A receita do sucesso ningu�m se habilita a dar, mas os principais ingredientes s�o comuns entre as micro e pequenas empresas que superaram os dois primeiros anos de funcionamento e come�am a colher os louros do neg�cio pr�prio. Solo f�rtil para novos empreendimentos, Minas Gerais est� na quarta coloca��o entre os estados brasileiros com o maior �ndice de sobreviv�ncia de micro e pequenas empresas. O percentual chega a 78%, apenas 1% atr�s de Roraima, Para�ba e Cear�, empatados em primeiro lugar.
Os bons n�meros s� melhoram. Segundo dados do Servi�o Brasileiro de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) entre 2005 e 2006, a taxa de mortalidade nos dois primeiros anos dos empreendimentos mineiros caiu de 23,6% para 22,1%. Os fatores que levam � supera��o das dificuldades e ao reconhecimento do neg�cio no mercado s�o temas da sexta reportagem da s�rie Feliz vida nova, que o Estado de Minas publica at� amanh�.
Foco, planejamento, dedica��o, valoriza��o da equipe e capacita��o s�o apenas alguns dos quesitos necess�rios antes e durante a gest�o de um empreendimento. Para o presidente do Conselho Empresarial da Micro e Pequena Empresa da Associa��o Comercial de Minas Gerais (ACMinas), o contador Edvar Dias Campos, o empres�rio n�o deve criar restri��es. “Ele tem que ser tudo na empresa. Se precisar, deve at� lavar banheiro e fazer servi�o de banco”, observa.
Ter o capital e conhecimento do setor nem sempre � sin�nimo de uma boa gest�o. “A pessoa deve verificar se tem caracter�stica e condi��es de gerenciar o neg�cio. Muitas vezes podem ser bons t�cnicos, o que n�o significa uma boa atua��o no comando”, pondera a gerente de atendimento ao empreendedor do Sebrae-MG, Mara Veit. O ideal nesses casos � se cercar das pessoas certas que conduzir�o a um gerenciamento mais estruturado da empresa.
Formado em administra��o, assim como os s�cios, Bruno Pellizzaro n�o sabia nada de restaurante japon�s quando come�ou e hoje j� abriu sua terceira unidade na capital mineira. “O primeiro Banzai abriu em 2005 e o segredo para o crescimento foi a ado��o de processos bem definidos no neg�cio, que inclui desde o recebimento de mercadorias at� a distribui��o de responsabilidades dentro da loja”, conta.
Risco Uma boa dose de risco tamb�m � essencial para quem vislumbra bons resultados. “Surgiu a oportunidade de um ponto que nos atraiu muito e ent�o abrimos o Sak�, com um conceito in�dito de culin�ria oriental em Belo Horizonte”, lembra Pellizzaro.
Inovar, como fez o empres�rio, � o que diferencia o lugar comum dos grandes empreendimentos. “Mercadoria � igual em qualquer lugar. � preciso encantar o cliente”, aconselha Edvar. O que para a JN2, empresa dos s�cios Fernando Juste e Leonardo Neves, j� est� no DNA. Especializado em cria��o de lojas virtuais, o neg�cio est� no mercado desde 2006 e cresce a uma taxa de cerca de 20% ao ano.
“� preciso saber para quem se vende, quem � o p�blico-alvo, entender a precifica��o de mercado para poder enxergar as oportunidades de melhoria”, analisa Fernando Juste, que ainda acrescenta a valoriza��o do empregado como fator essencial para o sucesso. “� preciso ter uma equipe de qualidade para entregar o servi�o dentro dos processos de qualidade exigidos”, afirma.
Palavra de especialista: Mara Veit, gerente de atendimento ao empreendedor do Sebrae-MG
Na ponta do l�pis
“O empres�rio e seus s�cios devem compreender que n�o recebem sal�rio como os empregados e que as retiradas mensais da empresa precisam ser controladas de acordo com o faturamento e a necessidade de recursos para novos investimentos. � preciso ter consci�ncia de que os ganhos s�o vari�veis, um prolabore e n�o sal�rio fixo. Muitas vezes, o dinheiro � usado para situa��es pessoais e n�o para reinvestimento nos neg�cios. As pessoas tendem a misturar as coisas e usar os ganhos para conquistas pr�prias, mas � preciso ter clareza de que se exige um sacrif�cio pessoal em prol do sucesso da empresa. A quest�o financeira � muito s�ria e demanda um exerc�cio para saber separar o que � do neg�cio e o que � seu.”
Realiza��o � VISTA
Passos para um bom come�o
» EQUIL�BRIO ENTRE EMO��O E RAZ�O
O neg�cio n�o � para o empreendedor, mas para o mercado. � preciso viabilizar ideias por meio de um planejamento, para que o neg�cio seja bem-sucedido.
» RAMO DE ATIVIDADE
A id�ia deve ser colocada no papel para avaliar se o neg�cio escolhido � rent�vel ou se dar� preju�zo. Para isso, pode ser utilizado um instrumento simplificado, de planejamento detalhado – o Plano de Neg�cios.
» LOCAL DE INSTALA��O
Procurar o melhor local para instalar o neg�cio � uma das atividades mais significativas antes de abrir a empresa. � necess�rio analisar o processo de escoamento ou venda da mercadoria, facilidade de acesso dos clientes ao local, estacionamento, dist�ncia entre rodovias, log�stica de transporte, sistema banc�rio, entre outros fatores.
» LEGISLA��O
Observar os impostos para a abertura e continuidade do neg�cio, a legisla��o trabalhista e tribut�ria, os procedimentos espec�ficos para a libera��o do alvar� de licen�a, pois alguns empreendimentos exigem autoriza��o do Corpo de Bombeiros, da vigil�ncia sanit�ria ou da prefeitura.
» MERCADO POTENCIAL
Realizar pesquisas e obter informa��es sobre o mercado potencial, a atua��o da concorr�ncia e seus fornecedores, as tend�ncias e novos nichos de clientes s�o fatores muito importantes antes de o empres�rio colocar um novo
produto ou servi�os no mercado e investir seus recursos.
» FINAN�AS
Possuir conhecimentos b�sicos para fazer um plano de investimentos que englobe a previs�o de faturamento, c�lculo dos custos fixos e vari�veis e a previs�o de resultados (lucros e preju�zos).
» PERFIL PARA EMPREENDER
O conhecimento advindo de
atividades pr�ticas ou estudo regular em sala de aula s�o fatores que auxiliam na defini��o do foco do neg�cio e na sua expans�o ou crescimento. Antes de abrir o neg�cio o empreendedor deve refletir sobre a sua capacidade de persist�ncia para ir em frente.