Pelo segundo dia consecutivo, o mercado dom�stico de c�mbio amanhece sob efeito de medidas cambiais que visam controlar fluxos especulativos e, consequentemente, evitar a valoriza��o excessiva do real. Desta vez, a equipe econ�mica limitou o prazo dos Pagamentos Antecipados (PA), uma das modalidade de financiamento � exporta��o, a 360 dias. Em contratos com prazos maiores ou naqueles em que o cr�dito n�o seja concedido pelo importador da mercadoria, a opera��o ser� considerada um empr�stimo externo comum. Assim, estar� sujeita ao Imposto Sobre Opera��es Financeiras (IOF) de 6%, em prazos at� tr�s anos.
A percep��o inicial dos profissionais do mercado dom�stico de c�mbio � de que a medida ter� um impacto de alta do d�lar na abertura, que tende a ser abrandado no decorrer do dia. Hoje, o d�lar balc�o abriu em alta de 0,70%, a R$ 1,724. O mesmo ocorreu ontem em rea��o � amplia��o da abrang�ncia do IOF sobre opera��es de dois anos para tr�s anos. Isso porque o consenso � de que a press�o de queda do d�lar, no momento, deve-se ao fato de que os investidores estrangeiros, em meio � farta liquidez global, mant�m o Brasil como um dos endere�os preferidos para seus recursos j� que o Pa�s tem juros altos e expectativas de crescimento acima da m�dia mundial.
L� fora, destaque para a premi� alem�, Angela Merkel, que disse que conversar� com a presidente Dilma Rousseff sobre os receios em rela��o � liquidez gerada pelo Banco Central Europeu. At� o momento n�o h� mais detalhes, mas a afirma��o de Merkel certamente est� associada n�o s� �s medidas que o governo brasileiro tomou ontem, mas tamb�m �s afirma��es de Dilma e do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A presidente se disse preocupada com o "tsunami monet�rio" das na��es desenvolvidas que, segundo ela, � muito perverso para os demais "principalmente aqueles em crescimento, que s�o os pa�ses emergentes". Ela acrescentou ainda que o Brasil estar� "defendendo a ind�stria, impedindo que os m�todos de sa�da da crise dos pa�ses desenvolvidos impliquem na canibaliza��o dos mercados dos pa�ses emergentes". J� o ministro Mantega voltou a falar em guerra cambial e disse que o Pa�s n�o assistir� passivo a esse movimento.