A presidente da Rep�blica, Dilma Rousseff, disse nesta ter�a-feira, no an�ncio das medidas de est�mulo � economia, que o governo manter� sua meta de super�vit prim�rio e criar� condi��es para a queda dos juros reais. "Mas faremos isso sem preju�zo �s pol�ticas de investimentos, � ind�stria e � economia porque o Brasil hoje tem consci�ncia de que um mercado interno s�lido tem sido, e continuar� sendo, o melhor baluarte contra qualquer crise ou amea�a a sua ind�stria ou emprego", disse, durante an�ncio da segunda fase do Plano Brasil Maior.
Dilma disse que o Pa�s pretende concorrer com seus produtos no com�rcio internacional, mas em condi��es justas e equilibradas. "Para isso, devemos focar esfor�os do governo, dos empres�rios, dos trabalhadores", comentou. Para ela, � importante que todos trabalhem para elevar a competitividade, reduzir os custos, garantir emprego e tamb�m para aumentar a inclus�o de brasileiros que est�o � margem do mercado consumidor e de trabalho. "Isso se faz com investimentos", resumiu.
Ao governo, conforme a presidente, cabe estimular essas a��es com o arcabou�o tribut�rio e legal. "Mas cada um tem que fazer sua parte", disse. Para Dilma, "sem sombra de d�vida", tamb�m � preciso lutar contra a concorr�ncia predat�ria e desleal, contra o dumping e contra pr�ticas protecionistas. "Vamos agir com firmeza nos organismos internacionais e vamos adotar todas as salvaguardas poss�veis para proteger empresas, empregos e nossos trabalhadores", comentou.
Soberania
Dilma disse que o governo brasileiro vai agir "dentro dos limites das normas internacionais" para combater o efeito de pol�ticas de desvaloriza��o cambial no exterior e aumentar a competitividade da ind�stria nacional. "Estamos atentos a essas pr�ticas", disse a presidente, qualificando a desvaloriza��o artificial do c�mbio como predat�ria e desleal. "N�o vamos hesitar em fazer tudo o que tiver de ser feito para defender nossos empregos, nossa ind�stria e nosso crescimento", afirmou. A presidente disse que isso inclui todas as empresas internacionais que quiserem atuar no Brasil, pois o modelo brasileiro � aberto ao capital estrangeiro, sem que isso afete a soberania.
Dilma disse ainda que o governo n�o vai abandonar a ind�stria brasileira, pois n�o concebe desenvolvimento sem ind�stria forte e inovadora. "N�o concebemos nosso desenvolvimento sem uma ind�stria forte", disse, sendo aplaudida por empres�rios e outros convidados que participam da cerim�nia. "O governo tem os instrumentos para fazer os ajustes e n�o vai deixar de us�-los."
Velha receita
Dilma recha�ou a hip�tese de que o Brasil pode adotar a "velha receita" da precariza��o do mercado de trabalho para enfrentar a crise financeira global. "Uma convic��o que os Brics compartilham � que a melhor sa�da para essa crise gerada nos pa�ses desenvolvidos n�o est� na velha receita de precariza��o do mercado de trabalho, que � a f�rmula do fracasso", disse.
Segundo Dilma, a escolha dessa "velha receita" gera sempre as mesmas v�timas: trabalhadores e empres�rios. "� claro que n�s sabemos que o enfrentamento da crise imp�e pol�ticas fiscais, mas o corte indiscriminado de investimentos e gastos n�o pode ser celebrado", disse Dilma.
Para a presidente, essa op��o s� gera "recess�o e paralisia". Dilma comentou que, ap�s a viagem � �ndia - onde houve encontro de c�pula dos Brics - os pa�ses do grupo emergente consolidaram algumas convic��es importantes. "Escolhemos um caminho que reafirma a centralidade do desenvolvimento do mercado interno", disse a presidente, ao comentar que o mercado interno acelera o crescimento da atividade econ�mica.
Essa escolha dos Brics, comentou Dilma, passou a "altamente atraente para todos os pa�ses do mundo". "Essa convic��o (dos Brics) afirma a import�ncia de se afirmar a inclus�o social, o emprego, a acelera��o do crescimento do mercado interno de massas", disse.
Desonera��o da folha
A presidente da Rep�blica afirmou que a desonera��o da folha de pagamento no Brasil segue o caminho oposto das medidas adotadas pelas economias avan�adas no combate � crise internacional. "A forma pela qual pa�ses desenvolvidos enfrentam a crise passa pela redu��o da remunera��o e das garantias dos trabalhadores. N�s optamos por outro caminho, pela desonera��o da folha de pagamentos sem preju�zos aos empres�rios e trabalhadores", completou Dilma.
Segundo a presidente, as medidas adotadas hoje n�o apenas aumentam a capacidade produtiva do Pa�s, como tamb�m incentivam a formaliza��o do trabalho e a gera��o de novos empregos. "Estamos criando incentivos claros para uma desonera��o completa das nossas exporta��es. Com isso definimos uma tributa��o mais adequada ao fluxo de receitas das empresas", acrescentou.
De acordo com ela, o governo est� enfrentando junto com as empresas o desafio da redu��o do custo salarial. "Mas no Brasil o �nus n�o recai sobre os trabalhadores. Aqui n�o vamos diminuir sal�rios e diretos dos trabalhadores, pois s�o os trabalhadores bem remunerados que garantem um mercado interno em expans�o", concluiu Dilma.