A presidenta Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que a crise econ�mica mundial, que atinge principalmente pa�ses da Europa e os Estados Unidos, n�o vem de falta de dinheiro, mas da incapacidade de tomar decis�es necess�rias. "Eu acredito que [a crise] n�o deriva, de jeito nenhum, de falta de dinheiro. Todos eles [os pa�ses] t�m dinheiro. Mas deriva de decis�es pol�ticas que n�s n�o vemos serem tomadas em definitivo", acrescentou.
Para Dilma, uma das formas de enfrentamento da crise foi a decis�o tomada ontem (20), na C�pula do Mercosul, de incluir mais 100 itens na cesta de produtos com tarifas especiais. "No caso do Mercosul, n�s tivemos uma grande conquista, aumentando em mais 100 produtos a lista de tarifa especial do bloco. Isso significa que o Brasil pode tributar nos n�veis da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC) 100 produtos", disse a presidenta.
Dilma lembrou o epis�dio de vota��o do aumento do teto da d�vida norte-americana, ocorrida em agosto deste ano, como exemplo de briga entre a oposi��o e o governo que acabou adiando a decis�o necess�ria. Ela citou esse epis�dio para dizer aos governadores e prefeitos presente � cerim�nia de assinatura de obras no Pal�cio do Planalto que no Brasil tem sido diferente.
"Eu acho que o Brasil, nessa quest�o da rela��o republicana, est� na vanguarda. N�s n�o vemos aqui pr�ticas como aquelas desenvolvidas em alguns pa�ses, inclusive em alguns pa�ses que t�m a lideran�a internacional, em que a oposi��o e a situa��o n�o olham o interesse da na��o, mas se cria uma briga pol�tica sem fim", disse a presidenta que responsabilizou mais a oposi��o norte-americana pelo epis�dio. "Eu acredito muito menos no caso dos Estados Unidos, [que o impasse ocorrreu] por conta de uma falha dos democratas e mais por uma vis�o de oposi��o muito destrutiva dos republicanos", disse Dilma.
Esta n�o � a primeira vez que a presidenta critica a pol�tica norte-americana e cita o exemplo da vota��o do teto. Na sexta-feira (16), em um caf� da manh� com jornalistas, ela citou o mesmo exemplo. Hoje, ela comparou o epis�dio a um "tiro no pr�prio p�".
"N�s vimos perplexos aquela quest�o do teto da d�vida. Perplexos porque era como se n�s, por exemplo, d�ssemos um tiro no pr�prio p�. No dia seguinte, eles foram rebaixados. Agora, emitem moeda e isso n�o tem grande import�ncia de puni��o.
Para a presidenta, a rela��o do governo com os opositores tem um car�ter republicano. "Eu acredito muito nessa parceria que n�s desenvolvemos no Brasil e que mostra maturidade. Primeiro, ela � uma parceria republicana. N�s aqui n�o estamos perguntando o partido de ningu�m, a posi��o pol�tica de ningu�m. N�s estamos interessados, e isso � uma conquista do pa�s, na popula��o dos diferentes munic�pios e dos diferentes estados, porque seus representantes foram eleitos legitimamente", disse Dilma a dezenas de prefeitos e governadores que participaram da cerim�nia de contrata��o das obras de saneamento do Programa de Acelera��o do Crescimento 2 (PAC 2) em munic�pios com at� 50 mil habitantes.
A contrata��o prev� a realiza��o de 1.114 obras de abastecimento de �gua e esgotamento sanit�rio em 1.116 munic�pios com at� 50 mil habitantes, de todas as regi�es do pa�s. Para a realiza��o dessas a��es ser�o investidos R$ 3,7 bilh�es: R$ 2,6 bilh�es do Or�amento Geral da Uni�o, n�o onerosos para os munic�pios, e R$ 1,1 bilh�o de financiamento p�blico federal.
Ao todo, o projeto de obras de saneamento b�sico do PAC 2 investir� R$ 45,1 bilh�es no pa�s, de 2011 a 2014, de acordo com o Minist�rio do Planejamento. Desse montante, ser�o destinados cerca de R$ 5 bilh�es para as obras em munic�pios com at� 50 mil habitantes, sendo R$ 4 bilh�es do Or�amento Geral da Uni�o e R$ 1 bilh�o de financiamento p�blico federal.