Com a Selic em 9%, depois do segundo corte consecutivo de 0,75 ponto percentual, a margem para novas quedas praticamente se esgotou, na avalia��o de especialistas do mercado. A expectativa agora � de paralisa��o na pol�tica de corte de juros iniciada em agosto do ano passado, quando a taxa b�sica estava em 12,5% ao ano.
Com a decis�o de ontem, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) reduziu os juros pela sexta vez consecutiva colocando a Selic no menor n�vel desde abril de 2010, pol�tica que deve ser interrompida, segundo sinais dados pelo pr�prio Banco Central. A institui��o j� havia sinalizado em mar�o o estabelecimento de um cen�rio que contempla a taxa de juros caindo para "patamares ligeiramente acima dos m�nimos hist�ricos, e nesses patamares se estabilizando". A menor taxa hist�rica foi de 8,75% ao ano, que vigorou entre julho de 2009 e abril de 2010.
“Haver� uma parada t�cnica para avalia��o do cen�rio”, prev� o s�cio-diretor da Global Financial Advisor Miguel Daoud. Com 3,5 pontos percentuais a menos em oito meses, � preciso verificar os reais impactos da medida na economia. “Soma-se a isso os est�mulos fiscais lan�ados pelo governo al�m dos desdobramentos do setor exportador, que ainda s�o muito incertos”, avalia o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. O especialista ainda acrescenta o patamar desconhecido ao qual a pol�tica monet�ria pode ser submetida ao romper a barreira dos 9%.
“Entra-se em uma zona desconhecida. Chegamos a esse n�vel em 2009, quando a Selic foi de 8,75%, mas vivia-se um momento distinto na economia”, pondera. “Naquela �poca pass�vamos por uma crise, mas agora o cen�rio � de crescimento. Com isso, pode-se correr o risco de estimular muito a economia e ver a infla��o subir mais do que o desejado”, acrescenta.
Poupan�a Sem contar os efeitos na poupan�a, que ganha cada vez mais competitividade frente a investimentos de renda fixa. Em mar�o a capta��o foi recorde para o m�s desde 1995, chegando a R$ 2,544 bilh�es. “Para continuar reduzindo a Selic � preciso mexer com a poupan�a e politicamente n�o h� espa�o para isso”, avalia Daoud ao lembrar o ano eleitoral. Para o diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi, uma nova revis�o da Selic pelo Copom poderia ser retomada em tr�s a quatro meses. Para o mercado, esta deve ser a �ltima altera��o da Selic no ano. Novas mudan�as devem acontecer apenas em abril de 2013, com alta de 0,5%.
Para o setor produtivo, por�m, ainda h� espa�o para novas quedas se considerada o n�vel de atividade da ind�stria. “A economia brasileira e mineira continua registrando resultados t�midos, onde predomina um quadro de baixo crescimento, emprego dando sinais d�bios e os estoques ainda apresentam n�veis acima do planejado”, pondera a Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg) em nota.
A C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) por sua vez, acredita no reaquecimento do consumo motivado pelas �ltimas decis�es do governo. “Deveremos assistir a uma acelera��o da economia com est�mulo do consumo interno e crescimento da renda e empr�stimos mais baratos”, prev� o presidente da CDL/BH, Bruno Falci.