A a��o coordenada dos principais bancos centrais mundiais anunciada ontem vai dar um al�vio apenas tempor�rio para os bancos europeus, dizem analistas internacionais. Para eles, a decis�o dos BCs em dar uma inje��o de liquidez ao cortar o custo das linhas de swap para financiamento de emerg�ncia n�o resolve o problema central da crise da zona do euro, que est� na dificuldade de pa�ses perif�ricos em rolar suas d�vidas soberanas.
"Com a retra��o dos fundos de 'money market' americanos, que deixaram de comprar pap�is de curt�ssimo prazo de bancos europeus, como os 'commercial papers', devido ao agravamento da crise do euro, � muito importante a decis�o de reduzir o custo dessas linhas de swap", avaliou Mark Cliffe, diretor global de pesquisa de mercados financeiros do banco ING em Londres. "A a��o coordenada ajuda, mas n�o resolve a quest�o central do problema, que � a dificuldade dos governos da zona do euro em assegurar financiamento �s suas d�vidas", completou. Para Cliffe a decis�o pegou o mercado de surpresa e reflete o esfor�o das autoridades monet�rias mundiais de tentar estabilizar os mercados.
Os bancos europeus ficaram sob maior press�o na segunda-feira, quando a ag�ncia de classifica��o de risco Moody's anunciou que est� revisando d�vidas subordinadas, subordinadas j�nior e tier-3 de 87 institui��es da regi�o para poss�vel rebaixamento. A ag�ncia justificou a decis�o afirmando que, com a crise na zona do euro, os governos da regi�o est�o tendo dificuldades para dar suporte aos bancos em quest�o.
Para Marc Chandler, diretor global de pesquisa da corretora Brown Brothers Harriman em Nova York, a a��o coordenada para reduzir o custo das linhas de swap contribui para minimizar algumas press�es de 'funding' (financiamento) dos bancos, mas os recentes rebaixamentos de ratings, redu��o de linhas de cr�dito e as vendas de ativos ainda colocam fortes press�es sobre os bancos europeus. Segundo ele, as institui��es europeias precisam refinanciar cerca de 800 bilh�es de euros em 2012. "Mais valioso do que o corte no custo das linhas de swap seria a concretiza��o da promessa pela Uni�o Europeia de implementar um esquema de fornecer garantias aos bancos, semelhante ao que foi feito durante a crise de 2008 e 2009", explicou Chandler.
Na opini�o da diretora de c�mbio da GFT Forex em Nova York, Kathy Lien, a inje��o de liquidez anunciada pelos BCs mundiais � uma distra��o bem-vinda para os investidores em meio � turbul�ncia e ao nervosismo provenientes da crise do euro. "Essa medida n�o elimina a necessidade de reformas estruturais e maior comprometimento dos l�deres das na��es europeias, mas d� um al�vio nas condi��es dos mercados financeiros e mostra que os bancos centrais est�o dispostos em evitar uma nova cat�strofe", explicou Lien. "Seguida da decis�o do banco central da China em cortar o dep�sito compuls�rio, essa a��o coordenada traz, de fato, mais al�vio aos investidores".