ncia Estado.
Costa Lima ressaltou que, dentro do grupo Vestu�rio, o destaque foi para a retomada de alta nos pre�os do subgrupo Roupa Feminina, que passaram de queda de 0,31% para aumento de 0,28% na segunda quadrissemana de novembro. "J� roupas infantis e cal�ados permaneceram com taxas positivas. No geral, esse setor deve continuar com pre�os elevados", disse. Segundo a Fipe, o item Roupa Infantil saltou de 0,89% para 1,04%, enquanto Cal�ados e Acess�rios de Vestu�rio avan�aram 2,44% na segunda medi��o do m�s, ante 2,06% anteriormente.
J� os grupos Alimenta��o e Habita��o, que mais t�m peso na forma��o do IPC-Fipe, de
Segundo o coordenador do �ndice, a mudan�a de padr�o mais expressiva foi observada nos alimentos in natura, que vinham caindo e passaram a subir (de -0,08% para 0,62%). "Foi o �nico segmento que teve uma mudan�a mais forte de trajet�ria de pre�os puxado pela valoriza��o de pre�os de legumes, tub�rculos e verduras, provavelmente por conta de efeitos sazonais. H� um m�s esses produtos estavam com varia��o negativa e voltaram a subir com exce��o de tub�rculos, que ainda continuam caindo um pouco. Provavelmente v�o continuar acelerando", salientou.
Embora o pico do aumento do reajuste de 6,83% nas tarifas de �gua e esgoto, aplicado pela Sabesp desde o dia 9 de setembro, tenha chegado ao fim na segunda quadrissemana de novembro, Costa Lima alerta que o grupo Habita��o deve continuar influenciando o IPC para cima. "Os pre�os dos alugueis seguem elevados e os dos im�veis tamb�m", avaliou. Na segunda medi��o do m�s, os pre�os de �gua e esgoto tiveram valoriza��o de 4,28%. A expectativa da Fipe � de que o reajuste seja repassado ao IPC at� a segunda quadrissemana de dezembro.
Para Costa Lima, outro grupo com chances de continuar exercendo for�a sobre o IPC nos pr�ximos meses � o de Despesas Pessoais, que acelerou na segunda quadrissemana (de 0,91% para 1,01%), com destaque para o aumento das passagens a�reas (de 11,31% para 12 72%). "A eleva��o teve in�cio em meados de outubro, imagino que por quest�es de reestrutura��o do setor. Como estamos no fim do ano e em �poca de alta temporada, o efeito sazonal pode influenciar os pre�os", estimou.
J� a varia��o positiva de 0,07% do setor de Transportes, ante leve queda de 0,01% na primeira quadrissemana de novembro, � considerada "normal", na opini�o do coordenador-adjunto da Fipe, em raz�o da entressafra de cana-de-a��car. "Tanto o etanol quanto a gasolina subiram (0,45% e 0,26%) na quadrissemana, mas n�o s�o aumentos que forcem uma reavalia��o de perspectiva para o IPC", frisou.
Hoje, a Fipe elevou sua estimativa para o �ndice em novembro, de 0,55% para 0,59%, ap�s o movimento surpreendente do indicador na primeira quadrissemana do m�s (0,53% ante 0,39% no fechamento de outubro). "A infla��o est� alta, mas n�o est� dando sinais de acelera��o nem de desacelera��o contundente. A expectativa � de que o IPC encerre o ano com ganhos acumulados em torno de 5,70%" concluiu Costa Lima.