
Charuto � cubano; champanhe � origin�rio do Nordeste da Fran�a, e chocolate, sem d�vida, da Su��a. Na rota da tradi��o geogr�fica, sete cidades de Minas Gerais acabam de conquistar um t�tulo para l� de saboroso: o de produtores exclusivos do queijo artesanal tipo canastra. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu nessa ter�a-feira o t�tulo de indica��o geogr�fica para Piumh�, Vargem Bonita, S�o Roque de Minas, Medeiros, Bambu�, Tapira� e Delfin�polis, reconhecendo assim que esses munic�pios s�o refer�ncia na fabrica��o do queijo artesanal tipo canastra e, por consequ�ncia, impedindo que produtores de outros cantos se engrande�am ao apresentar um fals�rio.
Ele associa a certifica��o � regulamenta��o da produ��o e comercializa��o do queijo artesanal, publicada pelo Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) na semana passada, o que passa a permitir a venda de produtos fabricados com leite cru com menos de 60 dias de matura��o, desde que respeitadas determinadas quest�es sanit�rias. A regulamenta��o do Mapa permitir� a venda do queijo fora das divisas de Minas e at� no exterior, o que deve ter reconhecimento ainda maior agora, com o selo do INPI, e deve garantir um rearranjo de toda a cadeia produtiva da regi�o da Serra da Canastra. “� um t�tulo que amplia ainda mais o mercado. � o que do produtor mais precisava”, afirma o analista do governo federal.
Al�m disso, a indica��o geogr�fica deve permitir que ‘falsificadores’ sejam impedidos de vender gato por lebre. O presidente da Cooperativa S�o Roque de Minas Cr�dito (Samrocredi), Jo�o Carlos Leite, afirma que o t�tulo simboliza a cria��o de uma marca e, com isso, impede que um produto qualquer seja apresentado como queijo canastra. “Quando se chega ao Mercado Central, em Belo Horizonte, todo queijo � canastra. Mas poucos v�m da regi�o. Tem queijo que � feito at� no Norte de Minas e os comerciantes o chamam de canastra”, cr�tica. Ele avalia que a certifica��o possibilita a cria��o de um selo para indicar a cidade origin�ria, o nome da propriedade rural, o tempo de cura e outras caracter�sticas espec�ficas de cada queijo. Al�m disso, caso produtores que n�o integram a Associa��o de Produtores de Queijo Canastra (Aprocan) continuem a vender o canastra, os originais poder�o acionar a Justi�a.
A partir do in�cio do ano, Jo�o Carlos Leite e os demais produtores devem se reunir para tra�ar um novo planejamento para os cerca de 600 produtores que ainda fabricam queijo na Canastra. Eles poder�o, inclusive, sonhar – e planejar – a exporta��o do queijo. Mas outro fator relevante vislumbrado por ele � o cessar do movimento de produtores que abandonam o queijo em favor do leite ou at� da cultura do caf�. “� preciso sentar e entender as min�cias e estabelecer a melhor forma de recriar toda a cadeia produtiva, agora na legalidade”, diz Jo�o em rela��o aos problemas enfrentados pelos produtores de queijo de minas para vender o produto fresco fora do estado, o que resultou na cria��o de uma rede obscura de comercializa��o.
Serro
Em outubro, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial reconheceu 11 munic�pios do Serro como produtores do queijo de minas artesanal, concedendo a eles o mesmo t�tulo. O INPI j� havia concedido o t�tulo para outros 17 produtos no pa�s, sendo origin�rios de Minas o caf� do Cerrado e da Serra da Mantiqueira e, mais recentemente, as pe�as artesanais de estanho de S�o Jo�o del-Rei. Nessa ter�a-feira tamb�m entraram na lista os cal�ados fabricados em Franca, no interior paulista.