A redu��o da proje��o para o d�ficit nas contas externas no Brasil, anunciada hoje pelo Banco Central (BC), reflete efeitos da crise econ�mica internacional. A estimativa para o saldo negativo em transa��es correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e servi�os, passou de US$ 68 bilh�es para US$ 56 bilh�es.
Um dos itens mais relevantes dessa conta que afetaram essa revis�o s�o as remessas de lucros e dividendos. A estimativa para essa vari�vel passou de US$ 38 bilh�es para US$ 28 bilh�es. De acordo com o chefe do Departamento Econ�mico do BC, Tulio Maciel, isso ocorre devido � modera��o da atividade econ�mica no pa�s, o que leva � menor gera��o de lucro. Al�m disso, segundo ele, a taxa de c�mbio em patamar mais elevado encarece o envio de recursos para o exterior, o que desestimula a remessa.
Nos cinco meses do ano, as remessas l�quidas de lucros e dividendos (envio de recursos ao exterior maior que o recebimento) chegou a US$ 8,444 bilh�es, 42% menor do que o registrado ante igual per�odo do ano passado (US$ 14,704 bilh�es). Apenas em maio, essas remessas l�quidas ficaram em US$ 2,55 bilh�es.
Outro efeito, para o Brasil, da crise econ�mica internacional � a menor demanda por produtos e servi�os. A balan�a comercial, formada por exporta��es e importa��es, registrou super�vit de US$ 3,468 bilh�es, em maio, e acumulou US$ 20,958 bilh�es, nos cinco meses do ano. A proje��o de super�vit comercial para o ano caiu de US$ 21 bilh�es para US$ 18 bilh�es.
No c�lculo das transa��es correntes est� tamb�m a balan�a de servi�os (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e outros). Nesse caso, a proje��o do BC para este ano passou de US$ 42,1 bilh�es para US$ 39 bilh�es. A balan�a de servi�os registrou d�ficit de US$ 3,713 bilh�es, no m�s passado, e de US$ 16,36 bilh�es, de janeiro a maio.
Na conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e sal�rios), houve resultado negativo de US$ 2,988 bilh�es, em maio, e de US$ 12,007 bilh�es, no acumulado at� o m�s passado. Nesse caso, a previs�o do BC foi alterada de US$ 49,6 bilh�es para US$ 37,9 bilh�es.
As transfer�ncias unilaterais correntes (doa��es e remessas de d�lares que o pa�s faz para o exterior ou recebe de outros pa�ses, sem contrapartida de servi�os ou bens) registraram ingressos l�quidos de US$ 281 milh�es, no m�s passado, e US$ 1,137 bilh�o, de janeiro a maio. A previs�o para o ingresso l�quido este ano foi ajustada de US$ 2,7 bilh�es para US$ 2,8 bilh�es.