O mercado reagiu fortemente, ontem, � amplia��o do prazo, para cinco anos, nas opera��es de empr�stimo externo tributadas em 6% pelo Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) e os operadores duvidam de que tenha restado espa�o para que a novidade continue ecoando nesta ter�a-feira. O d�lar comercial abriu em alta de 0,78%, a R$ 1,819.
Ao contr�rio do que ocorria nesse hor�rio com as demais moedas emergentes de destaque, que ganhavam valor ante o d�lar, sustentadas pelo desempenho positivo das commodities, o real acompanhava o euro. �s 9h30, a moeda �nica perdia valor em rela��o ao d�lar, valendo US$ 1,3084 ante US$ 1,3155 no final da tarde de ontem, em Nova York.
O desempenho do euro op�e-se ao �nimo mostrado pelos demais mercados, que comemoram os avan�os para a libera��o do segundo empr�stimo � Gr�cia e o resultado positivo no indicador de expectativas alem�o - subiu para 22,3 em mar�o, acima da previs�o de 10,0. O que est� pesando na moeda s�o as preocupa��es com a Espanha e em rela��o ao resultado da reuni�o do Federal Reserve. Ontem, o Eurogrupo determinou � Espanha uma nova meta oficial de d�ficit or�ament�rio de 5,3% neste ano, abaixo da meta anterior do governo de 5,8%. Para 2013 a meta foi estabelecida em 3,0%, o n�vel m�ximo permitido pelo novo pacto fiscal europeu.
No que se refere � reuni�o de pol�tica monet�ria do Federal Reserve, cujo resultado sair� hoje �s 15h15, a percep��o do mercado � de que nada mudar�. Nem no que se refere ao juro, que est� em 0,25%, nem em rela��o �s pol�ticas de incentivo � economia. Os �ltimos indicadores norte-americanos t�m alimentado expectativas de que a economia dos EUA est� em processo de recupera��o mais firme do que a europeia e isso tende a fortalecer o d�lar em detrimento do euro.
Internamente, mesmo n�o vendo espa�o para que a medida cambial de ontem continue tendo efeito direto sobre a taxa de c�mbio, os operadores avaliam que as perspectivas nutridas por essas a��es intervencionistas do governo t�m import�ncia fundamental na trajet�ria de alta do d�lar que j� dura sete preg�es consecutivos. "A medida em si tem pode se esgotar, mas � cada vez maior a certeza de a��es do governo v�o continuar influenciando a tend�ncia do d�lar", disse um especialista.
O diretor executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, por exemplo, diz em seu relat�rio que a raz�o mais efetiva do comportamento do pre�o da moeda americana no mercado brasileiro �, sem d�vida, muito mais a mudan�a de perspectiva do que a efic�cia das medidas adotadas pelo governo sobre os objetivos focados. "As a��es do governo s�o muito generalizadas e intempestivas sobre fluxos cambiais que cont�m um consider�vel volume de recursos n�o especulativos, que acabam prejudicados em detrimento do objetivo das autoridades monet�rias brasileiras de atingir a parcela dos recursos que transitam por estes canais com o objetivo de especula��o." Nesse sentido ele alerta para o fato de que "as medidas tendem, nesta fase, a conter muito mais os recursos essenciais para o Pa�s do que os poss�veis volumes especulativos, pois as medidas parecem ter origem em observa��es sobre fatos consumados".