As importa��es brasileiras de cal�ados, em volume financeiro, aumentaram 40,4% em 2011 na compara��o com 2010, somando US$ 427 7 milh�es ante US$ 304,5 milh�es. Em n�mero de pares de cal�ados as compras externas cresceram 18,5% no mesmo per�odo. J� as exporta��es ca�ram 12,8% em volume financeiro, de US$ 1,486 bilh�o em 2010 para US$ 1,296 bilh�o em 2011, com a venda de 21% menos pares. Os n�meros foram divulgados hoje pelo presidente da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Cal�ados (Abical�ados), Milton Cardoso, no primeiro dia da Couromoda 2012, feira de cal�ados e assess�rios que � realizada em S�o Paulo. Na avalia��o de Cardoso, a ind�stria brasileira est� sendo prejudicada por importa��es em condi��es desleais e pelo c�mbio valorizado.
Em fun��o dos resultados do ano passado, segundo Cardoso, a associa��o tem conversado regularmente com representantes do governo federal a respeito das importa��es "fraudulentas". A expectativa do setor � de que uma investiga��o do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC) sobre a poss�vel triangula��o de importa��es para evitar tarifas impostas ao cal�ado chin�s deva ser encerrada at� o fim deste trimestre.
O presidente da Abical�ados afirmou que a China declarou que exportou ao Brasil 38 milh�es de pares de cal�ados em 2010, enquanto o Brasil declarou que importou da China 9 milh�es de pares no mesmo ano. "Tr�s quartos dos sapatos que a China exportou em 2010 chegaram aqui como sendo feitos em outros pa�ses", afirmou Cardoso. "Come�amos a ver at� mesmo dados muito ex�ticos, como cal�ados sendo fabricados em Hong Kong, que n�o tem nenhuma f�brica", acrescentou. As importa��es de cal�ados da China cresceram 10,7% em 2011, segundo a Abical�ados.
Cardoso citou tamb�m a concorr�ncia com a Indon�sia, onde o custo da hora extra da m�o de obra no setor, segundo c�lculos da Abical�ados, seria de US$ 1,68, enquanto no Brasil seria de US$ 7,85 em 2011, a partir do c�mbio m�dio do ano. Houve aumento 53% no n�mero de pares importados pelo Brasil da Indon�sia em 2011 em compara��o com 2010. "O Brasil levou cem anos para montar uma ind�stria de cal�ados completa. Isso n�o pode ser destru�do de uma hora para outra por concorr�ncia desleal", afirmou Milton Cardoso.
O presidente da Couromoda, Francisco Santos, fez coro no que diz respeito � China, afirmando que n�o permite estandes de marcas chinesas no evento. "Eu fico aqui de quarto zagueiro. N�o deixo grife chinesa entrar na Couromoda. Aceitamos todos os outros continentes, mas n�o a �sia", disse ele.
Argentina
Sobre novas imposi��es do governo argentino contra importa��es de produtos, o presidente da Abical�ados se disse surpreso com as medidas. Segundo ele, o acordo existente antes previa que as restri��es deveriam beneficiar a ind�stria argentina, mas 75% dos cal�ados viriam do Brasil e 25%, de outros pa�ses. "Mas ocorreu o contr�rio, quase 50% das importa��es argentinas do ano passado tiveram outras origens".
De acordo com Cardoso, h� tr�s milh�es de pares de sapatos brasileiros parados nos portos argentinos. "Para que � que serve o Mercosul, se n�o conseguimos estabelecer livre tr�nsito de produtos", questionou.
No varejo, de acordo com o presidente da Associa��o de Lojistas e Artefatos de Cal�ados (Ablac), Carlos Ajita, o faturamento cresceu 7% em valores financeiros em 2011 na compara��o com o ano anterior e 5% em n�meros de pares vendidos. Segundo Ajita, o crescimento das vendas em n�mero de pares em 2012 deve ser de 5% por conta das elei��es municipais, que, de acordo com ele, alavancam as vendas no varejo e por causa de feriados prolongados em 2012, que impulsionam diretamente o turismo e, consequentemente, as vendas.